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Introducao a Saude Publica

Date post: 06-Apr-2018
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    INTRODUO

    SADE PBLICAProf.: Fabiana Dias

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    Conceitos de Sade

    As primeiras tentativas sistemticas de construirteoricamente o conceito de Sade, ainda nadcada de 70, partiram da noo de sade comoausncia de doena (Boorse, 1975, 1977).

    Segundo a OMS, sade completo bem-estarfsico, mental e social.

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    Conceitos de Sade

    A sade deve ser entendida em sentido mais amplo, comocomponente da qualidade de vida. Assim, no um bem detroca, mas um bem comum, um bem e um direito social, emque cada um e todos possam ter assegurados o exerccio e aprtica do direito sade, a partir da aplicao e utilizao de

    toda a riqueza disponvel, conhecimentos e tecnologiadesenvolvidos pela sociedade nesse campo, adequados s suasnecessidades, abrangendo promoo e proteo da sade,preveno, diagnstico, tratamento e reabilitao de doenas.Em outras palavras, considerar esse bem e esse direito como

    componente e exerccio da cidadania, que um referencial e umvalor bsico a ser assimilado pelo poder pblico para obalizamento e orientao de sua conduta, decises, estratgias eaes.

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    Conceitos de Doena

    Durante muito tempo, houve a teoria msticasobre a doena, que os antepassados julgavamcomo um fenmeno sobrenatural, ou seja, ela

    estava alm da sua compreenso do mundo,superada posteriormente pela teoria de que adoena era um fato decorrente das alteraesambientais no meio fsico e concreto que ohomem vivia. Em seguida, surge a teoria dosmiasmas (gazes), que vai predominar por maistempo ainda.

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    Conceitos de Doena

    Com a urbanizao e estratificao social, o poder dediagnosticar, controlar e explicar as doenas ficou concentradoem um segmento social urbano, os sacerdotes, sempre

    vinculados aos grupos dominantes. A capacidade de mediar as

    atenes de deuses e humanos passou a ser monopolizada porestes atores sociais, e o modo mgico de lidar com as doenas foisuplantado pelo modelo mstico, ou religioso, que se tornouhegemnico.

    A doena passou a ser vista como pecado, resultado da

    desobedincia a cdigos de condutas prescritos pelos deuses evigiados pelos sacerdotes, sendo atribudo ao enfermo aresponsabilidade, individual ou coletiva, por seus sofrimentos.

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    Conceitos de Doena

    Assim, diversas concepes de sade e doena podemcoexistir, atravs da persistncia de modelos antigos,mas que ainda atendem a necessidades atuais.

    Nas comunidades tradicionais de coletores e caadores,a ocorrncia de doenas era explicada de modocompatvel com sua viso de mundo, pela influncia dedemnios e outras foras sobrenaturais, que conviviam

    com os homens e podiam ser por eles invocados oucontrolados, desde que fossem utilizados os meiosadequados.

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    Histrico Sade- Doena

    Quando a Organizao Mundial de Sade conceituou sadecomo "o mais completo estado de bem estar fsico, mental esocial, e no apenas a ausncia de doenas", certamente noestava propondo um critrio classificatrio, mas uma direo.

    J a idia de doena mais imediatista, sempre impondo, aomesmo tempo, certas competncias operacionais e algum tipo deexplicao. Historicamente, ela muito anterior concepo desade, estando presente, de diferentes formas, em todas asorganizaes sociais conhecidas. Remetendo a questo da

    identificao e classificao da doena e dos doentes a um sabertcnico, que pressupe diviso de trabalho e transferncia depoder.

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    Histrico Sade- Doena

    Os processos sade-doena podem ser reconhecidos, a partir da posio doobservador e aparecem, segundo cada posio, como alterao celular,sofrimento ou problema de sade pblica.

    A seleo de uma destas perspectivas definida tanto por questesmetodolgicas como pelas possibilidades de ao eficaz do observador e suaviso de mundo.

    O quadro a seguir mostra, de modo esquemtico, os nveis de expresso dosprocessos sade-doena e como, no nvel individual, eles podem ser,simultaneamente, alteraes fisio-patolgicas para a dimenso orgnica; para ocidado, uma representao e um papel mediado por valores culturais; e parao indivduo singular, sofrimento.

    No nvel das sociedades, ou formaes scio-espaciais complexas, como anossa, eles se expressam como problemas de sade pblica, na interface entreo Estado e a Sociedade, entre o particular e o pblico, entre o individual e ocoletivo.

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    Histrico Sade- Doena

    At que, com os estudos de Louis Pasteur na Frana, entre outros, vem aprevalecer a teoria da unicausalidade, com a descoberta dos micrbios(vrus e bactrias) e, portanto, do agente etiolgico, ou seja, aquele que causa adoena.

    Devido a sua incapacidade e insuficincia para explicar a ocorrncia de umasrie de outros agravos sade do homem, essa teoria complementada poruma srie de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que demonstra amulticausalidade como determinante da doena e no apenas a presenaexclusiva de um agente. Finalmente, uma srie de estudos e conhecimentosprovindos principalmente da epidemiologia social nos meados deste sculoesclarece melhor a determinao e a ocorrncia das doenas em termosindividuais e coletivo.

    O fato que se passa a considerar sade e doena como estados de ummesmo processo, composto por fatores biolgicos, econmicos, culturais esociais.

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    As relaes entre as comunidades e seus ambientes j no eram da mesmaintensidade, e os mtodos tradicionais no eram mesmo adequados pararesponder aos novos problemas de sade que o aumento da densidadepopulacional, as pssimas condies de higiene e o aumento da carga detrabalho acarretaram.

    Diversas espcies de parasitas, que s esporadicamente infectavam humanos,a partir de seus reservatrios animais, puderam se tornar endmicos nas novascidades e nas reas de agricultura intensiva irrigadas, milhares de anos atrs.

    Na Grcia, com a escola de Hipcrates, e j sob uma cultura que privilegiavauma reflexo filosfica a cerca do mundo e a observao cuidadosa danatureza, uma medicina de elite pode ser implementada, tendo comoprincpio o equilbrio entre o indivduo e seu ambiente. Era uma medicina

    centrada no cuidado do corpo, onde o papel do mdico era procurarcolaborar na restaurao da harmonia.

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    Histrico Sade- Doena

    Este modo de entender a sade e a doena tinha suaracionalidade na observao cuidadosa dos fenmenos, naconcepo da doena enquanto fenmeno natural, e portantopassvel de explicao terica, e na transmisso do conhecimentoem condies capazes de assegurar um certo controle sobre a

    competncia dos praticantes. Durante o sculo XIV teve incio uma pandemia de peste que

    devastou a Europa, eliminando mais de um quarto da populao,desorganizando o processo social e trazendo outras concepessobre sade e doena. No Ocidente criou-se ento toda uma

    cultura centrada no horror e na convivncia com a morte,impondo-se as idias de culpa e de pecado. Judeus e mulheresacusadas de feitiaria foram massacrados, enquanto todas asdiferentes prticas mdicas se mostravam absolutamenteineficazes.

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    Histrico Sade- Doena

    Desvinculada da concepo religiosa hegemnica edesenvolvida a partir da acumulao de observaesempricas, a prtica da quarentena, dirigida aoisolamento de pessoas e lugares sadios se imps, como

    uma forma de defesa coletiva, capaz de se sobrepor aosinteresses e direitos individuais. Nos sculos seguintes, a perda de credibilidade de todas

    as formas de medicina possibilitou uma onda deespeculaes, prticas alternativas e tambm a volta observao dos fenmenos como fonte deconhecimentos mais teis que aqueles possibilitadospelas velhas doutrinas.

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    O Renascimento cultural e cientfico possibilitou umamaior compreenso da constituio do corpo humano,estudado detalhadamente por mdicos e artistas, e asdoenas, como os outros fenmenos, passaram a seratribudas a causas naturais.

    Os grandes avanos na fsica mecnica e nacompreenso da composio qumica da matriaresultaram na representao do corpo humano comouma mquina, passvel de defeitos em seufuncionamento, e que, quando compreendidos,poderiam ser corrigidos.

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    A Sade Pblica

    A partir da metade do sculo XVIII, importantes transformaespassaram a ocorrer na Europa, com impactos notveis sobre ascondies de vida e sade.

    A urbanizao acelerada e a industrializao so com freqncia

    os processos mais destacados, tanto por seus impactos sobre ascondies de produtividade como nas condies de trabalho equalidade de vida da classe trabalhadora.

    Mais uma vez na histria do Ocidente ocorreu incremento, porum perodo prolongado, na mortalidade, compensada apenas, em

    termos populacionais, por taxas altssimas de natalidade.Desnutrio, alcoolismo, doenas mentais e violncia atingiampesadamente a nova classe de trabalhadores urbanos.

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    A Sade Pblica

    Doenas conhecidas, como a febre tifide, e outras novas,importadas das colnias, como a clera, passaram a sertransmitidas de modo ampliado, para o conjunto da populao,pelos precrios sistemas coletivos urbanos de distribuio de

    gua, causando epidemias letais, sempre acompanhadas depnico. Levando, aqueles que podiam, a abandonar as cidades,que passaram a ser identificadas como locais insalubres.

    Os hospitais pblicos, onde principalmente os indigentes eraminternados, particularmente precisavam ser evitados, e a

    mortalidade nas maternidades fazia do parto uma situao de altorisco. A prtica mdica era mais prejudicial que eficaz.

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    A Sade Pblica

    As polticas de Sade Pblica nascem do interesse dos Estados Nacionais naregulamentao das condies de trabalho e de uso do espao urbano, atravsda introduo de legislaes especficas e mecanismos de controle socialefetivos, capazes de assegurar melhores condies de vida aos trabalhadores,ainda que contrariando alguns proprietrios, mas no interesse do capitalismoem seu conjunto.

    Teve incio tambm a aplicao de mtodos estatsticos para contabilizar asmortes e identificar diferenas de risco de morrer entre lugares e grupossociais, contribuindo para o debate que marcou o perodo, sobre aimportncia da determinao ambiental ou social.

    O projeto da sade pblica moderna nasceu ento, no incio do sculopassado, como um componente estratgico do processo de controle social

    sobre as condies de reproduo dos grupos sociais, direcionado aosaneamento do ambiente urbano e mudanas nos padres culturais doproletariado, atravs de prticas normativas e educativas.

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    A Sade Pblica

    O modelo epidemiolgico da trade causalconsiderava os agentes, o ambiente e os sereshumanos como categorias de um mesmo nvel

    do mundo natural, no que se refere determinao das doenas. As aes de sadedeveriam ser capazes de identificar o elo mais

    fraco da trade e atuar especificamente sobre ele.

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    A Sade Pblica

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    A Sade Pblica

    As aes da Vigilncia Sanitria, componente essencial dorepertrio da Sade Pblica,baseiam-se fortemente em aspectosoperacionais e jurdicos como justificativa para sua operao. Omandato de regular, monitorar, fiscalizar e supervisionarcondies, processos, produtos, servios e ambientes, com a

    finalidade de reduzir sua nocividade ou risco para a sade, pareceto estabelecido institucionalmente que pouco se tem avanadono sentido de um tratamento terico-metodolgico rigoroso dotema. Entretanto, face crescente complexidade e desigualdadedas situaes de sade no mundo contemporneo, esta aparente

    obviedade precisa ser posta em cheque, investindo-se naconstruo de um aparato conceitual capaz de situarhistricamente e filosoficamente to importante conjunto deprticas sanitrias.

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    Nveis de Preveno

    O conceito depreveno definido como ao antecipada, baseadano conhecimento da histria natural a fim de tornar improvvelo progresso posterior da doena (Leavell & Clarck, 1976:17). Apreveno apresenta-se em trs fases: primria secundria eterciria (ver quadro I). Apreveno primria a realizada no

    perodo de pr-patognese. O conceito depromoo da sadeaparece como um dos nveis da preveno primria, definidocomo medidas destinadas a desenvolver uma sade tima (17).Um segundo nvel da preveno primria seria aproteo especficacontra agentes patolgicos ou pelo estabelecimento de barreiras

    contra os agentes do meio ambiente. A fase dapreveno secundriatambm apresenta-se em dois nveis:o primeiro, diagnstico e tratamento precocee o segundo, limitao dainvalidez. Por fim, apreveno terciriaque diz respeito a aes dereabilitao (Leavell & Clarck, 1976).

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    Nveis de Preveno

    A Preveno Primria, pode ser dividida em:promoo da sade e proteo especfica, segundoLeavell & Clarck (1976).

    Promoo da Sade: Educao sanitria; Bom padro de nutrio, ajustado s vrias fases de

    desenvolvimento da vida;Ateno ao desenvolvimento da personalidade;

    Moradia adequada, recreao e condies agradveis detrabalho;Aconselhamento matrimonial e educao sexual e gentica; Exames seletivos peridicos.

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    Nveis de Preveno

    Proteo Especfica:Uso de imunizaes especficas;Ateno higiene pessoal;

    Hbito de saneamento do ambiente;Proteo contra riscos ocupacionais;Proteo contra acidentes;

    Uso de alimentos especficos;Proteo contra substncias carcinognicas;Evitao contra alrgenos.

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    Nveis de Preveno

    No que tange a Preveno Secundria, esta pode serdividida da seguinte forma:

    Diagnstico e tratamento precoce:

    Medidas individuais e coletivas para descoberta de casos; Pesquisa de triagem e exames seletivos, a fim de curar e evitar

    o processo de doena;

    Evitar a propagao de doenas contagiosas;

    Evitar complicaes e seqelas; Encurtar o perodo de invalidez.

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    Limitao da Invalidez:Instituir tratamento adequado para interromper o

    processo mrbido e evitar futuras complicaes e

    seqelas;Proviso de meios para limitar a invalidez e evitar a

    morte.

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    Nveis de Preveno

    No que se refere Preveno Terciria, importantedizer que envolve a reabilitao, sob os seguintesaspectos: Prestao de servios hospitalares e comunitrios para

    reeducao e treinamento, a fim de possibilitar a utilizaomxima das capacidades restantes; Educao do pblico e indstria, no sentido de que

    empreguem o reabilitado; Emprego to completo quanto possvel;

    Colocao seletiva;Terapia ocupacional em hospitais; Utilizao de asilos.

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    Em 1995, M. Jamoulle e M. Roland apresentaram emHong-Kong umposterintituladoQuaternary prevention andthe glossary of general practice/family medicine, em quepropunham um novo nvel de preveno: a prevenoquaternria (Jamoulle, 2000).

    Este nvel de prevenoao qual podemos chamarpreveno da iatrogenia, ou preveno da preveno(inapropriada) foi aceite pelo Comit Internacionalde Classificao da WONCA em 1999 (Jamoulle, 2000)

    trata-se da resposta ao eterno dilema to heal or toharm?

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    Nveis de Preveno

    A concepo de nveis de preveno foi incorporada ao discursoda Medicina Comunitria no Brasil na dcada de 1960 e orientouo estabelecimento de nveis de ateno nos sistemas e servios desade que vigora at hoje. Foi amplamente difundida durante os

    anos 70 e 80 juntamente com as propostas de Ateno Primriaem Sade e a idia de sade para todos no ano 2000, contidana declarao de Alma-Ata (Teixeira, 2001). Contudo, odesenvolvimento da medicina no Brasil manteve apredominncia de uma prtica individual, com enfoque curativo

    dos problemas de sade e a as dicotomias teoria-prtica;psquico-orgnico; indivduo sociedade (Torres, 2002).

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    Nveis de Preveno

    Nos pases do primeiro mundo, o desenvolvimento da perspectiva depreveno de doenas direcionou-se aos estudos clnicos e epidemiolgicosvoltados para doenas no transmissveis ou crnico degenerativas. Istoocorreu em funo da chamada transio epidemiolgica, a partir da dcadade 1950. Tcnicas de exames complementares com sofisticao crescenteaperfeioaram as aes preventivas com base no diagnstico precoce.

    Foram construdos recursos poderosos para preveno de doena,incapacidade e morte por problemas como cardiopatia isqumica, algumasformas de cncer, doenas pulmonares obstrutivas crnicas, etc. Esteprocesso foi decorrente das pesquisas biolgicas e epidemiolgicas sobreagentes causais e fatores de risco. Relacionou-se as doenas degenerativas

    fatores causais do ambiente como radiaes, substncias qumicas txicas e aestilos de vida como hbito de fumar, consumo de alimentos gordurosos, delcool e falta de exerccio (Terris, 1996).

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    A Carta de Ottawa, resultado da I Conferncia Internacionalsobre Promoo de Sade, realizada em 1986, afirmaoficialmente a constatao de que os principais determinantes dasade so exteriores ao sistema de tratamento. Este documentopostula a idia da sade como qualidade de vida resultante de

    complexo processo condicionado por diversos fatores, taiscomo, entre outros, alimentao, justia social, ecossistema,renda e educao. No Brasil, a conceituao ampla de sadeassume destaque nesse mesmo ano, tendo sido incorporada aoRelatrio Final da VIII CNS(1986): Direito sade significa agarantia, pelo Estado, de condies dignas de vida e de acessouniversal e igualitrio s aes e servios de promoo, proteoe recuperao da sade, em todos os seus nveis, a todos oshabitantes do territrio nacional, levando ao desenvolvimentopleno do ser humano em sua individualidade (CNS, 1986:).

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    Nveis de Preveno

    A Carta de Ottawa aponta questes muito amplas comocondies e recursos fundamentais para a sade: paz, recursossustentveis, justia social, equidade. Ao mesmo tempo, definepromoo da sade como o processo de capacitao dacomunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e

    sade, incluindo uma maior participao no controle desteprocesso. Esta ampla gama de pr-requisitos se expressa noscinco campos de ao preconizados para a promoo da sade:

    1- Elaborao e implementao de polticas pblicas saudveis. 2- Criao de ambientes favorveis sade.

    3- Reforo da ao comunitria. 4- Desenvolvimento de habilidades pessoais 5- Reorientao do sistema de sade.

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    Nveis de Preveno

    Os conceitos de preveno de doenas e de promoo da sadeno se distinguem claramente na prtica do setor sade. Asprticas em promoo da sade, da mesma forma que as depreveno de doenas, fazem uso do conhecimento tcnico ecientfico especfico do campo da sade.

    No espao clnico, as atividades de promoo da sade no sediferenciam de intervenes de preveno de doenas. Estasintervenes podem ser tradicionalmente mdicas, comoimunizao, screening, ou tratamento com quimioterpicos, ouenvolver intervenes educativas sobre mudanas de estilos de

    vida individuais. Os profissionais de sade podem estarenvolvidos em aes de promoo de sade mais amplas, comodesenvolvimento comunitrio, ou influenciando a formulao depolticas de sade (Florin & Basham, 2000).

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    Bibliografia

    SILVA, M.J, BESSA, M.A.P., Conceitos de Sade e DoenaSegundo a ptica dos Idosos de Baixa Renda, ver. Ciencia yEnfermaria XIV (1): 23-31, 2008.

    Manual de Distritos Sanitrios: Concepo e Organizao.

    ROCHA, A.A & CSAR, C.L.G. Sade Pblica- BasesConceituais. Ed. Atheneu, So Paulo, 2007. CZERESNIA, D.Aes de promoo sade e preveno

    de doenas: o papel da ANS. Frum de Sade Suplementar,2003.

    ALMEIDA, L.M., Da preveno primordial prevenoquaternria. Rev. Preveno em Sade, vol.23, n 1,janeiro/junho 2005.


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