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8/17/2019 71026429 Introducao a Psicopedagogia
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APOSTILA DE INTRODUÇÁO A PSICOPEDAGOGIA
EMENTA: o estudo da história da Psicopedagogia com vistas a uma formação
reflexiva e crítica, sobre a atuação do psicopedagogo em sua ação preventiva ou
remediativa, fazem parte do processo de conhecimento do especialista assim
como situa-o em seu contexto de atuação e sua ética profissional.
Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, e surgiu de uma demanda!
o problema de aprendizagem. " trabalho psicopedagógico pode estar
relacionado com e#uipes ligadas ao campo da $ducação e %a&de. 'ormas de
atuação do Psicopedagogo. s diferenças e as relaç(es entre psicopedagogia
terap)utica e a preventiva.
OBJETIVO:
*. $specializar profissionais para atuar de forma preventiva nos dist&rbios
de aprendizagem, através do estudo do fen+meno educativo e nas
diferentes formas de a#uisição do conhecimento
./esenvolver e possibilitar ao psicopedagogo oportunidade de reflexão,
sobre sua atuação, através de aprofundamento teórico, ética e
delimitação do campo profissional.Propiciar conhecimento sobre o desenvolvimento histórico do
psicopedagogia e da pr0tica do psicopedagogo, tanto clínico #uanto
institucional
1.Propiciar um primeiro contato com os pressupostos teóricos #ue apóiam e
dão consist)ncia 2 pr0tica psicopedagógica clínica e institucional através
de muita leitura e discussão.
CONTEÚDO:
3.4onceituar Psicopedagogia
5."b6eto de $studo da Psicopedagogia
7.8eorias #ue embasam o trabalho psicopedagógico
9.4ampo de atuação do psicopedagogo
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8raços históricos da Psicopedagogia na rgentina
Percursos da Psicopedagogia no :rasil
;.tuação da psicopedagogia clínica
0dia parecida. A Psicope!"o"i! #o B$!si%: co#&$i'(i)*es !
p!$&i$ ! p$+&ic!. Porto legre! $d. rtes ?édicas, 1@. $d. 1.
GASPARIAN, ?aria 4ecília 4astro. Co#&$i'(i)*es o oe%o $e%!cio#!%
sis&-ico p!$! ! psicope!"o"i! i#s&i&(cio#!%, -%ão Paulo! Aemos $ditorial,
**;.
MONEREO, 4arles. O !ssesso$!e#&o psicope!"."ico: (! pe$pec&i/!
p$o0issio#!% e co#s&$(&i/is&!12 4arles ?onereo e Bsabel %ole trad. :eatriz
ffonso >eves C Porto legre! rtes ?édicas %ul, 1.SCO3, :eatriz D. Aima et alli. Psicope!"o"i! 4 o c!$+&e$ i#&e$io$ #!
0o$!)5o e !&(!)5o p$o0issio#!%. Porto legre! rtes ?édicas, **.
PAIM1 %ara. Di!"#.s&ico e &$!&!e#&o os p$o'%e!s e !p$e#i6!"e1
Porto legre! rtes ?édicas, **7.
VISCA, Doege. 4línica Psicopedagogia C epistemologia convergente. Porto
legre! rtes ?édicas, *
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grupos humanos, #ue mediante a incorporação de informaç(es e o
desenvolvimento de experi)ncias, promovem modificaç(es est0veis na
personalidade e na dinEmica grupal as #uais revertem no mane6o instrumental
da realidade.
" ob6eto central de estudo da psicopedagogia est0 se estruturando em
torno do processo de aprendizagem humana! seus padr(es evolutivos normais e
patológicos e a influ)ncia do meio Ffamília, escola, sociedadeG em seu
desenvolvimento.
Psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação em %a&de e
$ducação, en#uanto pr0tica clínica, tem-se transformado em campo de estudos
para investigadores interessados no processo de construção do conhecimento e
nas dificuldades #ue se apresentam nessa construção. 4omo pr0tica preventiva,busca construir uma relação saud0vel com o conhecimento, de modo a facilitar a
sua construção.
HBIJ$A F*
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a razão da psicopedagogia.
Para os rgentinos também a aprendizagem preocupa, ou se6a, N a
aprendizagem com seus problemasO constitui-se no pilar-base da
psicopedagogia. %ão eles! lícia 'ernandez, %ara Pain, Dorge isca, ?ariana
?uller.
$ntão, o #ue é a PsicopedagogiaQ
Para %B%8" F**9G é uma 0rea de estudos #ue trata da aprendizagem
escolar, #uer se6a no curso normal ou nas dificuldades.
4?P"% F**9G, considera #ue os problemas de aprendizagem
constituem-se no campo da Psicopedagogia.
Por %"J% F**9G, a Psicopedagogia é vista como 0rea #ue investiga a
relação da criança com o conhecimento." 4ódigo de =tica da Psicopedagogia, no 4apítulo B, rtigo R, afirma #ue
N Psicopedagogia é campo de atuação em sa&de e educação o #ual lida com o
conhecimento, sua ampliação, sua a#uisição, distorç(es, diferenças e
desenvolvimento por meio de m<iplos processosO
Psicopedagogia é uma 0rea de estudos nova #ue pode e est0
atendendo os su6eitos #ue apresentam problemas de aprendizagem.
:"%% F**5G, a Psicopedagogia nasce com o ob6etivo de atender a
demanda C dificuldades de aprendizagem.
'$MM$BM F*
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preventivo.
" trabalho clínico não deixa de ser preventivo, pois trata alguns
transtornos de aprendizagem, podendo evitar o aparecimento de outros.
>essa modalidade de trabalho, deve o profissional compreender o #ue o
su6eito aprende, como aprende e por#ue além de perceber a dimensão da
relação entre psicopedagogo e su6eito de forma a favorecer a aprendizagem.
>o trabalho preventivo, a instituição, en#uanto espaço físico e psí#uico da
aprendizagem, é ob6eto de estudo da psicopedagogia, uma vez #ue são
avaliados os processos did0tico metodológicos e a dinEmica institucional #ue
interferem no processo de aprendizagem.
o psicopedagogo cabe saber como se constitui o su6eito, como este se
transforma em suas diversas etapas de vida, #uais os recursos de conhecimentode #ue ele disp(e e a forma pela #ual produz conhecimento e aprende.
$sse saber exige #ue o psicopedagogo recorra a teorias #ue lhe
permitam aprender, bem como 2s leis #ue regem esse processo! as influ)ncias
afetivas e as representaç(es inconscientes #ue o acompanham, o #ue pode
compromet)-lo e o #ue pode favorec)-lo.
" psicopedagogo precisa saber o #ue é ensinar e o #ue é aprender como
interferem os sistemas e métodos educativos os problemas estruturais #ue
interv)m no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar.
$nfim, a psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, #ue adveio
de uma demanda C o problema de aprendizagem. C 4omo se preocupa com o
problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de
aprendizagem, estudando assim as características da aprendizagem humana.
= necess0rio comentar #ue a Psicopedagogia é comumente conhecida
como a#uela #ue atende crianças com dificuldades de aprendizagem. = notório
o fato de #ue as dificuldades, dist&rbios ou patologias podem aparecer em
#ual#uer momento da vida e, portanto, a Psicopedagogia não faz distinção de
idade ou sexo para o atendimento.
tualmente, a Psicopedagogia vem se firmando no mundo do trabalho e
se estabelecendo como profissão.
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771OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA
>o livro da >0dia :ossa, a Psicopedagogia no :rasil, a autora cita v0rios
autores no #ue se refere ao ob6eto de estudo da psicopedagogia, ve6am a
seguir!
Para Higuel, So ob6eto central de estudo da Psicopedagogia est0 se
estruturando em torno do processo de aprendizagem humana! seus padr(es
evolutivos normais e patológicos C bem como a influência de meio Ffamília,
escola, sociedadeG no seu desenvolvimentoS F**, p. 15G.
/e acordo com >eves, Sa psicopedagogia estuda o ato de aprender e
ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa daaprendizagem, tomadas em con6unto. $, mais, procurando estudar a construção
do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de
igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais #ue lhe estão implícitosS
F**, p. 1G.
%egundo %coz, Sa psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e
suas dificuldades, e numa ação profissional deve englobar v0rios campos do
conhecimento, integrando-os e sintetizando-osSF**1,p.1G.
Para Iolbert! F...G o ob6eto de estudo da Psicopedagogia deve ser
entendido a partir de dois enfo#ues! preventivo e terap)utico. " enfo#ue
preventivo considera o ob6eto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em
desenvolvimento en#uanto educ0vel. " enfo#ue terap)utico considera o ob6eto
de estudo da psicopedagogia a identificação, an0lise, elaboração de uma
metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem
F*
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compreensão do processo de aprendizagem e a relação #ue o aprendiz
estabelece com a mesma, o ob6eto da psicopedagogia passa a ser mais
abrangente! a metodologia é apenas um aspecto no processo terap)utico, e o
principal ob6etivo é a investigação de etiologia da dificuldade de aprendizagem,
bem como a compreensão do processamento da aprendizagem considerando
todas as vari0veis #ue interv)m nesse processoS F**1, P. 3G.
/o ponto de vista de Leiss, Sa psicopedagogia busca a melhoria das
relaç(es com a aprendizagem, assim como a melhor #ualidade na construção
da própria aprendizagem de alunos e educadoresS F**, P. 9G.
4om refer)ncia aos profissionais brasileiros supracitados, pude-se
verificar #ue o tema aprendizagem ocupa-os e preocupa-os, sendo os
problemas desse processo F de aprendizagemG a causa e a razão da
Psicopedagogia. Pode-se observar esse pensamento traduzido nas palavras de
profissionais argentinos como licia 'ernandez, %ara Paín, Dorge isca, ?arina
?Kller, etc., #ue atuam na 0rea e estão envolvidos no trabalho teórico. Para
eles, Sa aprendizagem com seus problemasS constitui-se no pilar-base da
Psicopedagogia.
%egundo Dorge isca, a Psicopedagogia, #ue inicialmente foi uma ação
subsidi0ria da ?edicina e da Psicologia, perfilou-se como um conhecimento
independente e complementar, possuída de um ob6eto de estudo C o processo
de aprendizagem C e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos
próprios.
tualmente, a Psicopedagogia trabalha com uma concepção de
aprendizagem segundo a #ual participa desse processo um e#uipamento
biológico com disposiç(es afetivas e intelectuais #ue interferem na forma de
relação do su6eito com o meio, sendo #ue essas disposiç(es influenciam e são
influenciadas pelas condiç(es socioculturais do su6eito e do seu meio.
o psicopedagogo cabe saber como se constitui o su6eito, como este se
transforma em suas diversas etapas de vida, #uais os recursos de conhecimento
de #ue ele disp(e e a forma pela #ual produz conhecimento e aprende. =
preciso, também, #ue o psicopedagogo saiba o #ue é ensinar e o #ue é
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aprender como interferem os sistemas e métodos educativos os problemas
estruturais #ue interv)m no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no
processo escolar.
%egundo :ossa, faz-se, desta maneira, imperioso #ue, en#uanto
psicopedagogos, aprendemos sobre como os outros su6eitos aprendem e
também sobre como nós aprendemos. Para licia 'ern0ndez, esse saber só é
possível com uma formação #ue os oriente sobre tr)s pilares!
-pr0tica clínica, construção teórica, tratamento psicopedagógico-did0tico.
/e acordo com licia 'ern0ndez F**G, todo su6eito tem a sua
modalidade de aprendizagem,ou se6a, meios, condiç(es e limites para conhecer.
>o trabalho clínico, conceber o su6eito #ue aprende como um su6eito
epist)mico-epistemofílico implica procedimentos diagnósticos e terap)uticos #ueconsiderem tal concepção. Para isso, é necess0ria uma leitura clínica na #ual,
através da escuta psicopedagógica, se possa decifrar os processos #ue dão
sentido ao observado e norteiam a intervenção.
inda de acordo com licia 'ern0ndez, necessitamos incorporar
conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a intelig)ncia e o dese6o, estando
estes #uatro níveis basicamente implicados no aprender. 4onsiderando-se o
problema de aprendizagem na interseção desses níveis, as teorias #ue ocupam
da intelig)ncia, do inconsciente, do organismo e do corpo, separadamente, não
conseguem resolv)-lo.
'az-se necess0rio construir, pois, uma teoria psicopedagógica
fundamentada em conhecimentos de outros corpos teóricos, #ue,
ressignificados, embasem essa pr0tica.
71EMBASAMENTOS TE;RICOS
'undamentos da psicopedagogia implica refletir sobre as suas origens
teóricas desde o seu parentesco com a Pedagogia, #ue traz as indefiniç(es e
contradiç(es, de uma ci)ncia cu6os limites são os da própria vida humana.
4omo 60 mencionamos a psicopedagogia necessita de v0rias 0reas para
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compor o seu ob6eto de estudo! Psicologia, 'ilosofia, >eurologia, %ociologia,
Aínguistica e a Psican0lise, etc...
" conhecimento de diversas 0reas segundo os autores rgentinos e
:rasileiros servem para fundamentar a constituição de uma teoria
psicopedagógica.
/evido a complexidade do seu ob6eto de estudo, são importantes 2
psicopedagogia, conhecimentos específicos de diversas outras teorias, como!
• Psican0lise, #ue encarrega-se do inconsciente
• Psicologia %ocial, #ue visa a constituição do su6eito e suas relaç(es
familiares grupais e institucionais, em condição socio-culturais e
econ+micas
• $pistemologia T Psicologia genética, #ue analisa e descreve o
processo de como se constrói o conhecimento em interação com
outros e com os ob6etos.
• AingKística, encarrega-se da compreensão da linguagem.
• Pedagogia, contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem
• >europscologia, possibilita a compreensão dos mecanismos cerebrais
#ue sub6azem ao aprimoramento das atividades mentais. $tc...
/essa forma todas essas teorias F0reasG fornecem meios para refletir e
operar no campo psicopedagógico.
"s profissionais da psicopedagogia, sustentam a sua pr0tica em
pressupostos teóricos.
" foco de atenção do psicopedagogo, é a reação do su6eito diante das
tarefas, considerando resist)ncias, blo#ueios, lapsos, hesitaç(es, repetição,
sentimentos de angustias.
tualmente, a Psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber-fazer,
2s condiç(es sub6etivas e relacionais C em especial familiares e escolares C 2s
inibiç(es, atrasos e desvios do su6eito ou grupo a ser diagnosticado.
" conhecimento psicopedagogico não se cristaliza numa delimitação fixa,
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nem nos déficits e alteraç(es sub6etivas do aprender, mas avalia a possibilidade
do su6eito, a disponibilidade afetiva de saber e de fazer, reconhecendo #ue o
saber é próprio do su6eito.
7as décadas de 5 a 9, na 'rança, a ação do pedagogo era vinculada 2
do médico. >o ano de *59, em Paris foi criado o primeiro centro
psicopedagógico. " trabalho cooperativo entre médico e pedagogo era
destinado a crianças com problemas escolares, ou de comportamento e eram
definidas como a#uelas #ue apresentavam doenças cr+nicas como diabetes,
tuberculose, cegueira, surdez ou problemas motores. denominação
NPsicopedagógicoO foi escolhida, em detrimento de N?édico PedagógicoO, por#ue
acreditava-se #ue os pais enviariam seus filhos com menor resist)ncia.
$m decorr)ncia de novas descobertas científicas e movimentos sociais, a
Psicopedagogia sofreu muitas influ)ncias.
$m *7
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>as décadas de 7 e 9 a categoria profissional dos psicopedagogos
organizou-se no país, com a divulgação da abordagem psico-neurológica do
desenvolvimento humano.
tualmente novas abordagens teóricas sobre o desenvolvimento e a
aprendizagem, bem como in&meras pes#uisas sobre os fatores intra e extra-
escolares na determinação do fracasso escolar, contribuíram para uma nova
visão mais crítica e abrangente.
7>1CAMPO DE ATUAÇ9O
" campo de atuação est0 se ampliando, pois o #ue inicialmente
caracterizava-se somente no aspecto clínico FPsicopedagogia 4línicaG, ho6epode ser aplicado no segmento escolar FPsicopedagogia BnstitucionalG e ainda
em segmentos hospitalares, empresariais e em organizaç(es #ue aconteçam a
gestão de pessoas.
" aspecto clínico é realizado em 4entros de tendimento ou 4línicas
Psicopedagógicas e as atividades ocorrem geralmente de forma individual.
" aspecto institucional, como 60 mencionado, acontecer0 em escolas e
organizaç(es educacionais e est0 mais voltada para a prevenção dos
insucessos relacionais e de aprendizagem, se bem #ue muitas vezes, deve-se
considerar a pr0tica terap)utica nas organizaç(es como necess0ria.
/e acordo com D&lia $ug)nia Ionçalves, ?estra em $ducação e
Psicopedagoga, Né preciso #ue se6a feita uma ressalva #uanto 0 maneira como
a Psicopedagogia encara a aprendizagem humana, vista sempre como uma
feição própria do indivíduo se relacionar com o 4onhecimento gerado e
armazenado pela 4ultura e os problemas de aprendizagem como oriundos de
fraturas ocorridas nessa relação, vínculos mal estabelecidos entre aprendentes
e ensinantes, se6a por fatores de natureza orgEnica, cognitiva ou emocional.
" trabalho psicopedagógico, portanto, não se apresenta como
reeducativo, mas, sim , como terap)utico Fuma terapia centrada na
aprendizagemG não se dirige para um p&blico específico, por#ue aprendentes
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somos todos nós, humanos ! crianças, 6ovens, ou velhos #ue nos mantemos
vivos e atuantes, en#uanto aprendemos e ensinamos e podemos contribuir com
a nossa marca para a evolução da humanidade.
inda segundo Dulia, Na atuação do psicopedagogo difere da#uela do
psicólogo, pois este não est0 preocupado especificamente com a
aprendizagem , como a#uele. 4ostumo dizer #ue o ser humano, em sua
complexidade, sempre articula uma maneira de pedir a6uda, #uando est0 em
dificuldades de #ual#uer natureza. %e6a a criança, apresentando uma dificuldade
específica na $scola se6a o 6ovem , fazendo muitas vezes uma verdadeira
negação da escolaridade e enveredando pela marginalidade se6a o idoso,
entrando em depressão por se 6ulgar incapaz de aprender e continuar
contribuindo para sua comunidade . Wuando esse pedido de a6uda se d0 viaaprendizagem, aí deve atuar o psicopedagogo, por ser o profissional cu6a
formação o habilita para compreender e atender tais solicitaç(es.
Psicopedagogia aplicada a segmentos hospitalares e empresariais est0
voltada para a manutenção de um ambiente harm+nico e 2 identificação e
prevenção dos insucessos interpessoais e de aprendizagem. Pode ser realizada
de forma individual ou em grupo.
= possível perceber #ue a Psicopedagogia também tem papel importante
em um novo momento educacional #ue é a inserção e manutenção dos alunos
com necessidades educativas especiais F>$$G no ensino regular, comumente
chamada inclusão.
$ntende-se #ue colocar o aluno com >$$ em sala de aula e não criar
estratégias para a sua perman)ncia e sucesso escolar inviabiliza todo o
movimento nas escolas. 'az-se premente a necessidade de um
acompanhamento e estimulação dos alunos com >$$ para #ue as suas
aprendizagens se6am efetivas.
7?1COMPET@NCIA DO PSICOPEDAGOGO
4ompet)ncia é #ualidade de #uem é capaz de resolver certo
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assunto, fazer determinada coisa. Bmplica em capacidade, habilidade para o
exercício de uma função.
4ompetente não é só #uem possui uma aptidão, mas #uem
tem sufici)ncia, propriedade e ade#uação na tarefa #ue executa.
cumpre-nos analisar o #ue faz o psicopedagogo, #ual é sua
tarefa, a fim de #ue possamos avaliar as compet)ncias #ue dela derivam.
" prefixo N psi N não é moderno. /eriva de N physis “, utilizado
pelos pré-socr0ticos para definir a totalidade de tudo #ue é .
Para %er, necess0rio se faz possuir as características da
espécie humana.
'ílon, de lexandria, desvelava a condição humana dentro de
um #uatérnio!basar, soma - dimensão corporal
nephesh - dimensão psí#uica
nous - dimensão consciente, cognitiva
pneuma- o sopro - dimensão espiritual .
%ara Paín , utiliza também um #uatérnio para explicar as vias
pelas #uais os seres humanos acedem ao N 4onhecimento N. . $stas #uatro
estruturas permitirão ao beb) captar o conhecimento, para reproduzir-se como
humano, para ser. %ão elas!
" organismo - substrato biológico
" corpo - lugar da identidade
estruturas cognitivas- intelig)ncia
estrutura simbólica - função semiótica F sinais, signos e símbolos
G
Podemos ,então, concluir #ue psi- é um prefixo aplic0vel a seres
humanos e #ue psicopedagogos trabalham com esta categoria.
%er humano é então, desde a antigKidade, ser diferente.
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%er humano é ser aprendendente , recriando e criando
conhecimentos. %er humano é buscar a liberdade na obrigação da interpretação.
$sta é sua dialética.
Para realizar um trabalho N psi N, necess0rio se faz, portanto,
interpretar.
" homem é o &nico animal hermen)utico. $le é dotado de um
pensamento reflexivo, #ue o capacita a fazer um 6uízo de valor sobre si mesmo,
sobre os outros e sobre a realidade #ue o cerca.
/esde o início da Uistória da humanidade, temos testemunhos
do trabalho de algunsO psis
Wuem nos apresenta a eles é 'ílon, #ue assim denomina um
grupo de homens de cultura helenística."s terapeutas eram hermeneutas habilitados na arte da
interpretação dos textos sagrados, dos sonhos e dos eventos da exist)ncia.
#ueles #ue 'ílon de lexandria chamava de terapeutas tinham
uma maneira de viver bem diferente da#uela #ue vivenciam os #ue ho6e levam
esse nome.
" psicopedagogo ser0 um terapeuta Q esta pergunta tanto atrai
como amedronta. = a dialética de uma atividade ainda não totalmente
especificada e regulamentada.
8erapia é, sem d&vida nenhuma, N arte da interpretação N.
$feitos e afetos modificam-se em direção a um melhor ou a um
pior, de acordo com o sentido #ue se d0 a um sofrimento, um evento, um sonho
ou um texto . "s acontecimentos são o #ue são, o #ue se faz deles depende do
sentido #ue se lhes d0.
palavra therapeutes precisa ser melhor especificada.$la pode
apresentar dois sentidos principais a partir do verbo de #ue provém!
-servir, cuidar, honrar
1 -tratar, sarar
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8erapeuta é a#uele #ue cuida, #ue se desvela em direção ao
outro procurando aliviar-lhe os sofrimentos. = a#uele #ue cuida, não o #ue cura.
$le est0 l0 apenas para por o su6eito nas melhores condiç(es possíveis, a fim de
#ue este atue e venha a se curar.
8erapeuta é também a#uele #ue honra, e #ue, portanto, é
respons0vel por uma ética sub6acente 2 sua atividade. >este sentido, os
terapeutas sa( também filósofos, por#ue estão sempre em busca da verdade
#ue se encontra por detr0s das apar)ncias. " homem é seu livro de estudos e
ele ama o Uomem e a sabedoria #ue dele se origina. Bsso pode parecer uma
utopia, para muitos, mas, utopia não é o irrealiz0vel, mas o irrealizado X /este
modo, podemos fazer uma leitura da descrição dos terapeutas, como algo
semelhante ao mito fundador, original, de todas as terap)uticas. psicopedagogia é uma forma de terapia. /aí não haver a
distinção, como lembra lícia, entre psicopedagogia institucional e clínica. 8odo
trabalho psi é clínico se6a realizado numa instituição ou entre as #uatro paredes
de um consultório. 4línica é a nossa atitude de respeito pelas viv)ncias do
outro, de disponibilidade perante seus sofrimentos, de olhar e de escuta além
das apar)ncias #ue nos são expostas.
" psicopedagogo é um terapeuta #ue trabalha com esta
característica b0sica do ser humano #ue é a aprendizagem
'ílon define os terapeutas como a#ueles #ue cuidavam do
corpo, das imagens e dos ar#uétipos #ue o animam, do dese6o e do "utro.
e6amos o #ue eu penso #ue ele #ueria dizer com isto e como
podemos estabelecer uma relação deste #uatérnio, com a compet)ncia do
psicopedagogo!
1;.4uidar do corpo ! não o corpo compreendido como
organismo. Aembremo-nos de %ara Pain e da distinção
#ue ela traça entre estas duas estruturas. " corpo de #ue
cuidamos é a#uele transversalizado pelo dese6o, um corpo
animado F Enima - a#uilo #ue anima, #ue d0 o
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movimento G. >ão um corpo ob6eto, mas um corpo su6eito,
#ue N fala N. 4uidar do corpo é prestar atenção ao sopro
#ue o anima e #ue possibilita a aprendizagem. = preciso
um movimento para #ue ocorra aprendizagem. 4aber0 ao
terapeuta a função de dialogar com este corpo, desatando
os nós #ue se colocam como impelidos 0 vida e 2
intelig)ncia criativa.
1ão é ensinar, é possibilitar aprendizagens.
1*.4uidar do dese6o!uma palavra #ue ocorre muitas vezes na
obra de 'ílon é N$#uilíbrioO . 4uidar do dese6o é não
percorrer um caminho de excessos, mas um caminho do
meio. " dese6o é o do "utro e o meu. >o trabalho
psicopedagógico não existe professor e aluno, mas
ensinante e aprendente #ue interagem sem possuírem
papéis fixos ou predeterminados. >ão se trata de #uerer a
todo custo fazer compreender, #uerer #ue o outro
compartilhe as nossas mais íntimas convicç(es. Bsso de
nada serve e denota uma vontade de poder. ?elhor é
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respeitar o do outro como se respeita o seu próprio rítmo.
4uidar do dese6o é atentar para as próprias necessidades,
é procurar supervisão e terapia para a melhoria de nossa
escuta e de nosso olhar, #ue se direciona tanto para o
outro como para nós mesmos.
3.4uidar do outro ! verdade é a condição da alegria, e, por
isso, é necess0rio, ver com clareza. Bsso sup(es sair das
pro6eç(es, #ue não nos deixam ver o #ue é. = precisoO por
entre par)ntesisO. Bsso significa olhar para uma pessoa,
um acontecimento e não pro6etar sobre isto nossos
temores e dese6os, todas as nossas lembranças. = deixarde lado o próprio ponto de vista e os seus
condicionamentos, ver as coisas a partir delas mesmas,
em sua N outridade. " olhar do terapeuta não deve ser
claro apenas no sentido de l&cido, mas também no sentido
de esclarecedor. /iante de um olhar assim, a pessoa não
se sente 6ulgada, nem menosprezada, mas aceita, e esta
aceitação é a condição necess0ria para #ue se inicie o
caminho de cura. d#uirir um olhar esclarecedor, para o
terapeuta, é ad#uirir a humildade é relativisar o N eu N.
compet)ncia do psicopedagogo est0, portanto, na difícil tarefa
de por em articulação teoria e pr0tica. >ão existe psicopedagogo en#uanto o N
fazer N não se inicia. >ão existe Psicopedagogia sem a busca da verdade #ue
esta inscrita no conhecimento de si e do outro e na criação de novos
conhecimentos.
= necess0ria uma integração também entre os saberes
científicos, a fim de #ue a compet)ncia do psicopedagogo se6a sentida!
epistemológico - especificidades dos conhecimentos
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18/75
saberes científicos! metodológico -encontrar respostas
pessoais aos
conhecimentos em #uestão
pedagógico - transmissão dos conhecimentos
$scolher a psicopedagogia como terapia, fazer-se terapeuta é
uma assumir a responsabilidade por uma formação contínua e cada vez mais
aprofundada nas #uest(es humanas, é assumir a responsabilidade por uma
atividade #ue implica um saber interdisciplinar e eclético, sem sectarismos de
#ual#uer espécie, é estar aberto para as mudanças.
81PROJETO LEI
Pro6eto Aei n. 315T*; do /eputado :arbosa >eto #ue regulamenta a
profissão do Psicopedagogo e cria o 4onselho 'ederal e os 4onselhos
Megionais de Psicopedagogia.
• " psicopedagogo é o profissional #ue auxilia na identificação e
resolução dos problemas no processo de aprender. " Psicopedagogoest0 capacitado a lidar com as dificuldades de aprendizagem, um dos
fatores #ue leva a multirepet)ncia e 2 evasão escolar, conduzindo a
marginalização social.
O Psicope!"o"o:
31.Possibilita intervenção visando 2 solução dos problemas de aprendizagem
tendo como enfo#ue o aprendiz ou a instituição no ensino p&blico ou
privadoç
33.Mealiza o diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos,
instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia
35.tua na prevenção dos problemas de aprendizagem
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37./esenvolve pes#uisas e estudos científicos relacionados ao processo de
aprendizagem e seus problemas
39."ferece assessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em espaços
institucionais, inclusive no ensino superior
3;."rienta, coordena e supervisiona cursos de especialização de
psicopedagogia, em nível de pós-graduação, expedidos por instituiç(es ou
escolas devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação
vigente.
O UE O PSICOPEDAGOGO OBSERVA NO INDIVDUO
• 4oordenação motora ampla
• specto sensório motor
• /ominEncia lateral
• /esenvolvimento rítmico
• /esenvolvimento motor fino
• 4riatividade
• $volução do traçado e do desenho
• Percepção e discriminação visual e auditiva
• Percepção espacial
• Percepção iso-motora
• "rientação e relação espaço-temporal
• #uisição e articulação de sons
• #uisição de palavras novas
• $laboração e organização mental
• tenção e concentração
• $xpressão pl0stica
• #uisição de conceitos
• /iscriminação e correspond)ncia de símbolos
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• Maciocínio lógico matem0tico.
Psicopedagogia h0 muito tempo é reconhecida, respeitada e
regulamentada em países culturalmente desenvolvidos como! rgentina,
$stados Jnidos, 'rança Fonde surgiu em meados do sec. VBVG .
>europediatras, Psi#uiatras e $ducadores, começaram a estudar e trabalhar
temas pertinentes a problemas relacionados com a conduta e o comportamento
do indivíduo, principalmente com relação ao seu desenvolvimento cognitivo,
afetivo, emocional, orgEnico e motor.
1A PRÁIS PSICOPEDAGOGICA
pr0xis psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos
processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e
corporais.
818 4 Psicope!"o"i! C%#ic!
/iagnostica, orienta, atende em tratamento e investiga osproblemas emergentes nos processos de aprendizagem. $sclarece os
obst0culos #ue interferem para haver uma boa aprendizagem. 'avorece o
desenvolvimento de atitudes e processos de aprendizagem ade#uados.
Mealiza o diagnóstico-psicopedagógico, com especial )nfase nas
possibilidades e pertubaç(es da aprendizagem esclarecimento e
orientação ocacional operativa em todos os níveis educativos.
psicopedagogia no campo clínico emprega como recurso
principal a realização de entrevistas operativas delicadas e a progressiva
resolução da problem0tica individual eTou grupal da#ueles #ue a
consultam.
817 4 Psicope!"o"i! I#s&i&(cio#!%
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21/75
psicopedagogia vem atuando com muito sucesso nas diversas
Bnstituiç(es, se6am escolas, hospitais e empresas. %eu papel é analisar os
fatores #ue favorecem, intervem ou pre6udicam uma boa aprendizagem
em uma instituição. Prop(e e a6uda o desenvolvimento dos pro6etos
favor0veis a mudanças.
Portanto o ob6etivo do psicopedagogo é o de!
• 4onduzir a criança ou adolescente, o adulto ou a Bnstituição a
reinserir-se, reciclar-se numa escolaridade normal e saud0vel, de
acordo com as possibilidades e interesses dela.
• Promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em
atendimento profissional, valendo-se dos recursos disponíveis,
incluindo a relação interprofissional.
• tender indivíduos #ue apresentem dificuldades para aprender por
diferentes causas, estando assim, inadaptados social ou
pedagogicamente.
• $ncora6ar a#uele #ue aprende 2 tornar-se cada vez mais aut+nomo
em relação ao meio, em interagir com os colegas e resolver os
conflitos entre eles mesmos a ser independente e curioso a usariniciativa própria 8er confiança na habilidade de formar idéias próprias
das coisas a exprimir suas idéias com convicção e conviver
construtivamente com medos e ang&stias.
Psicopedagogia tem muito a ensinar sobre o vínculo
professorTaluno, professorTescola e sua incid)ncia na construção do
conhecimento e na constituição sub6etiva de alunos e educadores.
Psicopedagogia tem trabalhado com as relaç(es entre as
modalidade de ensino da escola e dos professores e as modalidades de
aprendizagem de alunos e educadores.
Psicopedagogia oferece in&meros conhecimentos e formas de
atuação para a abertura de espaços ob6etivosTsub6etivos onde a autoria
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do pensamento de alunos e professores se6a possível e,
conse#uentemente, a aprendizagem ocorra.
" Psicopedagogo t)m realizado trabalhos com grupos de
educadores resgatando suas histórias de aprendizagem, ressignificando
seus modelos de aprendentesTensinantes t)m proporcionado a abertura
de espaços vivencias para #ue os educadores reconheçam a própria
autoria de pensamento, permitindo assim #ue seus alunos também se6am
su6eitos pensantes. $spaços onde os educadores se conectam com a
ang&stia de conhecer e de desconhecer redimensionando seus vínculos
com os alunos.
" trabalho psicopedagógico tem como base 2s teorias de Dean Piaget,
YgostZY. Uo[ard Iardner. UenrY Lallon, 'reud, Perrenoud, /avid usebel, Pichon, etc..
1TICA PROFISSIONAL
"s psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos #ue estão
condensados no 4ódigo de =tica, devidamente aprovado pela ssociação
:rasileira de Psicopedagogia, no ano de **9.
" 4ódigo de =tica regulamenta as seguintes situaç(es!
• os princípios da Psicopedagogia
• as responsabilidades dos psicopedagogogos
• as relaç(es com outras profiss(es
• o sigilo
• as publicaç(es científicas
•
a publicidade profissional• os honor0rios
• as relaç(es com a educação e sa&de
• a observEncia e cumprimento do código de ética e
as disposiç(es gerais.
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C!p&(%o I H Dos P$i#cpios
A$&i"o 8
Psicopedagogia é um campo de atuação em educação e sa&de #ue lida com o
processo de aprendizagem humana seus padr(es normais e patológicos, con-
siderando a influ)ncia do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvol-
vimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia.
Par0grafo \nico
intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relaciona
do com o processo de aprendizagem.
A$&i"o 7 Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Jtiliza recursos das v0rias
0reas, do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender no
sentido, ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprias.
A$&i"o
" trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de car0ter
preventivo eTou remediativo.
A$&i"o
8/17/2019 71026429 Introducao a Psicopedagogia
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A$&i"o ?
%ão deveres fundamentais dos psicopedagogos!
aG ?anter-se atualizado #uanto aos conhecimentos científicos e técnicos #ue
tratem do fen+meno da aprendizagem humana.
bG ]elar pelo bom relacionamento com especialistas de outras 0reas, mantendo
uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação 2s diferentes vis(es de
mundo.
cG ssumir somente as responsabilidades para as #uais este6a preparado dentro
dos limites da compet)ncia psicopedagógica.
dG 4olaborar com o progresso da Psicopedagogia. eG /ifundir seus
conhecimentos e prestar serviços nas agremiaç(es de classe sempre #uepossível.
fG Mesponsabilizar-se pelas avaliaç(es feitas, fornecendo ao cliente uma defi-
nição clara do seu diagnóstico.
gG Preservar a identidade, parecer eTou diagnóstico do cliente nos relatos e .
discuss(es feitos a título de exemplos e estudos de casos.
hG Mesponsabilizar-se por crítica feita a colegas na aus)ncia destes
iG ?anter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente
ou acumpliciar-se, de #ual#uer forma, com o ato ilícito ou cal&nia. " respeito e a
dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo
para a harmonia da classe e a manutenção do conceito p&blico.
C!p&(%o III H D!s $e%!)*es co o(&$!s p$o0iss*es
A$&i"o
" psicopedagogo procurar0 manter e desenvolver boas relaç(es com os compo-
nentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o
seguinte!
aG 8rabalhar nos estritos limites das atividades #ue lhe são reservadas.
bG Meconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
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25/75
encaminhando-os a profissionais habilitados e #ualificados para o atendimento.
C!p&(%o IVHDo si"i%o
A$&i"o
" Psicopedagogo est0 obrigado a guardar sigilo sobre fatos de #ue tenha co-
nhecimento em decorr)ncia do exercício de sua atividade.
Par0grafo \nico
>ão se entende como #uebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas
comprometidos com o atendimento.
A$&i"o
" Psicopedagogo não revelar0, como testemunha, fatos de #ue tenhaconhecimento no exercício de seu trabalho, a menos #ue se6a intimado a depor
perante autoridade competente.
A$&i"o 8K
"s resultados de avaliaç(es só serão fornecidos a terceiros interessados
mediante concordEncia do próprio avaliado ou do seu representante legal.
A$&i"o 88
"s prontu0rios psicopedagógicos são documentos sigilosos e não ser0
fran#uiado o acesso a pessoas estranhas ao caso.
C!p&(%o V H D!s p('%ic!)*es cie#&0ic!s
>a publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes
normas!
aG s discordEncias ou críticas deverão ser dirigidas 2 matéria em discussão e
não ao autor.
bG $m pes#uisa ou trabalho em colaboração, dever0 ser dada igual )nfase aos
autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores
2#uele #ue mais contribuiu para a realização do trabalho.
cG $m nenhum caso o Psicopedagogo se prevalecer0 da posição hier0r#uica
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26/75
para fazer publicar em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua
orientação.
dG $m todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliogr0fica utilizada,
bem como esclarecidas as idéias descobertas e as ilustraç(es extraídas de cada
autor.
C!p&(%o VI H D! p('%ici!e p$o0issio#!%
A$&i"o 8
" Psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
dever0 faze-lo com exatidão e honestidade.
A$&i"o 8
"s honor0rios deverão ser fixados com cuidado a fim de #ue representem 6usta
retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados previamente.
Capítulo VIII H Das relações com educação e saúde
A$&i"o 8?
" Psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridade competentes sobre
a organização, a implantação e a execução de pro6etos de $ducação e %a&de
P&blica relativas a #uest(es psicopedagógicas.
C!pi&(%o I H D! o'se$/#ci! e c(p$ie#&o o c.i"o e &ic!
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27/75
A$&i"o 8
4abe ao Psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código.
A$&i"o 8
4abe ao 4onselho >acional da :Pp orientar e zelar pela fiel observEncia dos
princípios éticos da classe.
A$&i"o 8
" presente código poder0 ser alterado por proposta do 4onselho da :Pp e
aprovado em ssembléia Ieral
C!pi&(%o H D!s Disposi)*es Ge$!is
A$&i"o 7K" presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em ssembléia
Ieral, realizada no $ncontro e BB 4ongresso de Psicopedagogia da :Pp em
1T;T**1, e sofreu a @ alteração proposta pelo 4ongresso >acional e >ato no
bi)nio *7T*9 sendo aprovado em *T;T**9, na ssembléia Ieral do BBB
4ongresso :rasileiro de Psicopedagogia, da :Pp, da #ual resultou a presente
redação.
ssim sendo, o psicopedagogo deve ser um profissional #ue tem
conhecimentos multidisciplinares, pois em um processo de avaliação
diagnóstica, é necess0rio estabelecer e interpretar dados em v0rias 0reas. "
conhecimento dessas 0reas far0 com #ue o profissional compreenda o #uadro
diagnóstico do aprendente e favorecer0 a escolha da metodologia mais
ade#uada, ou se6a, o processo corretor, com vista a superação das
inade#uaç(es do aprendente.
= necess0rio ressaltar também #ue a atualização profissional é imperiosa,
uma vez #ue trabalhando com tantas 0reas, a descoberta e a produção do
conhecimento é bastante acelerada.
>o #ue diz respeito 2 Pedagogia, a relação #ue se pode estabelecer com
a Psicopedagogia, é #ue ela representa uma das colunas de sustentação do
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emergente campo de conhecimento, assim como igual importEncia, tem a
Psicologia e outras 0reas de conhecimento #ue o permeiam.
Psicopedagogia nasceu, especialmente, da necessidade de
compreensão e atendimento 2s pessoas com dificuldades e dist&rbios de
aprendizagem e ao longo de sua estruturação, veio e vem ad#uirindo novas
perspectivas.
8K 4 A =ISTORIA DA PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL E NA ARGENTINA
:ossa, em sua obra Psicopedagogia no :rasil faz um resumo referente a
tra6etória da Psicopedagogia, ressalta #ue o movimento da Psicopedagogia no
:rasil deu-se devido ao seu histórico na rgentina.
autora articula #ue encontra-se trabalhos de autores argentinos na
literatura brasileira, os #uais constituem os primeiros esforços no sentido de
sistematizar um corpo teórico da Psicopedagogia. origem do pensamento
argentino acerca da Psicopedagogia, est0 fortemente marcada pela literatura
francesa. utores como Dac#ues Aacan, ?aud ?annoni, 'rançoise /olto, Duli0n
de 6uriaguerra, Danine ?erY, ?ichel Aobrot, Pierre aYer, ?aurice /ebesse,
Mené /iatZine, Ieorge ?auco, Pichón-Mivi^re e outros, são fre#Kentemente
citados nos trabalhos argentinos.
Melata a autora #ue, a Psicopedagogia nasceu na $uropa, ainda no
século VBV. Bnicialmente, pensaram sobre o problema de aprendizagem! os
filósofos, os médicos e os educadores.
/e acordo com :ossa, na literatura francesa C encontra-se, entre outros,
os trabalhos de Danine ?erY, psicopedagoga francesa, #ue apresenta algumas
consideraç(es sobre o termo psicopedagogia e sobre a origem dessas idéias na
$uropa, e os trabalhos de Ieorge ?auco, fundador do primeiro centro médico-
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29/75
psicopedagógico na 'rança onde se percebe as primeiras tentativas de
articulação entre ?edicina, Psicologia, Psican0lise e Pedagogia, na solução dos
problemas de comportamento e de aprendizagem.
" termo psicopedagogia curativa, foi adotado por Danine ?erY, usado
para caracterizar uma ação terap)utica #ue considera aspectos pedagógicos e
psicológicos no tratamento de crianças #ue apresentam fracasso escolar. 8ais
crianças S experimentam dificuldades ou demonstram lentidão em relação aos
seus colegas no #ual diz respeito 2s a#uisiç(es escolaresS FDanine ?erY, *
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30/75
inicialmente 2s crianças retardadas.
Posteriormente, o método ?ontessori foi estendido a todas as crianças, sendo
ho6e utilizado em muitas $scolas. %ua principal preocupação est0 na educação
da vontade e na alfabetização, via estimulação dos órgãos dos sentidos C sendo
por isso classificado como sensorial Fcf. ?ontessori, *75G.
" psi#uiatra "vidir /ecrolY também se preocupou com a ed. infantil,
utilizando técnicas de observação e filmagem para estudar as situaç(es de
aprendizagem. 4riou os famosos 4entros de Bnteresse, #ue perduram até os
nossos dias Fcf. /ecrolY, *1*G.
4onforme ?erY F*
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31/75
afirma #ue o curso de Psicopedagogia passou por tr)s momentos distintos
devido a alteraç(es nos seus planos de estudo. F:ossa e ?ontti, **, p.11G.
Para 'ern0ndez e ?ontti, o segundo momento da Psicopedagogia na
rgentina é constituído pelos planos de *93, *95 e *9*, nos #uais se
evidencia a influ)ncia da Psicologia $xperimental na formação do
psicopedagogo. >este momento, busca-se a formação instrumental do
profissional, ou se6a, procura-se capacit0-lo na medição das funç(es cognitivas e
afetivas.
/urante os trinta anos #ue se passaram desde o seu estabelecimento na
rgentina, a Psicopedagogia tem ocupado um significado espaço no Embito da
educação e da sa&de. >esse processo evolutivo, é importante destacar um fato
relevante #ue permitiu mudanças na abordagem da Psicopedagogia! dareeducação 2 clínica. >a década de *; criou-se em :uenos ires os 4entros
de %a&de ?ental, onde atuavam e#uipes de psicopedagogos #ue faziam
diagnóstico e tratamento. $sses profissionais observavam #ue, depois de um
ano de tratamento, #uando os pacientes retornavam para controle, haviam
SresolvidoS os seus problemas de aprendizagem. $ntretanto, em lugar desses
problemas surgiam graves dist&rbios de personalidade! fobias, traços psicóticos,
etc. "s reeducadores tomaram, então, consci)ncia de #ue haviam afogado o
&nico grito #ue esses su6eitos tinham para se expressar, produzindo-se, pois, um
deslocamento de sintoma. partir daí ocorre uma grande mudança na
abordagem psicopedagógica. "s psicopedagogos começam a incluir no seu
trabalho o olhar e a escuta clínica da Psican0lise, resultando no atual perfil do
psicopedagogo argentino.
"bservam 'ern0ndez e ?ontti #ue, na rgentina, a atuação
psicopedagógica est0 ligada, fundamentalmente, a duas 0reas! a educação e a
sade. função do psicopedagogo na 0rea educativa é cooperar para diminuir o
fracasso escolar, se6a este da instituição, se6a do su6eito ou, o #ue é mais
fre#Kente, de ambos. $sse ob6etivo é perseguido através de assessoramento
aos pais, professores e diretores, para #ue possam decidir e opinar na
elaboração de planos de recreação, cu6o ob6etivo é o desenvolvimento da
8/17/2019 71026429 Introducao a Psicopedagogia
32/75
criatividade, do 6uízo crítico e da cooperação entre os alunos. inda na 0rea
educativa, psicopedagogo argentino atua no serviço de orientação vocacional,
na passagem do R para o 1R e deste par o 3R grau, bem como em outras
atividades #ue surgem em função de necessidades concretas da instituição.
Wuanto a 0rea de sa&de, o psicopedagogo, na rgentina, trabalha em
consultórios particulares eTou em instituiç(es de sa&de, hospitais p&blicos e
particulares. %ua função é reconhecer e atuar sobre as alteraç(es da
aprendizagem sistem0tica eTou assistem0tica. Procura-se reconhecer as
alteraç(es da aprendizagem sistem0tica, utiliza-se diagnóstico na identificação
dos m<iplos geradores desse problema e, fundamentalmente, busca-se
descobrir como o su6eito aprende. Jtilizam-se, no diagnóstico, testes para
melhor conhecer o paciente e a sua problem0tica, os #uais são selecionados emfunção de cada su6eito. Participam do processo diagnóstico tanto o su6eito
#uanto os pais.
8K17 4 Psicope!"o"i! #o B$!si%
/e acordo com :ossa, no :rasil, se explicou o problema de
aprendizagem como produto de fatores orgEnicos FAef^vre, *9o final da década de ;, surgiram os primeiros cursos de especialização
em Psicopedagogia no :rasil, idealizados para complementar a formação dos
psicólogos e de educadores #ue buscavam soluç(es para esses problemas.
$sses cursos foram estruturados e, dentro desse contexto histórico, amparadosnum conhecimento científico, fruto de uma dinEmica sociocultural #ue não a
nossa.
"s profissionais de Porto legre organizaram centros de estudos
destinados 2 formação e atualização em Psicopedagogia C nos moldes dos
cursos do 4entro ?édico de Pes#uisas de :uenos ires -, como o professor >ilo
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33/75
'ichtner, #ue fundou o 4entro de $studos ?édicos e Psicopedagógicos na
capital ga&cha. $ssa formação em Psicopedagogia d0-se num #uadro de
refer)ncias baseado num modelo médico de atuação. %egundo Iolbert F*ilo 'chtner
desde *;, prepara profissionais em Psicopedagogia 8erap)uticaS.
>este breve histórico da Psicopedagogia no :rasil, não se pode deixar de
mencionar o trabalho da professora IennY Iolubi de ?oraes, por sua
contribuição na compreensão e tratamento dos problemas de aprendizagem.
4oordenadora de cursos na PJ4-%P, foi respons0vel pela formação de um
grande n&mero de profissionais da Psicopedagogia #ue ho6e desenvolvem
importantes trabalhos na 0rea. Priorizou sempre o trabalho preventivo, deixando
clara a sua preocupação no sentido de fazer com #ue cada vez menos criançascheguem 2 clínica por problemas escolares.
nova abordagem desse curso pioneiro reflete a mudança na forma de
conceber a problem0tica do fracasso escolar e a busca pela identidade desse
profissional brasileiro, #ue nasce como reeducador e #ue, ao longo do tempo,
amplia o seu compromisso assumindo a responsabilidade com a diminuição dos
problemas de aprendizagem nas escolas e, conse#uentemente, com a redução
dos altos índices de fracasso escolar.
ssociação :rasileira de Psicopedagogia não deixa de dar contornos 2
pr0tica psicopedagógica em nosso País. 8em sido respons0vel pela organização
de eventos de dimensão nacional, bem como por publicaç(es cu6os temas
retratam as preocupaç(es e tend)ncias na 0rea.
%egundo :ossa, o trabalho psicopedagógico não pode confundir-se com
a pr0tica psicanalítica e nem tampouco com #ual#uer pr0tica #ue conceba uma
&nica face do su6eito. Jm psicopedagogo, cu6o ob6eto de estudo é a
problem0tica da aprendizagem, não pode deixar de observar o #ue sucede entre
a intelig)ncia e os dese6os inconscientes. /iz Piaget #ue So estudo do su6eito
_epist)mico` se refere 2 coordenação geral das aç(es Freunir, ordenar ,etc.G
constitutivas da lógica, e não ao su6eito _individual`, #ue se refere 2s aç(es
próprias e diferenciadas de cada indivíduo considerado 2 parteS F*;, p. 1G.
8/17/2019 71026429 Introducao a Psicopedagogia
34/75
/esse su6eito individual ocupa-se a psicopedagogia.
" conceito de aprendizagem com o #ual trabalha a Psicopedagogia
remete a uma visão de homem como su6eito ativo num processo de interação
com o meio físico e social. >esse processo interferem o seu e#uipamento
biológico, as suas condiç(es afetivo-emocionais e as suas condiç(es intelectuais
#ue são geradas no meio familiar e sociocultural no #ual nasce e vive o su6eito.
" produto de tal interação é a aprendizagem.
4onhecer a Psicopedagogia implica um maior conhecimento de v0rias
outras 0reas, de forma a construir novos conhecimentos a partir delas. o
concluir o curso de especialização em Psicopedagogia, o aluno est0 iniciando a
sua formação, o #ue deve ser um ponto de partida para uma eterna busca do
melhor conhecimento.
Re0e$-#ci!s
:M:"%, Aaura ?ont %errat. O p$oe&o e &$!'!%o 4 (! 0o$! e !&(!)5o
psicope!"."ic!. 4uritiba, Paran0! Ir0fica rins, ***.
:"%%, >adia . A Psicope!"o"i! #o B$!si%. Porto legre, Mio Irande do
%ul! rtes ?édicas %ul, 1.
HBIJ$A, %onia ?oo6en. Re!'i%i&!)5o e Ne($o%o"i! e Psi(i!&$i! I#0!#&i% 4Aspec&os Psicope!"."icos. 4ongresso :rasileiro de >eurologia e Psi#uiatria
Bnfantil C 4riança e o dolescente da /écada de
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35/75
4asa do Psicólogo, %ão Paulo, ***, p. 3;.
AA$%>/MB>B, 4ristina /ias. "ficina 4riativa e Psicopedagogia. 4asa do
Psicólogo, %ão Paulo, **9, p.7;.
'$M>>/$], licia. intelig)ncia aprisionada. Porto legre! rtes ?édicas,
**
PB>, %ara. /iagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto
legre! rtes ?édica, **9
PB>, %ara. isão da Psicopedagogia diferencial. Bn! Psicopedagoia operativa.
Porto legre! rtes ?édica, **1
4ondiç(es de elaboração de um programa diferencial. Bn! Psicopedagoia
operativa. Porto legre! rtes ?édica, **1
MJ:B>%8$B>, $dith. especificidade do diagnóstico psicopedagógico. Bn!
%B%8", 'ermino 'ernandes et al. F"rgs.G. tuação psicopedagógica e
aprendizagem escolar. Petrópolis, ozes, 13
PB>, %ara. /iagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto
legre! rtes ?édica, **9
4%8M", mélia /omingos de. Psicopedagogia uma terceira opção.
Proposiç(es . 3 >. 3 F*G! 7-1, **1.
?""D$>, %+nia ?aria P. 4onceito de Psicopedagogia! uma pr0tica para além
do conceito teórico. Mevista Psicopedagogia < F5
>"''%, >eide de #uino. Palavra da presidente. Mevista Psicopedagogia 5
F31G! 7-*, **7.
MJ:B>%8$B>, $dith. especificidade do diagnóstico psicopedagógico. Bn.!
%B%8", '.'. et al. Forgs.G. tuação psicopedagógica e aprendizagem escolar.
Petrópolis! ozes, 13.%4"], :eatriz Dudith Aima. Psicopedagogia e realidade escolar. " problema
escolar e de aprendizagem. Petrópolis! ozes, 11.
4%8M", mélia /omingos de. Psicopedagogia uma terceira opção. Proposiç(es
. 3 >. 3 F*G! 7-1, **1.
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?""D$>, %+nia ?aria P. 4onceito de Psicopedagogia! uma pr0tica para além do
conceito teórico. Mevista Psicopedagogia < F5
MJ:B>%8$B>, $dith. Psicopedagogia e a ssociação $stadual de
Psicopedagogos de %ão Paulo. Bn.! %4"], :. D. A. MJ:B>%8$B>, $. M"%%, $. ?.
?. $ :M">$, A.?.4. F"rgs.G. Psicopedagogia. " car0ter interdisciplinar na
formação e atuação profissional. Porto legre! rt?ed, **.
?4$/", Aino de. Para uma Psicopedagogia construtivista. Bn! A$>4M, $unice
%oriano de F"rg.G >ovas contribuiç(es da Psicologia aos processos de ensino e
aprendizagem. %ão Paulo! 4ortez, 1.
>"''%, >eide de #uino. Palavra da presidente. Mevista Psicopedagogia 5 F31G!
7-*, **7.M$B%8 P%B4"P$/I"IB - 7 F3
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ARTIGOS:
rtigo de D&lia $ug)nia Ionçalves, NPM$%$>8>/" P%B4"P$/I"IBO [[[.aprender-ai.com.
8exto apresentado por ocasião do BB $>4">8M" ?B>$BM" /$
P%B4"P$/I"IB C :elo Uorizonte, ?I, **;
%ites importantes para pes#uisas!
http!TT[[[.psicopedagogia.com.br
http!TT[[[.abpp.com.br
http!TT[[[.aprender-ai.com.:r
SEGUE ABAIO ARTIGOS PARA LEITURAS COMPLEMENTARES:
8 H A Psicope!"o"i! #o B$!si%: (! poss/e% %ei&($!
$dith Mubinstein
" artigo trata do percurso da Psicopedagogia no :rasil, as diferentes
concepç(es ao longo do tempo e a contribuição do órgão de classe na difusão e
no desenvolvimento da Psicopedagogia em nosso meio.
Para esta reflexão sobre o percurso da Psicopedagogia no :rasil estarei
considerando tr)s experi)ncias de car0ter pessoal, as #uais 6ulgo importantes
para se pensar nos rumos da psicopedagogia brasileira. Wuero frisar #ue esta
leitura, deve ser compreendida como uma das possíveis leituras sobre os rumos
da Psicopedagogia e da profissionalização da#ueles #ue se dedicam a 0rea.
$sta reflexão est0 baseada na viv)ncia profissional como psicopedagoga clínica
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no convívio com os colegas da :Pp e como supervisora nas 0reas clínica e
institucional. $stas experi)ncias me permitem acompanhar as diferentes vis(es
#ue se t)m sobre a Psicopedagogia e sobretudo das diferentes formas de
compreender o fracasso escolar.
$m nosso país, Fe acredito #ue em outros também G, surgiram primeiramente
profissionais #ue se dedicavam a atender crianças #ue por diferentes raz(es
não conseguiam se adaptar 2 escola. $ssas crianças ficavam 2 margem, eram
discriminadas, sofriam. >ão somente elas sofriam, mas também seus
professores alguns ficavam imobilizados, outros frustrados. Pais ficam aflitos
#uando seus filhos não correspondem ao #ue deles se espera. 8odos os
envolvidos! a criança, o mestre, os pais, esperam #ue o ato de ir 2 escola se6a
acompanhado do ato de aprender. Porém nem sempre est0 presente, na mente
das pessoas, a concepção de #ue aprender é um processo complexo e #ue
envolve m<iplas vari0veis.
"s primeiros psicopedagogos eram profissionais da educação, sensíveis,
idealistas, #ue #ueriam a6udar na reintegração da#ueles #ue estavam 2 margem.
s dificuldades para aprender eram atribuídas a uma inaptidão. " aprendiz,
possivelmente, deveria ser portador de algum dist&rbio #ue o impedia de
aprender como seus demais pares, as causas estavam depositadas
principalmente nele.
"s profissionais buscavam compreender as raz(es do não aprender a partir de
explicaç(es sobre a natureza do desenvolvimento orgEnico, sendo #ue, em
muitos casos as dificuldades em alguns casos eram associadas 2 #uestão da
maturidade psico-neurológica.
Para compreender melhor as #uest(es das dificuldades de aprendizagem,
buscavam-se respostas através dos estudos de psicologia, neurologia,
psicomotricidade, porém, a )nfase estava numa pr0tica, nas técnicas #ue melhor
atendessem 2s necessidades #ue tinham por ob6etivo reeducar, isto é educar
novamente através de um método mais eficaz, específico para o aprendiz #ue
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apresentasse lentidão, ou alguma inaptidão.
Para formar profissionais #ue atendessem as crianças com fracasso escolar,
surgiram primeiramente no :rasil cursos de curta duração os #uais ofereciam
subsídios para entender aspectos específicos como a#ueles relacionados com apsicomotricidade linguagem e raciocínio. $sses cursos eram ministrados por
profissionais brasileiros com experi)ncia no atendimento de crianças com
dificuldades escolares ou por profissionais estrangeiros especialmente
convidados, fre#Kentemente do cone sul. "s profissionais iam construindo um
currículo acad)mico a partir das oportunidades #ue surgiam em suas cidades e
baseados também em sua formação acad)mica e em seus interesses
específicos.
"s livreiros especializados #ue visitavam os consultórios e as instituiç(es
também contribuíram para a formação dos profissionais. $les ofereciam
materiais especializados em reeducação! livros, 6ogos e material pedagógico,
especialmente da rgentina e da $spanha. >essa época os profissionais
buscavam as melhores técnicas para o seu trabalho. Pessoalmente tive
oportunidade de conhecer a linha de trabalho do /r. :ernardo Wuirós da
rgentina, primeiramente através de seus livros e posteriormente em cursos
breves oferecido pela :M' Fssociação :rasileira de 'onoaudiologiaG em
*;;. >essa ocasião esteve presente em nosso meio professor Dacobo
'eldman, membro do 4entro ?édico dirigido pelo /r. Wuirós, para ministrar o
curso S/ist&rbios da prendizagem $scolarS.
Posteriormente, foram sendo formados cursos de longa duração, de
especialização, #ue ob6etivavam, além de oferecer recursos para o trabalho,buscar uma compreensão mais global do fen+meno da aprendizagem e das
suas dificuldades. $m geral o p&blico #ue fre#Kentava estes cursos 60 vinha com
alguma experi)ncia profissional, alguns eram pedagogos, outros psicólogos e
outros fonoaudiólogos.
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>a década de *; 60 havia movimento científicoTacad)mico em Porto legre,
preocupado com a formação e capacitação de profissionais #ue atendessem a
pessoas com os chamados Sdist&rbios de aprendizagemS ou Sinaptidão para
aprenderS. 8ratava-se do curso dirigido pelo /r. >ilo 'ichtner, médico psi#uiatra,
e chamava-se Psicopedagogia 8erap)utica.
"s primeiros cursos formais de Psicopedagogia eram denominados de
Meeducação Psicopedagógica, Psicopedagogia 8erap)utica, /ificuldades
$scolares, criança-problema numa classe comum, entre outros. $sses cursos
ocorreram, primeiramente, nas cidades de Porto legre, Mio de Daneiro e %ão
Paulo.
Jm fato histórico influiu fundamentalmente no percurso da psicopedagogiabrasileira - a fundação da ssociação de Psicopedagogos, #ue surgiu
primeiramente como ssociação $stadual de Psicopedagogos de %ão Paulo, em
*
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>ão h0 como negar o fato de #ue, a partir da criação do órgão de classe, a
Psicopedagogia ganhou força, corpo e penetração nos meios acad)micos e
reconhecimento p&blico e oficial. Uo6e existem v0rias prefeituras contratando
profissionais #ue tenham especialização em Psicopedagogia.
%e no início do percurso profissional a )nfase estava nas técnicas, havia
também preocupação com as teorias #ue melhor pudessem esclarecer o
fen+meno das dificuldades de aprendizagem. Psicopedagogia nasceu de uma
falta fez-se necess0rio oferecer melhores recursos teóricos e técnicos para
capacitar profissionais #ue 60 atendiam a criança com inadaptação escolar. %e
no início a capacitação ocorria fora do marco acad)mico, aos poucos foram
sendo criados cursos mais densos, alguns por iniciativa particular. os poucos a
formação começou a ser efetuada dentro dos cursos de especialização após a
graduação e de mestrado dentro das universidades.
concepção de Psicopedagogia ainda não é uniforme. Poder-se-ia dizer #ue ao
longo da construção da disciplina é possível distinguir tr)s orientaç(es
diferentes, as #uais denotam diferentes concepç(es desta 0rea de
conhecimento!
@ - Meeducação! a preocupação maior esta com as técnicas #ue melhor
contribuem para promover a recuperação. s dificuldades são entendidas como
dist&rbios, inaptidão. " atendimento das dificuldades de aprendizagem, no seu
inicio, estava mais vinculado a uma visão organicista. "s educadores buscam
explicaç(es preferencialmente na neurologia. spectos orgEnicos são motivo de
preocupação dos educadores e psicólogos, testes padronizados e a
normatização são super valorizados.
1a - Psicopedagogia /inEmica ! 4omeçava a haver uma interlocução com v0rias
0reas do conhecimento e um distanciamento da reeducação, cresce a
preocupação com aspectos da sub6etividade. aprendizagem do su6eito
cognoscente, en#uanto processo, é o tema central da preocupação nesta
orientação de Psicopedagogia. pesar desta tend)ncia dinEmica, construída a
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partir das articulaç(es com diferentes 0reas do conhecimento, a #uestão não se
resolveu totalmente. >ão foi suficiente ad#uirir o conhecimento de outras
disciplinas, é necess0ria uma construção específica, ou se6a, uma tradução
psicopedagógica. >ão basta introduzir a Psican0lise, a Ainguística, etc como
disciplinas, para sair do enfo#ue tecnicista ou organicista é preciso construir
uma Psicopedagogia #ue não se confunda nem com a Psican0lise, nem com a
Ainguística ou demais 0reas.
3a - Psicopedagogia 8ransdisciplinar! Psicopedagogia est0 ao mesmo tempo
entre as disciplinas e além das disciplinas. $sta orientação surge a partir do
momento em #ue os profissionais constroem instrumentos próprios, teorias e
estratégias próprias. $la vem com a maturidade sendo fruto da experi)ncia
acumulada. /entro desta concepção busca-se avaliar o potencial de
aprendizagem e o processo em si. $xiste maior e#uilíbrio na compreensão dos
aspectos da ob6etividade e da sub6etividade. aloriza-se a técnica do
profissional, o seu estilo próprio de trabalho e não as técnicas em si.
pesar de podermos distinguir essas tr)s diferentes orientaç(esTconcepç(es
dentro de uma perspectiva histórica do desenvolvimento da Psicopedagogia,
elas coexistem, pois a #uestão da formação profissional é complexa. >em todos
os cursos oferecidos estão preparados para atender 2s necessidades dos
profissionais em formação. 0rias são as causas determinantes, algumas delas
burocr0ticas, como, por exemplo, a exig)ncia nos cursos de especialização latu
sensu, de docentes com formação teórica e titulação, mesmo #ue sem
experi)ncia clínica ou institucional para dar conte&dos psicopedsgógicos. >em
sempre est0 presente, nas instituiç(es #ue formam psicopedagogos, a
preocupação com a plena capacitação profissional, pois o est0gio
supervisionado nem sempre é oferecido. 'elizmente, estes problemas estão
sendo enfrentados, pois são os próprios alunos #ue buscam e pedem a
#ualidade dos cursos.
preocupação com a #ualidade dos cursos é muito salutar, mas não conseguir0
resolver toda a #uestão da formação profissional. = evidente #ue, dentro desta
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0rea #ue lida especificamente com aprendizagem, não se conseguir0 6amais
construir um curso #ue corresponda plenamente a todas as necessidades.
formação continuada é uma condição sine #ua non para todos a#ueles #ue
#ueiram exercer a função de psicopedagogos, se6a na 0rea clínica ou
institucional.
Paradoxalmente pode-se dizer #ue a Psicopedagogia surge de uma falta, mas
para garantir sua exist)ncia a falta deve continuar presente. >ão h0 como se
pensar em compreender a aprendizagem, complexa como é, através de
postulados prontos. $ntendo #ue a Psicopedagogia é a disciplina da indisciplina,
da discussão, dos contrapontos, do #uestionamento, da incerteza.
contribuição da Psicopedagogia, ho6e, ultrapassa os limites da clínica dosproblemas de aprendizagem. $la foi criada primeiramente para dar conta das
dificuldades #ue a escola não conseguia resolver de forma ade#uada. partir do
trabalho clínico, foi se construindo uma interlocução entre os terapeutas
psicopedagogos e os profissionais da escola. %e no início apenas era escutado
o pedido da escola em recuperar o aluno, ho6e existe um movimento na direção
contr0ria! os psicopedagogos mostram para os profissionais da escola um novo
discurso, #ue sintetiza tr)s postulados!
G /ificuldades não necessariamente, são sin+nimo de patologia
1G Para compreender e avaliar dificuldades, os testes padronizados não são
determinantes. través da observação criteriosa da criança em ação, de seu
estilo próprio de lidar com o conhecimento e com o saber, da compreensão do
contexto onde ela se insere, contexto cabe aos profissionais levantarem as
possíveis hipóteses, sobre as dificuldades #ue se apresentam.
3G 4onsiderar a singularidade do su6eito e a relação vincular professorTaluno
paisTfilhos podem contribuir para minimizar os efeitos da inadaptação escolar.
Presenciamos atualmente uma tend)ncia interessante na Psicopedagogia!
profissionais da $scola buscando recursos na Psicopedagogia, para melhor
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compreender a criança com dificuldades, h0 neste movimento uma preocupação
salutar com a prevenção. " olhar clínico no sentido de considerar aspectos da
singularidade do aprendiz e ao mesmo tempo uma atitude #uestionadora, torna
possível uma intervenção psicopedagógica institucional. $sta nova posição dos
profissionais da instituição, torna a $scola um local onde se vive a experi)ncia
do acolhimento, da tolerEncia, do respeito pelas diferenças. %abemos ho6e, #ue
a integridade, autonomia e criatividade de uma nação dependem, em grande
parte, da educação oferecida pelos educadores 2s novas geraç(es. = o
professor dentro de sala, nessa intimidade, #uem Stoma as rédeasS, #uem
assume esta função. = preciso tomar consci)ncia dessa responsabilidade e se
preparar continuamente para responder a essa função desafiadora, conflituosa e
#uem sabe até da ordem do impossível.
Uo6e, os psicopedagogos estão ampliando seu olhar e seu campo de ação. $les
estão presentes onde se faz necess0rio aprender a aprender, nas mais
diferentes instituiç(es se6a em empresas ou hospitais. " reconhecimento tem
ocorrido pela contribuição e pelos efeitos da intervenção psicopedagógica.
$mbora o fato da formação psicopedagógica se encaminhar rumo a uma visão
transdisciplinar, devemos valorizar, sobretudo, a sua primeira condição #ue é a
de educador. "s postulados do Melatório para a J>$%4", concretizam a#uilo
#ue para a psicopedagogia é a #uestão central! a aprendizagem.
Potencialmente, podemos todos aprender pois é nossa condição de humanos e,
ao aprender nos humanizamos. #uestão central é ! o educador é um possível
agente de mudanças.
>o Melatório para a J>$%4" da 4omissão Bnternacional sobre a $ducação para
o século VVB, sob o título! $ducação- um tesouro a descobrir, coordenado eorganizado por Dac#ues /elors, o professor é visto como agente de mudanças e
formador de car0ter e do espírito das novas geraç(es.
>este documento, a $ducação é vista sob #uatro pilares. Para #ue a educação
cumpra seus alvos é necess0rio #ue se organize em torno de #uatro
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aprendizagens! aprender a conhecer, isto é ad#uirir ferramentas b0sicas para
aprender aprender a fazer, isto é ad#uirir uma profissão, aprender a viver
6untos, a participar e cooperar com os outros e finalmente aprender a ser, pela
#ual se desenvolve a personalidade e identidade.
Para finalizar #uero novamente ressaltar o papel fundante e fundamental d
:Pp neste percurso da Psicopedagogia brasileira. idéia de criar um órgão de
classe surgiu dentro de uma instituição #ue forma psicopedagogos! Bnstituto
%edes %apientiae. Jm pe#ueno e idealista grupo de alunos, #ue estava
terminando sua formação, não #ueria interromper os estudos e resolveu criar a
associação com fins científicos culturais. $stava presente também na sua
fundação o dese6o de ver reconhecida e regulamentada a profissão. Bsto ocorreu
h0 mais de 1 anos. ssociação não somente nasceu para congregar e criar
consci)ncia profissional, mas também para dar continuidade 2 formação.
ssociação nasceu e continua dentro de uma perspectiva científico cultural. =
difícil imaginar a Psicopedagogia brasileira ho6e sem a ssociação.
Wuero também lembrar o apoio recebido pelos professores do Bnstituto %edes
%apientie #ue alimentaram o entusiasmo e acolheram os alunos no seu
propósito de criar a entidade. " apoio era ideológico, mas também concreto e
material, pois alguns professores ofereceram seus locais de trabalho para a
primeira sede da ssociação. Provavelmente, na fundação da ssociação, nem
o pe#ueno grupo de alunos e nem os mestres poderiam pensar #ue ho6e esta
ssociação organizaria tantos congressos e encontros e #ue a ssociação
pudesse contribuir para #ue outros profissionais dos diferentes estados da Jnião
se organizassem em sess(es e n&cleos.
ssociação vem organizando cursos, semin0rios, encontros, congressos,
correspondendo 2 sua proposta inicial! dar continuidade 2 formação dos
profissionais da 0rea. %ua revista é reconhecida pela #ualidade da sua produção
científica. Pode-se dizer #ue a :Pp e a construção da identidade da
Psicopedagogia caminham 6untas. >os nossos encontros, se6a em pe#uena
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#uanto em grande escala, são discutidas as #uest(es de natureza teórica, de
natureza pr0tica e ética da Psicopedagogia.
8enho a convicção de #ue o clima de tolerEncia, acolhimento e conviv)ncia com
as diferenças, #ue marcou o nascimento da ssociação continua presente comomarca desta agremiação. Psicopedagogia é sem d&vida uma pr0tica #ue se
manifesta através de diferentes estilos. Psicopedagogia brasileira vem
construindo seu próprio caminho, ele se faz presente nas teses e monografias
produzida nas Jniversidades e nos instrumentos de trabalho concebidos por
psicopedagogos. = possível ho6e olhar para a Psicopedagogia no :rasil, na sua
SmaioridadeS, construída dentro e fora dos marcos acad)micos.
>ão h0 como negar em nossa formação, contribuição dos nossos primeirosmestres brasileiros, sensíveis ao sofrimento da criança com dificuldades em sala
de aula, IenY Iolubi de ?orais, em %ão Paulo, >ilo 'ichtner em Porto legre,
#ue entre outros, buscavam respostas para reintegrar a criança. ieram
posteriormente os mestres latino americanos! %ara Paín, ?abel 4ondemarin,
na ?aria Modrigues ?uniz, Dorge isca, licia 'ernandez. %uas contribuiç(es
foram fundamentais e determinantes. 'oi com o impulso deles #ue pudemos sair
da abordagem reeducativa e penetrar numa abordagem relacional, dinEmica. >a
concepção atual de Psicopedagogia, estão incorporadas as modalidades de
aprendizagem, isto é, leva-se em consideração a relação #ue o su6eito da
aprendizagem estabelece com a construção maior do ser humano #ue é poder
aprender, poder transformar. Pessoalmente estou convencida de #ue mais do
#ue olhar para as dificuldades de aprendizagem, é necess0rio considerarmos o
su6eito da aprendizagem em seu estilo próprio de se relacionar com o
conhecimento e com o saber, inserido num contexto cultural onde est0 presente
a sua singularidade.
construção da identidade da Psicopedagogia vem com o tempo, com a
maturidade, com a experi)ncia dos profissionais, com a produção acad)mica,
com a discussão, com a pol)mica sadia, e, principalmente, com a consci)ncia
profissional advinda de uma agremiação forte e unida.
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:ibliografia
/elors, Dac#ues - $ducação, um tesouro a descobrir. Melatório para a J>$%4"
da comissão Bnternacional sobre $ducação para o século VVB, $ditora 4ortez,%ão Paulo, ***.
Mubinstein, $. - /a reeducação para a psicopedagogia, um caminhar, in
Mubinstein, $. org. Psicopedagogia uma pr0tica, diferentes estilos, 4asa do
Psicólogo, %ão Paulo ***.
Mubinstein, $. - " estilo de aprendizagem e a #ueixa escolar! entre o saber e o
conhecer. /issertação de mestrado em Psicologia- J>B?M4". 11
$dith Mubinstein
7 H A psicope!"o"i!: (i&o !is (e (! ci-#ci!, ( c!i#o
/aniela ?azureZ Perfeito
Psicóloga, mestre em psicopedagogia.
e-mail! daniperfeitoterra.com.br
$ste artigo visa levantar alguns aspectos relevantes no #ue tange a algumas maneiras
de conceituar a psicopedagogia e seu ob6eto de estudo do ponto de vista de alguns
autores e da minha pr0tica profissional e acad)mica, bem como de ressaltar o foco de
estudo da psicopedagogia #ue é a aprendizagem e a forma como é vista, conceituada e
como pode ser entendida. %ão muitas as d&vidas #ue ainda a#uecem e atormentam as
in#uietantes mentes dos pes#uisadores e estudantes no #ue tange ao #ue se reporta a
psicopedagogia./a mesma forma #ue existem abordagens distintas na Psicologia, na
$ducação, na :iologia, o mesmo ocorre na psicopedagogia. $stamos nos referindo a
seres humanos, com sua individualidade e suas características próprias, ou se6a a
su6eitos #ue estão inseridos em um contexto amplo, complexo e embora comum, muito
peculiar. 8odos somos dotados de um organismo, de cognição, de afetividade e
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partilhamos da esfera familiar, social e cultural, portanto, cada um traz consigo suas
marcas, valores, crenças e atitudes #ue foram passados de geração para geração, #ue
foram intro6etados, #ue foram e são reproduzidos e também criados, de acordo com a
capacidade de autoria de cada um, de acordo com a forma com a #ual cada su6eito
representa simbolicamente a#uilo #ue abstrai do mundo externo e elabora ou não em
seu mundo interno.
8alvez se6a incorreto pensar em uma explicação, uma definição &nica para a
psicopedagogia, um &nico olhar, uma vez #ue todos somos autores e reprodutores de
pensamento, mas de uma coisa, estamos todos falando C da aprendizagem, #ue é o
ob6eto de estudo da psicopedagogia. $ embora existam v0rias definiç(es, algumas são
passíveis de um NcruzamentoO e podem delimitar a psicopedagogia como uma ci)nciaNhumanaO, mas humana em sua expressão e pr0tica, afinal ela retrata o su6eito como um
ser #ue interage consigo mesmo e com o meio e #ue est0 em constante aprendizagem.
%ão muitos os olhares voltados para a psicopedagogia, no entanto alguns autores
embora definam algumas características distintas, depositam um olhar semelhante,
onde o #ue parece ser mais evidente é entender e NolharO o su6eito em sua totalidade,
mas como um su6eito #ue é peculiar e singular e #ue portanto necessita do contato com
o diferente para poder socializar-se e aprender.
Para isca F*eves F**, p.1G a psicopedagogia estuda o
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ato de aprender e ensinar, levando em conta as realidade interna e externa da
aprendizagem, tomados em con6unto, procurando estudar a constituição do
conhecimento em toda a sua complexidade, procurando e#uivaler os aspectos
cognitivos, afetivos e sociais.
/o ponto de vista de Leiss F**, p.9G a psicopedagogia busca a melhoria das relaç(es
com a aprendizagem, assim como a melhor #ualidade na construção da própria
aprendizagem.
" ser humano, segundo Pain, tem uma tend)ncia natural para aprender e se não
aprende é por#ue h0 algo errado, embora o ser humano se6a capaz de superar-se nas
próprias dificuldades. >ão podemos deixar de considerar #ue 2s vezes o não aprender é#ue vai fazer com #ue o su6eito receba a#uilo #ue necessita, inconscientemente, por
ação dos mecanismos de defesa F'reudG.
/e acordo com 'ernandez F**G todo su6eito tem a sua modalidade de aprendizagem,
ou se6a, meios, condiç(es e limites para conhecer, necessitando incorporar
conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a intelig)ncia e o dese6o, estando esses
#uatro níveis basicamente implicados no aprender.
%egundo 'ernandez F1G é preciso ver o su6eito inserido em um espaço ob6etivo e
sub6etivo de construção de autorias de pensamento e olhar ensinantes e aprendentes
com suas capacidades conscientes, sua afetividade, seu imagin0rio e sua sexualidade.
/e acordo com Pain F*
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ssim como elucida :ossa F*eves, Higuel, %coz, Iolbert,
:arone, Leiss, Mubstein e outros, assim como os argentinos 'ernandez, Pain, isca,
?uller, são unEnimes #uanto 2 necessidade de conhecimentos de diversas 0reas #ue,
articulados, fundamentam a constituição de uma teoria psicopedagógica capaz de
fornecer meios para refletir cientificamente e atuar no campo da psicopedagogia.
>o #ue tange a refletir cientificamente, h0 a possibilidade dessa reflexão se transformar
em aprendizagem, assim como frisa 'ernandez F**o reconhecimento da car)ncia est0 a potencia...
psicopedagogia vai constantemente discutir seus fundamentos e construir suas
ferramentas.O
/essa forma, a psicopedagogia abre espaço para novas buscas do conhecimento no
processo da aprendizagem.
ndrade F13, p.
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reporta-se ao ser humano, ao su6eito em sua totalidade, na condição de aprendente
como define a psicopedagogia.
/a mesma forma, segundo Pain, a realidade é percebida pelo aprendente como uma
pro6eção do seu mundo interior #ue por sua vez, se constitui 2 partir da intro6eção do
mundo exterior significado pelo outro.
'ernandez afirma #ue a aprendizagem é uma construção individual interna, produto da
própria natureza, da herança genética e biológica mais o conhecimento do meio
ambiente #ue o rodeia. $ntretanto, por ser específica de cada um, realiza-se através do
corpo num processo histórico, pessoal e social. " desenvolvimento cognitivo e afetivo
são as duas faces do desenvolvimento intelectual. 8oda conduta ser0 implicada poresses dois aspectos sobre uma base de motivaç(es inconscientes.
Partindo dessas definiç(es, entre tantas outras #ue se configuram na pr0tica
psicopedagógica, ao psicopedagogo cabe saber e investigar como se constitui o su6eito,
como esse su6eito se relaciona como o meio, como se transforma em suas diversas
etapas da vida, #uais os recursos de conhecimento de #ue ele disp(e e a forma pela
#ual produz conhecimento e aprende.
psicopedagogia então, parece caber NolharO o su6eito em sua totalidade, alguém
dotado de uma dimensão orgEnica, afetiva, cognitiva e cultural e #ue atuam
concomitantemente e em e#uilíbrio, possibilitam a construção de conhecimento. Para
#ue ha6a e#uilíbrio, não é necessariamente preciso #ue todas essas funç(es encontrem-
se totalmente preservadas, mas #ue no caso disso não ocorrer, ha6a a compensação
através de uma NnegociaçãoO entre elas.
psicopedagogia é uma ci)ncia #ue abre espaço para descobertas, investigaç(es, #ue
cria condiç(es e viabiliza espaços para a troca e conse#Kente expansão do
conhecimento, #ue permite o intercambio cultural das ci)ncias #ue se reportam ao
entendimento do su6eito, #ue permite ao ser humano ser autor de seu pensamento, e
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#ue permite, portanto, a viagem e a interação entre o velho e o novo, entre o tradicional
e o moderno, entre o ideal e o real, entre o masculino e o feminino, entre o sub6etivo e o
ob6etivo. = portanto uma ci)ncia capaz de unir, integrar, viabilizar, promover, pois é a
ci)ncia #ue se reporta ao ser aprendente, ao #ue d0 ao ser humano a condição de
constituir-se na aprendizagem e esse processo se d0 desde o seu nascimento e
perpetua até sua morte.
M$'$M>4B% :B:AB"IM'B4%
>/M/$, ?.%. " prazer da autoria e a construção do su6eito autor. %ão Paulo!
?emnon, 11
. :ases teóricas da Psicopedagogia! iniciando a discussão. 4adernos
de Psicopedagogia. FG! 5-3, 1
:M">$, A.?.4. /e ler o dese6o ao dese6o de Aer! uma leitura do olhar do
psicopedagogo. Petrópolis!ozes, **3
:"%%, >.. Psicopedagogia no :ras