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Dissertacao Eliane Lago

Date post: 18-Oct-2015
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  • UNIVERSIDADE CATLICA DE PERNAMBUCO PR-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO - PROESPE

    MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

    PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTO EM SEGURANA NO

    TRABALHO PARA EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL

    DISSERTAO SUBMETIDA A UNICAP

    PARA OBTENO DE GRAU DE MESTRE

    POR

    ELIANE MARIA GORGA LAGO

    Orientador: Prof. Dr. Bda Barkokbas Junior.

    RECIFE PERNAMBUCO

    2006

  • UNIVERSIDADE CATLICA DE PERNAMBUCO PR-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO - PROESPE

    MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

    PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTO EM SEGURANA NO

    TRABALHO PARA EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL

    Dissertao de Mestrado apresentada Banca

    Examinadora do Programa de Ps-Graduao

    em Engenharia Civil da Universidade Catlica

    de Pernambuco UNICAP, como parte dos

    requisitos para obteno do ttulo de Mestre em

    Engenharia.

    Orientao:Profo. Dr. Bda Barkokbas Junior.

    RECIFE PERNAMBUCO

    2006 ii

  • UNIVERSIDADE CATLICA DE PERNAMBUCO PR-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO - PROESPE

    MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

    PARECER DA COMISSO EXAMINADORA DE DEFESA DA DISSERTAO DE

    MESTRADO DE

    ELIANE MARIA GORGA LAGO

    PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTO EM SEGURANA

    NO TRABALHO PARA EMPRESAS DE CONSTRUO

    CIVIL

    REA DE CONCENTRAO: TECNOLOGIA DAS CONSTRUES - SEGURANA

    DO TRABALHO

    A comisso examinadora composta pelos professores abaixo, sob a presidncia do primeiro,

    considera aprovada a candidata ELIANE MARIA GORGA LAGO.

    Recife, 28 de maro de 2006.

    Banca Examinadora:

    _________________________________________________________

    Profo. Bda Barkokbas Junior, Dr. Orientador UNICAP.

    _________________________________________________________

    Profo. Celso Luiz Pereira Rodrigues, Dr Examinador Externo - UFPB.

    _________________________________________________________

    Prof Laura Bezerra Martins, Dra Examinador externo UFPE.

    ________________________________________________________

    Profo Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Dr - UNICAP

    iii

  • Dedico ao meu pai, in memoriam meu

    grande incentivador e amigo, minha me,

    uma mulher forte e meu esteio de todas as

    horas, minha irm pelo apoio durante

    toda a minha jornada e a meu sobrinho,

    fonte para luta diria.

    iv

  • AGRADECIMENTOS

    A DEUS por me conceder sade e perseverana, elementos primordiais para realizar esta

    conquista.

    Universidade Catlica de Pernambuco pela oportunidade, pela estrutura proporcionada e

    pela qualidade dos ensinamentos ministrados por seus docentes.

    Ao Prof. Dr. Bda Barkokbas Junior, pela orientao, incentivo e pacincia durante todas as

    horas dedicadas a este trabalho e minha formao.

    Prof. Dra. Laura Bezerra Martins, cuja orientao prestada durante a realizao deste

    trabalho foi fundamental para o seu aprimoramento.

    A todos os colegas do LSHT - Laboratrio de Segurana e Higiene no Trabalho, Giuliana

    Lins, Alba Alencar Britto, Jlio Britto, Wilker Moraes, Ana Cludia, Dra. Emlia Rahnemay

    Kohlman Rabbani e principalmente, M.Sc. Juliana Claudino Vras, uma amiga parceira das

    incertezas e esperanas.

    A empresa onde foi realizada a implantao do sistema e os amigos que colaboraram comigo

    nesse perodo.

    A todos que, direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho.

    A todos os novos amigos do mestrado.

    v

  • De tudo, ficaram trs coisas: a certeza de que ele estava sempre comeando, a certeza de

    que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da

    interrupo um caminho novo. Fazer da queda um passo de dana, do medo uma escada, do

    sono uma ponte, da procura um encontro.

    Fernando Sabino

    vi

  • RESUMO

    Dentro da cadeia produtiva da Construo Civil a segurana busca na preveno seu

    enfoque principal, realizando sempre intervenes atravs das correes dos erros, das falhas

    e no conformidades do processo e da legislao evitando assim, as conseqncias que podem

    representar o acidente. Os custos dos acidentes podem ser de grandes propores ou, at

    mesmo, incalculveis, visto que a vida humana no tem preo. Assim sendo atravs disso as

    empresas passam a acreditar que a competitividade e o lucro no so os elementos

    fundamentais para a sua organizao e demonstram atravs da busca da melhoria contnua de

    seus processos a preocupao com as questes da segurana do ambiente de trabalho. O

    objetivo desta pesquisa desenvolver o Sistema de Gesto de Segurana e Sade do Trabalho

    SGSST para empresas da indstria a construo civil, neste segmento, 98,28% possuem at

    99 (noventa e nove) empregados segundo dados do Ministrio do Trabalho Emprego MTE,

    tomando-se como base as Diretrizes da Organizao Internacional do Trabalho OIT sobre

    Sistemas e Gesto da Segurana e Sade no Trabalho. O SGSST proposto foi implantado,

    aplicado e monitorado em uma empresa de construo civil no estado de Pernambuco. Os

    resultados obtidos nos mostram uma significativa reduo das situaes de riscos de acidentes

    gerando uma melhora direta nas condies do ambiente de trabalho, instituindo uma nova

    cultura dentro da empresa atravs das aes preventivas, garantindo que a implementao do

    sistema de gesto de segurana do trabalho pode trazer melhorias ao sistema produtivo com

    produtividade.

    PALAVRAS CHAVE: Segurana do Trabalho, Sistema de Gesto, Preveno de acidentes, Construo Civil, Custos de acidentes.

    vii

  • ABSTRACT

    Safety in the productive chain of Civil Engineering Construction focuses on

    prevention, intervening through the correction of errors, imperfections, and non-conformity of

    processes and legislation, thereby preventing consequences that can lead to an accident. The

    costs of these accidents can be enormous or even incalculable, considering that a human life is

    priceless. Companies are beginning to realize that competitiveness and profit are not the most

    important elements of their organization and have demonstrated through the implementation

    of continuous process improvement their concern with the issue of safety in the work

    environment. The objective of this research is to develop an Occupational Safety and Health

    Management System (SGSST) for small civil construction companies, which, according to the

    Ministry of Work and Employment (MTE), have less than 100 employees and represent

    98.28% of workers in the civil construction industry, using as a base the Directives of the

    International Work Organization (OIT) on Occupational Safety and Health Management

    Systems. To evaluate the proposed SGSST, it was implanted, applied and monitored in a civil

    construction company located in the state of Pernambuco. The results obtained indicate

    significant improvements in work environment conditions, creating a new culture within the

    company, through the use of preventive actions. During the implantation of the system, there

    was a reduction of risk of work-related accidents, guaranteeing that the implementation of the

    occupational safety and health management system can bring significant improvements to the

    productive system with productivity.

    KEY WORDS: Security of the Work, System of Management, Prevention of accidents, Civil Construction, Costs of accidents.

    viii

  • SUMRIO

    CAPTULO 1 - INTRODUO....................................................................................1 1.1 Origem e Relevncia da Pesquisa.........................................................................................1

    1.2 Objetivos...............................................................................................................................4

    1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................4

    1.2.2 Objetivos Especficos ..................................................................................................4

    1.3 Justificativa...........................................................................................................................5

    1.4 Demilitao do Tema ...........................................................................................................6

    1.5 Estrutura do Trabalho ...........................................................................................................7

    1.6 Materiais e Mtodos .............................................................................................................8

    1.6.1 Procedimentos Metodolgicos da Pesquisa.................................................................8

    1.6.2 Procedimentos Metodolgicos Aplicados ...................................................................9

    CAPTULO 2 REFERENCIAL TERICO ..............................................................10 2.1 Conceitos Bsicos...............................................................................................................10

    2.1.1 Segurana do Trabalho Estado da Arte ..................................................................10

    2.1.2 Acidentes e Incidentes ...............................................................................................13

    2.1.3 Custos ....................................................................................................................... .18

    2.1.4 Perigo e risco .............................................................................................................23

    2.1.5 Legislao de Segurana do Trabalho.......................................................................24

    2.1.5.1 Evoluo da Segurana e Higiene do Trabalho no Mundo ...........................24

    2.1.5.2 Evoluo da Segurana e Higiene do Trabalho no Brasil .............................27

    2.1.6 Responsabilidades Legais e Sociais ..........................................................................33

    2.1.6.1 Acidentes de Trabalho na Previdncia Social ...............................................34

    2.1.6.2 Benefcios do Seguro de Acidente de Trabalho ............................................35

    2.1.6.3 Responsabilidade Legal.................................................................................36

    2.1.6.4 Responsabilidade Administrativa ..................................................................37

    2.1.6.5 Responsabilidade Trabalhista ........................................................................37

    2.1.6.6 Responsabilidade Acidentria .......................................................................38

    2.1.6.7 Responsabilidade Civil ..................................................................................39

    2.1.6.8 Responsabilidade Penal .................................................................................42

    2.1.6.9 Responsabilidades de Terceiros ....................................................................46

    ix

  • 2.1.7 Consideraes............................................................................................................47

    CAPTULO 3 CARACTERIZAO DOS SISTEMAS DE GESTO .....................49 3.1 Sistemas de Gesto .............................................................................................................49

    3.1.1 ISO 9000 / ISO 14000 ...............................................................................................51

    3.1.2 GUIA BS 8800 ..........................................................................................................60

    3.1.3 OSHAS 18000 ...........................................................................................................63

    3.1.4 Sistemas de Qualidade...............................................................................................67

    3.1.4.1 Housekeeing ..................................................................................................67

    3.1.4.2 Kaizen............................................................................................................74

    3.1.4.3 Just in Time ...................................................................................................77

    3.1.4.4 Kaban.............................................................................................................79

    3.1.4.5 Benchmarking................................................................................................81

    3.1.5 Consideraes............................................................................................................83

    CAPTULO 4 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTO DE SEGURANA NO TRABALHO SEGUNDO DIRETRIZES DA OIT ..............................................85 4.1 Por que investir em SST ? ..................................................................................................85

    4.2 Diretrizes sobre Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho segundo a OIT...85

    4.2.1 Objetivo das Diretrizes ..............................................................................................85

    4.2.2 Estrutura nacional para sistema de gesto da segurana no trabalho ........................86

    4.2.3 Sistema de gesto da Segurana e Sade no Trabalho na Organizao ....................88

    4.2.3.1 Poltica ...........................................................................................................89

    4.2.3.2 Organizao...................................................................................................90

    4.2.3.3 Planejamento e implementao .....................................................................95

    4.2.3.4 Avaliao.......................................................................................................98

    4.2.3.5 Ao para melhoria Responsabilidades Legais e Sociais............................101

    4.3 Consideraces...................................................................................................................102

    CAPTULO 5 PROPOSTA DO ESTUDO.............................................................104 5.1 Contextualizao ..............................................................................................................104

    5.2 Caracterizao do estudo ..................................................................................................105

    5.3 Contextualizao da empresa ...........................................................................................105

    x

  • 5.4 A origem do SGSST na organizao................................................................................107

    5.5 Objetivos...........................................................................................................................108

    5.6 O sistema de gesto de segurana e sade no trabalho.....................................................109

    5.7 Poltica ..............................................................................................................................109

    5.8 Organizao......................................................................................................................111

    5.9 Documentao do sistema de gesto em SST ..................................................................111

    5.9.1Protocolo de inspeo ou guia de monitoramento de risco ......................................112

    5.9.2 Ordem de Servio - OS............................................................................................126

    5.9.3 Relatrio de Auditoria Interna.................................................................................127

    5.9.4 Procedimento Operacional Padro - POP................................................................132

    5.9.5 Formulrio de Anlise de Incidente - FAI...............................................................133

    5.9.6 Formulrio de Anlise de Acidente do Trabalho - FAAT.......................................135

    5.9.7 Treinamentos ...........................................................................................................137

    5.9.8 Programa de Condies e Meio Ambiente do Trabalho..........................................138

    5.10 Planejamento e implemantao ......................................................................................140

    5.11 Auditorias .......................................................................................................................143

    5.12 Consideraes.................................................................................................................144

    CAPTULO 6 - RESULTADOS ...............................................................................146 6.1 Aplicao do Mtodo .......................................................................................................146

    6.2 Contextualizao ..............................................................................................................146

    6.3 Resultados.........................................................................................................................149

    6.3.1 Participao de todos ...............................................................................................149

    6.3.2 Organizao.............................................................................................................150

    6.3.3 Poltica .....................................................................................................................150

    6.3.4 Resultados Obtidos ..................................................................................................151

    CAPTULO 7 - CONCLUSES...............................................................................159 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................................................164 APNDICE

    xi

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 2.1 Classificao dos acidentes..............................................................................17

    FIGURA 2.2 Representao do custo do acidente do trabalho .............................................18

    FIGURA 2.3 Pirmide de Heirich .........................................................................................21

    FIGURA 2.4 Pirmide de Bird ..............................................................................................22

    FIGURA 3.1 Modelo de sistema de gesto ambiental para a Norma ISO 14000 ................55

    FIGURA 3.2 Elementos para a gesto em SST baseada na abordagem da ISSO 14001 ......61

    FIGURA 3.3 Elementos do sistema BS 8800........................................................................62

    FIGURA 3.4 Similaridade entre os ciclos de melhoria contnua ..........................................65

    FIGURA 3.5 SEIRI Como praticar ....................................................................................68

    FIGURA 3.6 SEITON Como praticar ................................................................................69

    FIGURA 3.7 SEISO Como praticar ...................................................................................70

    FIGURA 3.8 SEIKETSU Como praticar ...........................................................................71

    FIGURA 3.9 SHITSUKE Como praticar ...........................................................................72

    FIGURA 3.10 SHIKAKI-YARO Como praticar ...............................................................72

    FIGURA 3.11 - KAIZEN Conceito de melhoria...................................................................74

    FIGURA 3.12 Fluxo da Melhoria Contnua..........................................................................75

    FIGURA 3.13 Aplicao do JIT............................................................................................78

    FIGURA 4.1 Elementos da estrutura nacional para os sistemas de gesto da SST ..............88

    FIGURA 4.2 Elementos sos sistema de gesto da SST.........................................................89

    FIGURA 4.3 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho - Organizao............91

    FIGURA 4.4 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho - Responsabilidade....92

    FIGURA 4.5 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho Competncia e

    Capacitao...............................................................................................................................93

    FIGURA 4.6 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho - Documentao ........94

    FIGURA 4.7 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho - Comunicao ..........95

    FIGURA 4.8 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho Planejamento e

    Implementao .........................................................................................................................95

    FIGURA 4.9 Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho - Avaliao................99

    xii

  • LISTA DE QUADROS

    QUADRO 2.1 Tabela de enquadramento do INSS para contribuio das empresas ............19

    QUADRO 2.2 Classes de acidente ........................................................................................20

    QUADRO 2.3 Histrico das aes legais em prol da segurana do trabalho .......................30

    QUADRO 3.1 Abrangncia das normas da famlia ISO 9000..............................................53

    QUADRO 3.2 Relao existente entre a ISO 9001 x ISSO 9002 x ISO 9003......................53

    QUADRO 5.1 Protocolo de Inspeo - PI...........................................................................125

    QUADRO 5.2 Ordem de Servio - OS ...............................................................................126

    QUADRO 5.3 Relatrio de Auditoria Interna - RAI...........................................................129

    QUADRO 5.4 Indicador Qualitativo...................................................................................130

    QUADRO 5.5 Indicador Econmico ..................................................................................131

    QUADRO 5.6 Procedimento Operacional Padro - POP ...................................................133

    QUADRO 5.7 Formulrio de Anlise de Incidente - FAI...................................................134

    QUADRO 5.8 Formulrio de Anlise de Acidente do Trabalho - FAAT...........................137

    QUADRO 5.9 Formulrio de Registro de Treinamento - RT .............................................138

    QUADRO 6.1 Obras visitadas ............................................................................................146

    QUADRO 6.2 Ciclos de Auditoria......................................................................................147

    QUADRO 6.3 Obras x Ciclos .............................................................................................148

    QUADRO 6.4 Situaes encontradas nos ciclos.................................................................149

    xiii

  • LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 5.1 Indicador Quatitativo ..................................................................................131

    GRFICO 5.2 Indicador de Risco per capta.......................................................................132

    GRFICO 6.1 Obra 1 Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................151

    GRFICO 6.2 Obra 2 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................151

    GRFICO 6.3 Obra 3 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................152

    GRFICO 6.4 Obra 4 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................152

    GRFICO 6.5 Obra 5 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................152

    GRFICO 6.6 Obra 6 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................152

    GRFICO 6.7 Obra 7 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................153

    GRFICO 6.8 Obra 8 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................153

    GRFICO 6.9 Obra 9 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .............................154

    GRFICO 6.10 Obra 10 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .........................154

    GRFICO 6.11 Obra 11 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .........................154

    GRFICO 6.12 Obra 12 - Avaliao quantitativa dos GIR e desacordos .........................154

    GRFICO 6.13 Acompanhamento acumulativo quantitativo ............................................155

    GRFICO 6.14 Estimativa em multa de acordo com a NR 28 relativa a Fiscalizao e

    Penalidades .............................................................................................................................156

    GRFICO 6.15 Anlise qualitativa dos riscos de acidentes CICLO II ...........................158

    GRFICO 6.16 Anlise qualitativa dos riscos de acidentes CICLO V ...........................158

    xiv

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    APR Anlise Preliminar de Risco

    BSI British Standard Institution

    CCQ Crculo de Controle da Qualidade

    CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidente

    CLT Consolidao das Leis de Trabalho

    CNAE Classificao Nacional de Atividades Econmicas

    DRT Delegacia Regional do Trabalho

    EPC Equipamento de Proteo Coletiva

    EPI Equipamento de Proteo Individual

    FAAT Formulrio de Anlise de Acidente de Trabalho

    FAI Formulrio de Anlise de Incidente

    FUNDACENTRO Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Sade do Trabalho

    ISO International Organization for Standardization

    MTE Ministrio do Trabalho e Emprego

    PCMAT Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da

    Construo Civil

    PCMSO Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional

    PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais

    NBR Norma Brasileira

    NR Norma Regulamentadora

    OIT Organizao Internacional do Trabalho

    OMS Organizao Mundial da Sade

    OSHAS Occupation Safety and Health Administration

    SESMT Servio especializado em Segurana e Medicina do Trabalho

    SGSST Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho

    SST Segurana e Sade no Trabalho

    NBR Norma Brasileira

    NR Norma Regulamentadora

    xv

  • Captulo 1.0 Introduo

    1- INTRODUO

    1.1 Origem e Relevncia da Pesquisa

    As organizaes que compem o mundo nos dias atuais fazem parte de uma sociedade

    institucionalizada e composta por organizaes. Constituem de maneira predominante a

    instituio da moderna sociedade que se depara atravs de constante mudana de suas crenas

    e valores. Durante os ltimos anos, estes elementos construram uma nova interao entre o

    ambiente e o homem e com isso alguns valores ressurgem atravs da coexistncia e a

    solidariedade, elementos bsicos para a consolidao deste paradigma, onde o homem est

    sempre em destaque na construo da nova sociedade.

    Nas organizaes as transformaes possuem um carter maior de competitividade

    que, somada as diferentes atmosferas do ambiente de trabalho demonstram os obstculos a

    serem enfrentados, as carncias dos recursos e a deficincia da mo de obra especializada

    problemas enfrentados para alcanar as metas planejadas.

    Vendo atravs deste ngulo, algumas organizaes seguem o desenvolvimento natural,

    empenhando-se em obter a melhor condio de produtividade com o menor recursos possvel,

    aproveitando todos os recursos disponveis, quer sejam eles de equipamentos (tecnologia) ou

    humanos e, para tanto, as organizaes passam por mudanas em todos os nveis; porm

    empregar recursos nas condies de trabalho para melhorar o desempenho e ambiente para os

    trabalhadores considerado investimento apenas por uma pequena parcela mais desenvolvida

    da indstria. Na grande maioria das vezes este investimento traduz-se em custo e no em

    crescimento qualitativo e quantitativo da produo com benefcios para a organizao.

    Os sistemas de abordagem atravs de novos procedimentos permitem uma ampla

    captao das vrias nuances que a segurana e sade dos trabalhadores podem provocar nas

    organizaes para obteno de uma busca contnua de uma melhor performance; porm estes

    procedimentos que visam o melhoramento do processo foram desenvolvidos para processos

    contnuos e linhas de produo, necessitando, portanto serem adaptadas para outros tipos de

    indstria, como o caso da construo civil.

    1

  • Captulo 1.0 Introduo

    Na cadeia produtiva da Construo Civil a segurana tem na preveno seu enfoque

    principal, atravs de intervenes nas correes dos erros, falhas e da no conformidade do

    processo e da legislao; evitando assim as conseqncias, dentre elas o acidente.

    Segundo Barkokbas Jr. et al (2004), o acidente produto da combinao de uma srie

    de fatores e dificilmente o mesmo ocorre em conseqncia de uma s causa. Os custos para as

    empresas e para o pas, com acidentes e doenas ocupacionais, segundo dados da Previdncia

    Social, do conta de que, somente em 2003 o custo dos benefcios acidentrios foi de 8,2

    bilhes de reais; deste total, 3,4 bilhes referem-se a aposentadorias, penses por morte,

    auxlios doena, acidente e suplementar, enquanto que 4,8 bilhes correspondem a

    aposentadorias especiais (MPS, 2005), o que representa segundo o Ministrio 390.180

    acidentes de trabalho (fatais e no fatais) dos quais 23.904 relativos s doenas ocupacionais.

    Entretanto, os gastos da Previdncia Social so apenas uma parte do custo dos acidentes do

    trabalho. Ainda segundo o Ministrio da Previdncia Social a cada real que a Previdncia

    gasta com benefcios por incapacidades motivadas por acidentes ou doenas profissionais,

    mais trs reais so gerados pelo custo social.

    Reportando-nos a Construo Civil, observamos que ocorreram 21.972 acidentes de

    trabalho do ano de 2003, segundo dados do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE, 2005),

    dos quais 692 relativos a doenas ocupacionais e de um total de 102.039 de empresas atuante

    no Brasil 89,70% empregam at 19 trabalhadores, 8,58% empregam de 20 a 99 trabalhadores.

    Estes dados nos mostram que 98,28% da empresa brasileiras podem ser consideradas de

    pequeno porte e, por isso, no conseguem acompanhar as mudanas, pois no possuem a

    qualificao necessria de seus profissionais alm dos custos para a implantao (VERAS,

    2004).

    Segundo a Organizao Internacional do Trabalho (OIT, 2004) ocorrem cerca de 270

    milhes de acidentes de trabalho no mundo e 160 milhes de doenas relacionadas ao

    trabalho. De acordo com Rocha (1999) estudos da FUNDACENTRO apontam algumas

    particularidades da construo civil que afetam o setor de forma mais drstica que qualquer

    outra indstria, dentre elas podemos citar:

    - O tamanho das empresas representadas por pequenas e micro empresas j descrito no

    pargrafo anterior;

    2

  • Captulo 1.0 Introduo

    - Carter temporrio das instalaes (o canteiro de obra mutante);

    - A diversidade das obras;

    - A rotatividade da mo-de-obra que de acordo com o perfil scio educacional do

    trabalhador da Construo Civil do Estado de Pernambuco (2004), pesquisa esta do Sindicato

    da Indstria da Construo Civil do estado de Pernambuco - SINDUSCON /PE, demonstra

    que o intervalo de tempo predominante de permanncia do trabalhador de 1 a 5 anos que

    representa 49,98% dos trabalhadores; e

    - O emprego da mo-de-obra terceirizada.

    Ainda de acordo com Barkokbas et al (2004), os custos gerados pelo acidentes de

    trabalho so dificilmente calculveis, devido s inmeras variveis envolvidas. Entre elas, o

    custo humano e social, no entanto, os gastos econmicos so os que possuem maior fora de

    argumento e convencimento da importncia dos investimentos em segurana.

    Rocha (1999), considera que os prejuzos econmicos propiciam diversas perdas

    financeiras para a sociedade que, s vezes, ultrapassam o mbito da empresa. Para o

    trabalhador, eles provocam a diminuio na renda familiar; para o governo eles aumentam as

    despesas com indenizao e assistncia social.

    Objetivando a preveno dos riscos, as medidas de segurana devem ser adotadas

    durante a fase de planejamento, pois nas fases iniciais qualquer deciso tem realmente o poder

    preventivo, demanda poucos recursos e proporciona grandes resultados, enquanto que as

    intervenes quando acontecem durante a realizao do trabalho levam a decises de poucos

    efeitos e muitos gastos, sendo as medidas apenas reparadoras.

    A segurana deve ser e um fator decisivo na qualidade no processo produtivo, pois,

    para atender meta traada a produo no pode ser surpreendida com nenhum resultado

    indesejado, como os acidentes. Devido a todos esses fatores entendemos que os sistemas de

    segurana devem ser implementados juntamente com o planejamento da obra e monitorado

    em todas as suas etapas buscando a melhoria contnua do processo e eliminando os riscos de

    acidente. Tendo em vista os problemas relacionados segurana do trabalho, procurou-se

    desenvolver um sistema de gesto voltado para as pequenas empresas de Construo Civil.

    3

  • Captulo 1.0 Introduo

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral

    O objetivo geral dessa pesquisa desenvolver um Sistema de Gesto de Segurana e

    Sade do Trabalho SGSST para empresas da indstria da construo civil, tomando-se

    como base as Diretrizes da Organizao Internacional do Trabalho OIT sobre Sistemas e

    Gesto da Segurana e Sade no Trabalho. Esse sistema tem o propsito de ajudar na reduo

    dos acidentes, reduo dos custos, melhoria da imagem da empresa e da qualidade de vida dos

    trabalhadores.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Detectar os fatores de risco existentes, o atendimento a legislao, a documentao e programas de SST;

    Gerar uma Poltica de Segurana;

    Desenvolver indicadores (qualitativos, quantitativos e de produo) de controles atravs de protocolos de inspeo;

    Estabelecer critrios para anlise crtica do sistema.

    4

  • Captulo 1.0 Introduo

    1.3 Justificativa do Trabalho

    Para Maciel (2001), as empresas buscam a todo custo a implementao dos Sistemas,

    esquecendo que a Segurana deve fazer parte de qualquer sistema que possa vir a ser

    implantado. As organizaes no levam em conta todas as estatsticas oficiais de ocorrncias

    de acidentes no trabalho realizadas, que embora no traduzam o custo humano (dor,

    sofrimento, para as famlias, amigos e colegas), mostram os custos econmicos que decorrem

    destes acidentes para a empresa, o empregado e sociedade como um todo.

    Cicco (1996) enfoca que: Juntamente com a reduo de custos, a gesto efetiva da

    Segurana e Sade do Trabalho - SST promove a eficincia dos negcios.

    J Pacheco (1995) destaca que a relao existente entre os fatores: operacional e o

    humano, considerando-os teoricamente conflitantes e, ao mesmo tempo, necessrios

    organizao:

    Homem e operaes so contemporaneamente fatores independentes e

    interdependentes nas mais diversas atividades industriais, e este contraste

    marcadamente interfere no processo da elaborao de qualquer metodologia,

    principalmente levando-se em considerao a variabilidade do

    comportamento humano, ou seja, a realidade que um homem v a mesma

    para todos os homens; nenhum homem possui o mesmo comportamento ou o

    comportamento de outros homens diante da mesma realidade.

    Quando se estuda a implantao de um sistema de segurana e sade no trabalho deve-

    se ter como objetivo os efeitos resultantes que sua gesto traro para a organizao atravs da

    garantia da produtividade, da reduo de custo atravs da ocorrncia dos incidentes e

    acidentes e a contribuio do ambiente de trabalho; j aos trabalhadores o sistema de gesto

    deve auxiliar na melhor qualidade de vida, nas relaes de trabalho, na preservao da sade,

    na estabilidade do emprego e melhores condies do ambiente de trabalho e finalizando, para

    a sociedade uma melhor qualidade de vida do trabalhador, menos acidentes e, via de,

    conseqncia menos bitos e doenas ocupacionais.

    Considerando o objetivo da segurana em realizar a preveno dos riscos de acidentes,

    a implantao do sistema de gesto nas empresas de construo civil exsurge como

    5

  • Captulo 1.0 Introduo

    ferramenta, principalmente para as pequenas empresas, para auxiliar na mudana de

    comportamento dos gestores diante das melhorias dos processos construtivos atravs de uma

    produo segura.

    1.4 Delimitao do Tema

    Este trabalho no pretende finalizar o assunto tema, e por isso traz como limitao a

    problemtica do no levantamento em uma gama maior de empresas com relao aos

    requisitos de implantao e gerenciamento da segurana e sade do trabalho nas empresas de

    construo civil.

    No se pretende, tambm uma validao prtica do modelo proposto, pois, o tempo

    disponvel no permite. A essncia do modelo foi extrada de uma aplicao prtica bem

    sucedida juntamente com as novas diretrizes da OIT.

    Atravs dos conhecimentos da autora e da bibliografia pesquisada, espera-se contribuir

    para a melhoria das condies de trabalho na Indstria da Construo Civil atravs da

    instrumentalizao do processo de gesto que pode dar suporte aos gestores, contribuindo

    para a conscincia prevencionista.

    6

  • Captulo 1.0 Introduo

    1.5 Estrutura do Trabalho

    Para atender aos objetivos propostos, o texto divide-se em 7 (sete) captulos. Neste

    primeiro captulo, foi apresentada, a origem e relevncia da pesquisa, os objetivos, a

    justificativa e a delimitao do trabalho, os material e procedimento metodolgica utilizados.

    O captulo 2 aborda os conceitos de segurana, acidentes e incidentes, os custos

    gerados pelo acidente, seus desdobramentos, a legislao de segurana e as responsabilidades

    decorrentes das no conformidades e desacordo legislao;

    O captulo 3 enfoca os principais aspectos conceituais envolvidos, traando um

    delineamento sobre os tipos Sistema de Gesto, apresentando e discutindo conceitos bsicos e

    definies utilizadas nos Sistemas;

    O captulo 4 trata dos motivos para investir em Segurana, conceitua e caracteriza

    cada um dos elementos que fazem parte das Diretrizes sobre Sistemas de gesto da Segurana

    e Sade no Trabalho (OIT, 2005);

    O captulo 5 apresenta a proposta do estudo para desenvolvimento do modelo, a

    caracterizao da empresa adotada no estudo, estando o protocolo do diagnstico da empresa

    no apndice A;

    O captulo 6 apresenta a anlise dos resultados obtidos com a implantao do sistema;

    O captulo 7 apresenta as concluses e recomendaes do modelo do Sistema;

    7

  • Captulo 1.0 Introduo

    1.6 MATERIAIS E MTODOS

    1.6.1. Procedimentos Metodolgicos da Pesquisa

    Os procedimentos metodolgicos empregados na pesquisa, de acordo com as

    consideraes de Gil (2002), classificam o presente trabalho como exploratrio, descritivo e

    qualitativo.

    Exploratrio por envolver levantamento bibliogrfico e coleta de dados entrevistas com pessoas que vivenciam o problema pesquisado.

    Descritiva por descrever as principais caractersticas inerentes realidade de determinada populao, possibilitando e estabelecendo relaes entre variveis.

    Qualitativa por considerar o processo e seu significado como enfoques principais de abordagem, ou seja, o objetivo maior est na compreenso dos fatos e no na sua

    mensurao, tratando os dados analiticamente.

    8

  • Captulo 1.0 Introduo

    1.6.2 Procedimentos Metodolgicos Aplicados

    Para o desenvolvimento deste trabalho foram adotados os seguintes procedimentos:

    Pesquisa bibliogrfica atravs de uma reviso da literatura nacional e internacional,

    especialmente a Legislao brasileira de Segurana e Medicina do Trabalho e a Diretriz sobre

    Sistemas de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho recomendada pela OIT;

    Inicialmente foram identificadas 04 (quatro) empresas para participar desse estudo e

    dentre elas foi escolhida uma para implantao do sistema. A empresa escolhida no de

    pequeno porte, porm ela agrega muitas empresas de pequeno porte, este foi o fator

    determinante para a escolha. Foram realizadas visitas a essas empresas, sendo realizadas

    entrevistas com seus dirigentes e aplicao do protocolo de inspeo preliminar desenvolvido

    e que se encontra no apndice A, onde pode se caracterizar a empresa tanto na rea de SST

    quanto da rea de Gesto este mtodo tem como base o mtodo de avaliao e controle dos

    riscos para construo civil (BARKOKBAS JUNIOR et al., 2004) no campo da engenharia

    de segurana do trabalho;

    Seguiram-se visitas aos canteiros das obras na empresa escolhida nas diversas fases de

    construo, e dos mais diferentes tipos (Terraplenagem e pavimentao, drenagem,

    esgotamento sanitrio, obras de arte ponte, recuperao e construo de rodovia,

    manuteno em linhas de transmisso, recuperao de praas, construo de escolas, abrigos,

    creches);

    Foram realizadas vistorias a cada 45 (quarenta e cinco) dias, onde foram formados 5

    (cinco) ciclo de vistorias e levantamentos das obras. Em cada visita de cada obra de cada ciclo

    foi aplicado o protocolo de acompanhamento das condies de segurana e higiene do

    trabalho desenvolvido e que se encontra no item 5.9.1.

    A partir dos dados colhidos pode-se atuar nos segmentos aonde havia o grave e

    iminente risco de acidente e as no conformidades.

    De posse de todos os levantamentos e traado o perfil da empresa pode-se ento

    desenvolver, aplicar e analisar um modelo de gesto proposto em todas as suas etapas que

    ser apresentado atravs dos captulos 5 e seus respectivos resultados no captulo 6.

    9

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    2 REFERENCIAL TERICO

    Neste captulo ser abordado o conceito de segurana, acidentes e incidentes, os custos

    gerados pelo acidente seus desdobramentos, a legislao de segurana e as responsabilidades

    decorrentes das no conformidades e desacordo legislao.

    2.1 Conceitos Bsicos

    2.1.1 Segurana do Trabalho Estado da Arte

    Com a industrializao acelerada em todos os pases do mundo, somadas s

    necessidades econmicas imediatas das empresas instaladas, so geradas agresses constantes

    ao homem e ao meio ambiente, deixando, muitas vezes, nossos trabalhadores merc da sorte

    no que se refere segurana e sade ocupacional; tal situao no ocorre somente por falta

    de legislao ou equipamentos de segurana adequados, mas pela falta de conscientizao da

    responsabilidade que todos ns, trabalhadores, empresrios e profissionais da rea que

    devemos ter no aspecto da preveno nossa meta para evitar os acidentes e nas doenas

    ocupacionais.

    Os primeiros estudos referentes ao assunto iniciaram-se no sculo IV aC com

    Aristteles - (384 -322 aC) que cuidou do atendimento e preveno das enfermidades dos

    trabalhadores nos ambientes das minas, em seguida temos Plato que constatou e apresentou

    enfermidades especficas do esqueleto que acometiam determinados trabalhadores no

    exerccio de suas profisses.

    O prximo registro veio com Plnio (23-79 dC) em sua publicao da Histria Natural,

    onde pela primeira vez foram tratados temas referentes Segurana do Trabalho, discorreu

    sobre o chumbo, mercrio e poeiras mencionando o uso de mscaras pelos trabalhadores

    dessas atividades. Hipcrates (460-375 aC) revelou a origem das doenas profissionais que

    acometiam os trabalhadores nas minas de estanho e Galeno (129-201 aC) - preocupou-se com

    o saturnismo.

    10

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    Para o pai da medicina do trabalho Ramazzini (sculo XVIII), somente aps a

    revoluo Industrial na Inglaterra, e com o aumento do nmero de acidentes do trabalho e de

    doenas, que houve a preocupao da sociedade para o fato, gerando as primeiras leis de

    proteo ao trabalhador e ao meio ambiente. Obviamente, as referidas leis tiveram grande

    oposio do empresariado da poca, porm, com o passar do tempo, as mesmas, por presso

    da opinio pblica, foram aperfeioadas.

    No Brasil, em 1912 surgiram as primeiras iniciativas para a preveno de acidentes

    conforme demonstrado atravs do quadro 2.3 Histrico das aes legais em prol da

    segurana do trabalho. Somente aps a Revoluo de 1930 que realmente aumentaram as

    reivindicaes trabalhistas, e passamos a contar com uma legislao social ordinria,

    culminando, a partir de 1943, com a criao da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) a

    Lei de n. 6.514/77 e a Portaria n. 3.214/78, que trata exclusivamente da Segurana e

    Medicina do Trabalho.

    Segundo Miguel (1998) segurana um estado, uma condio; traduz-se na confiana

    e na preveno de perdas. Estas perdas s quais devemos antecipar referem-se a todo tipo de

    ao tcnica ou humana, que possam resultar numa diminuio das funes laborais

    (produtivas, humanas, etc.).

    A Segurana do trabalho a parte da Engenharia que trata de reconhecer, avaliar e

    controlar as condies, atos e fatores humanos de insegurana nos ambientes de trabalho, com

    o intuito de evitar acidentes com danos materiais e principalmente sade do trabalhador.

    O objetivo da segurana do trabalho de extino ou atenuao do risco ao

    trabalhador, usando os recursos tecnolgicos disponveis, o treinamento intensivo, a busca da

    conscientizao dos trabalhadores aos riscos, sem nunca esquecer que o homem no uma

    mquina, e as variveis humanas existem e devem ser respeitadas. muito difcil pensar em

    segurana sem planejamento, organizao, e interao, enfim, o envolvimento total de todos

    os setores da empresa, que devero resultar, na prtica, em um programa efetivo de segurana

    e preveno aos riscos ocupacionais.

    O termo segurana segundo as normas BSI-OHSAS e BS-8800 pode ser definido

    como o estado de estar livre de riscos inaceitveis de danos.

    11

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    A segurana , na sua mais ampla acepo, um conceito substancialmente unido ao do

    ser humano, individual ou socialmente considerado.

    O seu desenvolvimento e evoluo circunscrevem-se ao progresso humano com a

    mesma relevncia de outros aspectos que so facetas do mesmo poliedro, tais como a

    Ecologia, o bem-estar social, a estabilizao das presses sociais; em suma, a qualidade de

    vida em todas as suas componentes e circunstncias.

    Historicamente, a segurana como sinnimo de Preveno de Acidentes evoluiu de

    uma forma crescente, englobando um nmero cada vez maior de fatores e atividades, desde as

    primeiras aes de reparao de danos at um conceito mais amplo onde se buscou a

    preveno de todas as situaes geradoras de efeitos indesejados para o trabalho.

    Com efeito, a par da Segurana Social, surgiram e evoluram em diversos pases aes

    tendentes a prevenir danos s pessoas, decorrentes de atividades laborais. A preveno de

    acidentes de trabalho surge, enfim como um imperativo de conscincia face eventualidade

    de danos fsicos, psquicos e morais para a vtima, que perderia a sua capacidade de ganho e a

    possibilidade de desfrutar de uma vida ativa e normal. Seriam igualmente irremediveis as

    conseqncias para a famlia e, sobretudo para a sociedade, que resultaria privada de

    eficincia, das qualidades e da contribuio para a criao de riquezas de um dos seus

    membros.

    A segurana dos locais de trabalho constituiu a primeira preocupao social que

    impulsionou a criao da legislao laboral.

    A focagem da preveno do ponto de vista de proteo dos trabalhadores, da sua vida

    e integridade fsica e moral foi muito posterior. Dever aqui se destacar a atuao relevante da

    Organizao Internacional do Trabalho OIT, a qual, desde a sua constituio em 1919, tem

    atribudo um papel prioritrio aos temas de Higiene e Segurana, quer no plano das medidas

    genricas, quer no das condies especficas por profisses, ramos de atividade e produtos

    utilizados ou fabricados.

    12

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    2.1.2 Acidentes e Incidentes

    Pode-se afirmar que os acidentes de trabalho so a primeira evidncia das ms

    condies de trabalho. Segundo Bellovi et al. (1990), os acidentes de trabalho incapacitam o

    trabalhador para o desenvolvimento de sua atividade, seja temporariamente ou

    definitivamente, causando danos humanos e materiais para o trabalhador e para sociedade. No

    Brasil, o Ministrio da Previdncia Social (MPS) indica que durante o ano de 2003 foram

    registrados 390.180 acidentes de trabalho (BRASIL, 2004)

    Para que possamos entender o que acidente do trabalho, ser necessrio conceituar

    inicialmente, o que acidente e os termos a ele relacionado.

    Numa conceituao ampla, acidente toda ocorrncia no desejada que modifica ou

    pe fim ao andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim, ele no deve ser

    entendido apenas em funo de ser um fato que pode causar um ferimento, ou um

    acontecimento desastroso. Portanto, o acidente pode ocorrer em qualquer lugar: em casa, na

    rua, na prtica de esporte, numa viagem e, principalmente, no trabalho ou em funo deste.

    A palavra acidente definida no dicionrio como: S.m.Acontecimento infeliz, casual

    ou no, e de que resulta ferimento, dano, estrago, prejuzo, avaria, runa, etc.; desastre

    (FERREIRA, 2004).

    Do ponto de vista legal, o Plano de Benefcios da Previdncia Social, atravs da Lei

    8.213 de 24 de julho de 1991, regulamentada pelo Decreto 611 (BRASIL, 2004), em seu

    Captulo II, Seo I, Art. 19 define acidente do trabalho como: aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados,

    provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou a perda ou

    reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.

    Acidente de trabalho traduz-se ento na ocorrncia que produz um dano material ou

    moral pessoa, em razo do exerccio do trabalho, exercido em vinculao a uma Empresa, o

    qual vem provocar uma leso fsica, ou perturbao nas funes, ou ainda uma enfermidade

    13

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    que traga como conseqncia o bito, perda ou reduo, em carter temporrio ou permanente

    da capacidade laborativa para o trabalho.

    Essa leso pode se apresentar como corporal, a exemplo de ferimentos, fraturas, perda

    de membros, enfim, danos anatmicos. Quanto perturbao funcional, representa a mesma

    um dano transitrio ou permanente, relativamente atividade fisiolgica ou psquica, como a

    dor, a perda ou diminuio dos sentidos, espasmos, tremores, perda de movimentos, da

    memria, inteligncia ou linguagem, etc. A doena caracterizada por uma perturbao

    funcional de maior gravidade.

    O acidente de trabalho traz consigo vrios elementos que o caracterizam, tais como a

    causalidade, vez que apresenta-se o mesmo como um evento que no programado;

    caracteriza-se ainda por seu carter de nocividade, tendo-se em conta que dele deve resultar

    uma leso corporal, perturbao funcional fsica ou mental e a incapacitao, a qual impede

    que o trabalhador, em razo do acidente, possa trabalhar, sofrendo, via de conseqncia,

    leso patrimonial advinda da perda de seu salrio e ainda o nexo etiolgico, que traduz-se na

    relao direta ou indireta entre a leso pessoal e o trabalho subordinado realizado pelo

    empregado.

    Consideram-se tambm acidente de trabalho as disposies do artigo 20 desta Lei, as

    seguintes entidades mrbidas:

    I - doena profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exerccio do

    trabalho peculiar a determinada atividade;

    II - doena do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em funo de condies

    especiais em que o trabalho realizado e com ele se relacione diretamente.

    Em seu pargrafo primeiro o artigo 20 no considera doena do trabalho:

    a) a doena degenerativa;

    b) a inerente a grupo etrio;

    c) a que no produza incapacidade laborativa;

    d) a doena endmica adquirida por segurado habitante de regio em que ela se

    desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou contato direto

    determinado pela natureza do trabalho.

    14

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    O artigo 21 da mesma Lei, no entanto, tambm considera acidente de trabalho as

    situaes abaixo:

    I - o acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica, haja contribudo

    diretamente para a morte do segurado, para a reduo ou a perda da sua capacidade para o

    trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica para a sua recuperao;

    II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horrio do trabalho, em conseqncia de:

    agresso praticada por terceiro ou companheira de trabalho; ofensa fsica intencional

    relacionada ao trabalho, imprudncia, negligncia ou impercia de terceiro ou de companheiro

    de trabalho, ato de pessoa privada da razo, desabamento, inundao, incndio e outros casos

    fortuitos ou decorrentes de fora maior;

    III - a doena proveniente de contaminao acidental do empregado no exerccio de sua

    atividade;

    IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horrio de trabalho,

    denominado acidente de trajeto que podemos definir como sendo o acidente sofrido pelo

    trabalhador no percurso da residncia para o trabalho ou vice-versa e no percurso de ida e

    volta para o local da refeio em intervalo do trabalho, quer na rea urbana, quer na rea rural,

    qualquer que seja o meio de locomoo (BRASIL, 2004).

    A comprovao do nexo causal possvel quando realizada a anlise do acidente e o

    estudo e a maneira que eles so caracterizados.

    Atravs da NB 18 de 1975 a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT)

    tambm determina de maneira prpria sua definio sobre acidente do trabalho, na qual

    acidente a ocorrncia imprevista e indesejvel, instantnea ou no, relacionada com o

    exerccio do trabalho, que provoca leso pessoal ou de que decorre risco prximo ou

    remoto dessa leso.

    De Cicco (1996), descreve o conceito adotado pela norma britnica BS 8800, que

    ainda mais restrito em relao aos anteriores: evento no planejado que resulta em morte,

    doena (ocupacional, que se julga ter sido causada ou agravada pela atividade de

    trabalho de uma pessoa ou pelo ambiente de trabalho), leso, dano ou outra perda.

    15

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    O Acidente do Trabalho do ponto de vista prevencionista : uma ocorrncia no

    programada, inesperada ou no, que interrompe ou interfere no processo normal de

    uma atividade, ocasionando perda de tempo til e/ou leses no trabalhador e/ou danos

    materiais. (ZOCCHIO, 1996).

    Na conceituao legal encontramos o legislador voltado basicamente para definir o

    acidente com a finalidade da proteo do trabalhador acidentado, atravs do reparo do dano

    apenas no plano financeiro, garantindo ao trabalhador seu sustento durante o perodo que

    apresentar impossibilidade ao trabalho, ou ainda uma indenizao se existiu uma incapacidade

    permanente. Podemos notar tambm que, em todas as conceituaes apresentadas est

    mencionada algum tipo de perda, leso, porm podemos dizer que a conceituao mais ampla

    que podemos adotar a prevencionista, onde quaisquer ocorrncia, programada ou no,

    inesperada ou no, um fato determinante para ser considerado como acidente, pois a

    preveno ainda o maior trunfo da Segurana para garantir um ambiente de trabalho seguro.

    O acidente produto da combinao de uma srie de fatores. Dificilmente o mesmo

    ocorre em conseqncia de uma s causa. Podemos dizer que os acidentes no acontecem,

    mas so causados e que as causas dos acidentes podem ser determinadas e controladas

    Podemos assim prevenir o acidente atravs de aes imediatas quando acontecer um

    quase acidente ou o termo adotado por esta autora incidente que, segundo as normas BS-

    8800 e BSI-OHSAS 18001, definido como um elemento no previsto que tem o potencial

    de gerar acidentes. O incidente, portanto no resulta em danos pessoais, porm resulta em

    uma perda de tempo / danos materiais. Podemos dizer que o incidente quase um acidente, ou

    seja, um acidente em potencial;

    de vital importncia o conhecimento e controle destas situaes, porque atravs

    delas que detectamos os pontos crticos da organizao, permitindo ento a eliminaco ou

    reduo da probabilidade da ocorrncia dos incidentes.

    Analisando o acidente podemos dizer que ele provm na maioria dos casos de vrios

    incidentes; por isso devemos ficar sempre atentos aos fatos geradores dos incidentes, pois

    16

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    atravs deles se pode verificar os indcios que levam ao acidente, atravs desta observao e

    levantamento podemos antecipar, prevenir e evitar o acidente.

    A partir das classificaes dos acidentes foi elaborado o esquema apresentado na

    figura abaixo, que mostra as diferentes consequncias das leses para o trabalhador envolvido

    em um acidente.

    Acidente

    Fonte: Adaptado de REIS, 1981

    Figura 2.1: Classificao dos acidentes.

    Podemos dizer que o acidente sem afastamento quando ocorre leso pessoal que no

    impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao acidente. No apresenta

    incapacidade permanente ou temporria, porm, exige primeiros socorros ou socorro mdico

    de urgncia.

    O acidente com afastamento d-se quando a leso pessoal impede o acidentado de

    voltar ao trabalho no dia imediato ao acidente. A leso provocada resulta em incapacidade

    temporria (aquela em que o trabalhador perde a sua capacidade do trabalho por um perodo

    limitado de tempo, menor que um ano, e posteriormente pode voltar a exercer suas atividades

    da mesma forma como fazia antes do acidente) ou permanente (representa a perda da

    capacidade para o trabalho em carter permanente), podendo ser parcial ou total, ou a morte

    do trabalhador.

    Sem Afastamento

    Com Afastamento

    Incapacidade TemporriaIncapacidade Permanente

    Morte

    Parcial

    Total

    17

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    2.1.3 Custos

    Diante das definies de acidente e incidente do trabalho surge o interesse de conhecer

    o custo proveniente dos mesmos. As conseqncias dos acidentes do trabalho so desastrosas,

    pois envolvem as pessoas que se incapacitam com uma leso parcial ou total, temporria ou

    permanente para o trabalho, envolve as empresas com a perda da mo-de obra, de material,

    desgaste da imagem, elevando o custo operacional e envolve a sociedade com o aumento das

    pessoas que passam a depender da instituio governamental para sua sobrevivncia. Os

    aspectos negativos do acidente sempre sero sentidos por estes trs segmentos o trabalhador, a

    empresa e a sociedade.

    Bellovi et al. (1990) relata que os custos dos acidentes devem ser analisados sob dois

    aspectos o humano e o econmico. O custo humano se constitui na dor, no sofrimento, na

    invalidez resultante nas mortes, ou seja, em todos os danos que as pessoas sofrem. A

    FUNDACIN MAPFRE DE ESTDIOS (2000) tambm cita como custos humanos do

    trabalho as fadigas mentais e musculares, a falta de autonomia temporria, o isolamento, o

    baixo interesse pelo trabalho, as incertezas frente ao futuro, etc. O custo econmico est

    formado por todos os gastos e perdas que o acidente origina. Gastos que ocasionam a perda de

    horas de trabalho, tanto dos acidentados, como dos outros trabalhadores e da gerncia, a

    assistncia mdica, as leses, a perda de materiais e equipamentos, e etc. (BELLOVI et al.,

    1990).

    Ambos os tipos de custo esto intimamente ligados e so, muitas vezes, difceis de

    diferenciar. Por exemplo, a perda de salrio que o trabalhador sofreu. Este representa um

    custo econmico e humano para a famlia, porque essa era a nica fonte de renda da famlia, o

    que vai conduzir a outras perdas. Sob o custo econmico para a empresa, este subdivide-se em

    direto e indireto, conforme representa a figura abaixo:

    Fonte:BARKOKEBAS JR.B. et al, 2004.

    Figura 2.2: Representao do custo de acidente do trabalho

    Custo de Acidente deTrabalho Direto

    Custo Humano

    Custo Econmico

    Acidentado

    Empresa

    Sociedade

    Indireto

    18

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    Para isso, sero apresentadas as definies para o custo econmicos, diretos e indiretos

    para as empresas. Segundo Miguel (1998), o custo direto, tambm chamado de segurado, diz

    respeito a todas as despesas ligadas diretamente ao atendimento do acidentado, e so de

    responsabilidade do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS. O custo segurado

    representa uma sada definitiva de dinheiro, sendo sua apropriao retirada diretamente do

    setor responsvel pelo clculo de custos da empresa. A taxa de seguro de acidentes do

    trabalho, paga pela empresa Previdncia Social, representa um desembolso imediato para o

    empregador e representa o custo do seguro de acidentes do trabalho que o empregador deve

    pagar ao INSS, conforme determinado no Art. 26 do Decreto n. 2.173, de 05/03/1997

    (BRASIL, 2004). Esta contribuio calculada a partir do enquadramento da empresa nos

    nveis de risco de acidente de trabalho, que podem ser:

    CONTRIBUIO NVEL

    1% LEVE

    2% MDIO

    3% GRANDE

    Fonte: MPAS

    Nota: Adaptada pelo Autor

    Quadro 2.1: Tabela de enquadramento para contribuio das empresas

    O custo indireto ou no segurado, como o prprio nome traduz, so despesas de

    responsabilidade da empresa, que se manifestam de maneira indireta em decorrncia do

    acidente. Este custo coberto pela empresa, e no pelo INSS.

    Evidentemente, o custo indireto ser tanto menor quanto mais eficiente for a

    preveno de acidentes, o que pode ser conseguido com um bom programa de preveno

    gerando reduo dos custos indiretos.

    Classificao no nvel de risco de acidente das empresas.

    Este percentual calculado em relao afolha de pagamento de contribuio daempresa. O recolhimento feito com asdemais contribuies devidas ao INSS.

    A classificao das empresas feita por tabela organizada peloMinistrio da Previdncia eAssistncia Social MPAS.

    19

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    Se para cada acidente ocorrido, a empresa procurar coletar todos os dados necessrios

    para o clculo real do mesmo, pode-se seguir a orientao indicada pelo National Safety

    Council (1994), onde se procede a um estudo, levando-se em conta os preos correntes a um

    nmero razovel de acidentes para se ter uma mdia aproximada dos custos. Para esse estudo

    so registrados os custos indiretos de acordo com as seguintes classes de acidentes

    (NATIONAL SAFETY COUNCIL, 1994):

    A1 Acidentes com perda de tempo e com incapacidade parcial e permanente

    /incapacidade total temporria

    A2 Acidentes com perda de tempo, com incapacidade parcial e temporria, e casos

    de tratamento que requerem a ateno de um mdico fora da empresa

    A3 Acidentes sem perda de tempo, isto , casos de tratamento que requerem s

    pronto socorro ou tratamento do ambulatrio da empresa

    A4 Acidentes sem leses, com perdas materiais inferior a uma determinada

    quantia (nos U.S.A. US$ 20) ou perda inferior a 8 horas de trabalho

    A5

    Acidentes sem leses e com perdas materiais de US$ 20 ou mais, ou perda de 8

    ou mais horas de trabalho de um homem.

    Fonte:National Safety Council (1994)

    Quadro 2.2: Classes de acidente

    Como o custo indireto varia de empresa para empresa, de acordo com cada tipo de

    acidente, necessrio o desenvolvimento dos estudos individuais que levem ao custo real do

    acidente. Recomenda-se que este estudo no tenha intervalo inferior a um ano, para que o

    mesmo seja representativo.

    Pode-se ento dizer que o custo total do acidente do trabalho para empresa a soma

    dos custos econmicos diretos e indiretos.

    CT = CD + CI

    20

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    O pioneiro do estudo de causas e modelos de custos Heinrich apud Miguel (1998)

    publicou em 1931 uma relao linear entre CI e CD de 4:1, ou seja, considerou os custos

    totais de um acidente como o quntuplo dos custos diretos verificados. Este valor amplamente

    divulgado foi obtido para a mdia das indstrias americanas, e no era propsito do autor,

    us-lo em todos os casos, como estimativa do custo de acidentes. A sua anlise

    condicionada pelo tempo, pelo local, pela atividade produtiva e pela dimenso da empresa. Na

    mesma poca, Heinrich introduziu, pela primeira vez, o levantamento de acidentes sem leso

    (com dano a propriedade), vindo a contribuir com a conceituao de custo de acidente de

    trabalho. Sua pesquisa apresentou como resultado que, para cada grupo de 330 eventos, 300

    no resultam em leso, 29 resultam em leso no incapacitante ou acidentes leves e apenas 1

    resulta em mortes ou leso incapacitante,conforme a figura abaixo.

    Fonte:Heinrich apud Miguel(1998)

    Figura 2.3: Pirmide de Heinrich (1959)

    J Bird em 1969, como diretor da Insurance Company of North America, com base na

    anlise de 1.753.498 casos de acidentes informados naquele ano, por 297 empresas,

    empregando 1.750.000 trabalhadores, chegou a uma relao mais precisa sobre a ocorrncia

    de acidentes. Para cada acidente com leso grave foram identificados 600 acidentes sem

    leses ou danos visveis, conforme apresenta a figura abaixo.

    300

    29

    1 Leso incapacitante Acidentes graves

    Leso no incapacitante Acidentes leves

    Incidente - Acidente sem leso

    21

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    Fonte:Heinrich apud Miguel (1998)

    Figura 2.4 : Pirmide de Bird (1969)

    Na Inglaterra, o Health and Safety Executive verificou que a proporo dos custos

    indiretos para os custos diretos guarda um mltiplo da ordem de 8 a 36 vezes. Com isso,

    verificam-se as inmeras variveis a ser mensuradas quando da apropriao do custo.

    A exata proporo entre os diversos tipos de eventos no o importante, mas sim o

    conhecimento de que as leses incapacitante (acidentes com leso grave) ocorrem menos

    freqentemente do que as leses no incapacitantes (acidentes com leso leve), e que essas

    ocorrem com menor freqncia do que os acidente sem leso (incidente).

    As propores acima estabelecidas demonstram que os incidentes ocorrem em

    propores significativamente maiores, e este nmero pode ainda ser maior se considerarmos

    que muitos eventos no so notificados. Assim, os incidentes que so ocorrncias inesperadas

    e que, apenas por pouco, deixaram de se tornar um acidente, devem ser considerados como

    avisos daquilo que pode ocorrer, sendo que, se estes avisos forem ignorados pela empresa, o

    acidente fatalmente ocorrer.

    Por isso, a gesto de SST nas organizaes deve ter como foco a preveno, acima de

    tudo, e no apenas a eliminao e reduo de acidente, com vistas nos incidentes, criando

    procedimentos que realizem sua deteco, anlise e implementao de medidas de controle.

    600

    30

    10

    1 Leso incapacitante - Acidente com leso grave

    Leso no incapacitante - Acidente com leso leve

    Acidente com dano propriedade

    Incidente - Acidente sem leso ou danos visveis

    22

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    2.1.4 Perigo e Risco

    A existncia dos riscos de acidente j deve ser considerado como um dos pontos

    iniciais para disparar o gatilho da preveno, mas para isso necessrio e indispensvel saber

    identific-los e avali-los.

    Para Zocchio (1996) os riscos fora de controle passam a ser perigo para as pessoas e

    para os prprios componentes materiais dos locais de trabalho; ele define perigo como a

    iminncia de algum risco, quando este ameaa algum ou alguma pessoa.

    Atravs das normas OHSAS 18001 e BS -8800, o conceito de perigo definido

    como fonte ou situao com potencial de provocar leses pessoais, problemas de sade,

    danos propriedade, ao ambiente de trabalho, ou uma combinao desses fatores.

    O termo risco tambm est definido na norma BSI-OHSAS-18001 e pela BS-8800

    como: combinao da probabilidade e das conseqncias de ocorrer um evento perigoso.

    Ocorre que, riscos acontecem a todo tempo no nosso dia-a-dia e nos deparamos com

    eles a todo instante, envolvendo-nos vez por outra; na grande maioria das vezes nem os

    percebemos, isso porque o risco qualquer possibilidade de perigo.

    Se, agora, definirmos perigo como uma situao que prenuncia um acontecimento que

    pode causar um mal (um acidente), entenderemos o risco como algo potencial e perigo como

    algo iminente.

    Dessa forma, para se realizar a anlise de um posto de trabalho, necessrio fazer uma

    varredura, para descobrir quais as fontes de perigo, isto , os riscos inerentes gerados pelas

    fontes e estabelecer em cada uma: o que pode ocorrer de errado, com que freqncia pode

    acontecer, quais seriam os efeitos e as conseqncias. Aps o levantamento, constatados os

    risco de baixa possibilidade, estes devem ser eliminados para evitar a possibilidade de se

    tornarem perigos. E s, ento, iniciar um planejamento de aes que busquem diminuir as

    possibilidades, que minimizem os efeitos e as conseqncias do risco e outro planejamento

    para preparar dos trabalhadores atravs de treinamento e conscientizao.

    um trabalho educativo que leva a uma diminuio de vtimas em potencial e dar

    mais condies para se lidar com o imprevisto e com o desconhecido.

    23

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    2.1.5 Legislao de Segurana do Trabalho

    2.1.5.1 Evoluo da Segurana e Higiene do Trabalho no Mundo

    Como j foi mencionado no item 2.1.1 os primeiros estudos referentes ao assunto

    iniciaram-se no sculo IV aC com Aristteles que seguido de Plato, Plnio e Hipcrates.

    Segundo Cruz (1998), no incio da era Crist, pode-se citar o trabalho de Galeno que

    mencionava doenas entre trabalhadores de minas de chumbo do mediterrneo. Avicena

    (mdico) relacionou pinturas base de chumbo com clicas nos trabalhadores que as

    executavam e Ulrich Ellembog, no sculo XV, publicou obras relacionadas higiene do

    trabalho.

    Em 1556, Georg Bauer revela um estudo sobre diversos problemas relacionados

    minerao de alguns metais, principalmente chamada asma dos mineiros hoje silicose;

    onze anos depois surge o primeiro estudo entre a relao trabalho e doena de Aureolus T.B.

    Von Hohenheim, que analisa os diversos mtodos de trabalho e materiais empregados e as

    doenas dos trabalhadores em sua cidade (NOGUEIRA apud ROCHA, 1999); porm este

    trabalho no influncia no desenvolvimento da segurana do trabalho, pois por mais de um

    sculo, nenhuma ao foi realizada; somente em 1700 o italiano Bernardino Ramazzini,

    considerado o Pai da Medicina do Trabalho, publicou o livro De Morbis Artificum

    Diatriba que descreve com preciso as doenas relacionadas com o trabalho. O estudo de

    Ramazzini s foi valorizado, porm, aps quase um sculo, devido ao aumento de

    trabalhadores com doenas profissionais decorrentes da Revoluo Industrial, onde surge a

    primeira mquina de fiar proporcionando o surgimento de diversas indstrias no lugar da

    produo caseira de tecidos, antes fabricado com teares manuais.

    Outro avano foi mquina a vapor, o que possibilitou a partir deste surgimento, a

    instalao de fbricas em qualquer local, o que antes era impossvel, pois as mquinas eram

    movidas por meio de fora hidrulica e tinham que estar localizadas perto de curso de gua.

    Foram ento instaladas as fabricas nas cidades procurando por mo-de-obra abundante e mais

    barata, no havendo restries na contratao (homens, mulheres e at mesmo crianas). As

    condies de trabalho eram precrias quanto iluminao (bico de gs), ventilao

    24

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    (ambientes fechados) e ao rudo (mquinas) o que se agravava pelo nmero excessivo de

    horas trabalhadas e funcionamento das mquinas sem proteo ao trabalhador, com peas

    mveis expostas, e por conseqncia altos nveis de acidentes e mortes. (NOGUEIRA apud

    ROCHA, 1999).

    Como conseqncia, a Revoluo Industrial deixou problemas sociais e a reao

    humanista, dando incio s primeiras leis trabalhistas que visaram garantia e a preservao

    da dignidade humana dos que trabalhavam nas indstrias (CRUZ, 1996). A primeira lei foi

    aprovada em 1802, na Inglaterra, sob a direo de Sir Robert Peel, chamada Lei de Sade

    Moral dos Aprendizes, e determinava: limite de 12 horas de trabalho por dia; fim do trabalho

    noturno; obrigatoriedade de os empregados lavarem as paredes das fbricas duas vezes ao ano

    e a obrigatoriedade da existncia da ventilao nas fbricas.

    Em 1830, o mdico ingls Robert Baker marca o primeiro servio mdico industrial

    do mundo, aps sugerir que fosse contratado um mdico da regio para cuidar dos

    trabalhadores da fbrica, pois assim poderiam ser realizadas visitas dirias e o

    acompanhamento poderia tambm determinar ou no o afastamento dos trabalhadores de suas

    funes, essa atitude chamou a ateno do parlamento ingls que, em 1831, foi movido a

    realizar uma investigao sobre as condies de trabalho existentes no seu pas. O resultado

    foi bastante alarmante que chamou a ateno da sociedade e, em 1833, foi decretada a

    primeira lei para proteo do trabalhador, o Factory Act, 1883, que deveria ser aplicada em

    todas as fbricas txteis com fora hidrulica ou a vapor, estabelecendo: a proibio do

    trabalho noturno para menores de 18 (dezoito) anos; jornada mxima de trabalho de 12 horas

    por dia e 69 por semana para menores; nas fbricas, necessidade de escolas a serem

    freqentadas por todos os trabalhadores com menos de treze anos; idade mnima de nove anos

    para os trabalhadores; e disponibilidade de um mdico na fbrica para prevenir doenas

    ocupacionais e verificar o desenvolvimento fsico das crianas (compatibilidade com a idade

    cronolgica) (NOGUEIRA apud ROCHA, 1999).

    Outras leis tambm foram importantes, tais como (CRUZ, 1996):

    Lei de 1842, que proibiu o trabalho de mulheres e menores em subsolos; Lei de 1844, que instituiu a jornada de dez horas para as mulheres; Lei de 1859, que fixou a jornada de trabalho de 12 horas para os homens.

    25

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    Em 1867, amplia-se a viso da segurana do trabalho com a introduo de exigncias

    relativas proteo do maquinrio, controle de poeiras atravs de ventilao e proibio de se

    fazer refeies nos locais de trabalho. Em 1897 iniciou-se a prtica da inspeo mdica e a

    idia das indenizaes. A preocupao da segurana no foi somente da Inglaterra. A Frana e

    a Alemanha comearam tambm a implantar suas leis, tal como a lei alem de 1869 que

    exigia a manuteno das mquinas em perfeito estado por parte dos empregadores, a fim de

    proteger os operrios contra acidentes de trabalho. Outras inovaes dizem respeito ao

    surgimento das primeiras leis relativas a seguros contra acidentes; em 1877 na Sua e em

    1883 na Alemanha.

    Nos Estados Unidos a primeira lei relativa segurana no trabalho s surgiu em 1877

    com a finalidade de evitar acidentes atravs da obrigatoriedade da utilizao de protetores nas

    correias, eixos e engrenagens; proibio da limpeza de mquinas em movimento, e

    implantao de sadas de emergncia em nmero suficiente para evacuar o local em caso de

    acidente.

    Com a evoluo, as legislaes de segurana deixaram de ser meramente voltadas para

    a indstria, passando a abranger o trabalho de maneira geral, tornando a segurana parte

    integrante nas Constituies. O primeiro pas a adotar este procedimento foi o Mxico em

    1917 quando foram abordados pontos como: a jornada de trabalho de oito horas; jornadas

    mximas noturnas de sete horas e de seis horas para menores de dezesseis anos; proibio do

    trabalho para menores de doze anos; salrio mnimo adicional de horas extras e descanso

    semanal; protees maternidade e contra acidentes; direitos sindicalizao e greve;

    indenizao de dispensa e de seguros sociais entre outros.(CRUZ, 1996).

    Cruz (1996) tambm cita a Carta Del Lavoro da Itlia, de 1927, que favoreceu os

    sistemas democrticos, influenciando pases como Portugal, Espanha e Brasil, possuindo

    como princpio bsico a participao do Estado nas questes econmicas e o controle dos

    direitos coletivos do trabalho atravs de concesso de direitos trabalhistas atravs de leis.

    S mais tarde o setor da Construo Civil foi abordado dentro da segurana. Nos

    Estados Unidos primeira legislao surgiu em 1908 e s em 1914 o Canad criou seu

    primeiro rgo objetivando a segurana do trabalhador para a atividade de construo. A

    10

    26

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    partir da dcada de setenta que o tema tornou-se uma parte integrada gesto do processo

    construtivo. (ROCHA, 1999).

    Com a introduo de novas tecnologias, surgem novos problemas e diversos tipos de

    relaes sociais. A partir deles, aflora a preocupao com a gesto de recursos humanos e a

    necessidade de estudos acerca das causas dos acidentes. Com o aumento da conscientizao

    da sociedade e seu comprometimento a ampliao dos direitos trabalhistas se fez necessrio,

    refletindo a preveno acidentria como uma tendncia na melhoria das relaes de trabalho,

    alavancando-se outros aspectos como benefcios sociais, qualificao, remunerao, etc.

    2.1.5.2 Evoluo da Segurana e Higiene do Trabalho no Brasil

    Comparado com a Europa, no Brasil a legislao de segurana mais recente, pois,

    em 1888 ainda ramos um pas de escravos, onde as questes sociais no importavam. Mesmo

    na Repblica o panorama no foi diferente. S em 1912 surgiram as primeiras iniciativas para

    preveno de acidentes, conforme mostra o quadro abaixo. (continua)

    1912

    Foi constituda a Confederao Brasileira do Trabalho - CBT, durante o quarto Congresso Operrio Brasileiro, realizado nos dias 7 e 15 de novembro, incumbida de promover um longo programa de reivindicaes operrias: jornada de oito horas, semana de seis dias, construo de casas para operrios, indenizao para acidentes de trabalho, limitao da jornada de trabalho para mulheres e menores de quatorze anos, contratos coletivos ao invs de contratos individuais, seguro obrigatrio para os casos de doenas, penso para velhice, fixao de salrio mnimo, reforma dos impostos pblicos e obrigatoriedade da instruo primria.

    1918

    Foi criado o Departamento Nacional do Trabalho, por meio do Decreto n 3.550, de 16 de outubro, assinado pelo Presidente da Repblica, Wenceslau Braz P. Gomes, a fim de regulamentar a organizao do trabalho no Brasil.

    1923

    Foi criado o Conselho Nacional do Trabalho, por meio do Decreto n 16.027, de 30 de abril, assinado pelo Presidente Artur Bernardes.

    1928

    Foi alterada a redao do Decreto que criou o Conselho Nacional do Trabalho por meio do Decreto n 18.074, de 19 de janeiro, assinado pelo Presidente Washington Luiz.

    1930

    Foi criado o Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio, por meio do Decreto n 19.433, de 26 de novembro, assinado pelo Presidente Getlio Vargas, assumindo a pasta o Ministro Lindolfo Leopoldo Boeckel Collor.

    (continua)

    27

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    1931

    (continua)O Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio foi organizado pelo Decreto n 19.667, de 4 de fevereiro, com a seguinte estrutura:

    Secretrio de Estado; Departamento Nacional do Trabalho; Departamento Nacional do Comrcio; Departamento Nacional de Povoamento; Departamento Nacional de Estatstica

    1932

    O Ministro de Estado Lindolfo Leopoldo B. Collor solicitou sua demisso em 2 de maro, sendo seu sucessor o Ministro Joaquim Pedro Salgado Filho. Foram criadas as Inspetorias Regionais do Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio, por meio dos Decretos ns 21.690 e 23.288, de 1 de agosto de 1932 e 26 de outubro de 1933, respectivamente.

    1933

    Foram criadas as Delegacias do Trabalho Martimo, por meio do Decreto n 23.259, de 20 de outubro, para inspeo, disciplina e policiamento do trabalho nos portos.

    1940

    As Inspetorias Regionais foram transformadas em Delegaciais Regionais do Trabalho, por meio do Decreto-Lei n 2.168, de 6 de maio.

    1960

    O Ministrio passou a ser denominado de Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, por meio da Lei n 3.782, de 22 de julho.

    1964

    Foi criado o Conselho Superior do Trabalho Martimo, por meio da Lei n 4.589, de 11 de dezembro, constitudo por representantes dos Ministrios do Trabalho e Previdncia Social, da Marinha, da Agricultura e dos Empregadores e Empregados.

    1966

    Foi criada a Fundao Centro Nacional de Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, por meio da Lei n 5.161, de 21 de outubro, para realizar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas de segurana, higiene e medicina do trabalho. Foi criado o Servio Especial de Bolsas de Estudos - PEBE, rgo autnomo vinculado ao Ministrio, extinto o Conselho Nacional do Trabalho, por meio do Decreto n 57.870, de 25 de fevereiro.

    1971

    Foi estabelecida, provisoriamente, por meio do Decreto n 69.014, de 4 de agosto, a seguinte estrutura bsica do Ministrio:

    Gabinete do Ministro; Consultoria Jurdica; Diviso de Segurana e Informaes; Secretaria-Geral; Inspetoria-Geral de Finanas; Conselho Nacional de Poltica Salarial; Comisso da Ordem do Mrito; Secretaria do Trabalho; Secretaria da Previdncia Social; Secretaria da Assistncia Mdico-Social; Departamento de Administrao; Departamento do Pessoal.

    1972 Foi criado o Conselho Consultivo de Mo-de-Obra, por meio do Decreto n 69.907, de 7 de janeiro.(continua)

    28

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    1974

    (continua)O Ministrio passou a ser denominado de Ministrio do Trabalho, por meio da Lei n 6.036, de 1 de maio.

    1976

    Foi criado o Servio Nacional de Formao Profissional Rural, SENAR, rgo autnomo vinculado ao Ministrio, por meio do Decreto n 77.354, de 31 de maro.

    1977

    Foi criado o Conselho Nacional de Poltica de Emprego, por meio do Decreto n 79.620, de 18 de janeiro.

    1978

    Foi alterada a denominao da FUNDACENTRO para Fundao Jorge Duprat Figueiredo, de Segurana e Medicina do Trabalho, por meio da Lei n 6.618, de 16 de dezembro. Foi alterada a denominao do Conselho Consultivo de Mo-de-Obra para Conselho Federal de Mo-de-Obra, por meio do Decreto n 81.663, de 16 de maio.

    1980 Foi criado o Conselho Nacional de Imigrao, por meio da Lei n 6.815, de 19 de agosto.

    1989

    Foram extintas as Delegacias do Trabalho Martimo, o Conselho Superior do Trabalho Martimo, o Conselho Federal de Mo-de-Obra e o PEBE, por meio da Lei n 7.731, de 14 de fevereiro. Foi criado o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Servio, por meio da Lei n 7.839, de 12 de outubro.

    1990 Foi criado o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador, por meio da Lei n 7.998, de 11 de janeiro. Por meio da Lei n 8.028, de 12 de abril, foram criados os seguintes rgos:

    Conselho Nacional de Seguridade Social; Conselho Nacional do Trabalho; Conselho de Gesto da Proteo ao Trabalhador; Conselho de Gesto da Previdncia Complementar; Conselho de Recursos do Trabalho e Seguro Social.

    Foram tambm extintos os seguintes rgos:

    Conselho Nacional de Poltica Salarial; Conselho Nacional de Poltica de Emprego.

    A referida Lei tambm alterou a denominao do Ministrio, que passou a se chamar Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social.

    1991

    Foi extinto o SENAR, por meio do Decreto de 10 de maio.

    1992

    O Ministrio passou a ser denominado Ministrio do Trabalho e da Administrao Federal, por meio da Lei n 8.422, de 13 de maio. Por meio do Decreto n 509, de 24 de abril, foi criada a DRT no Estado de Tocantins e extintos os seguintes rgos:

    Conselho Nacional de Seguridade Social; Conselho de Gesto da Proteo ao Trabalhador; Conselho de Gesto da Previdncia Complementar; Conselho de Recursos do Trabalho e Seguro Social; Conselho Nacional do Trabalho.

    Por meio da Lei n 8.490, de 19 de novembro, foi criado o Conselho Nacional do Trabalho e o Ministrio passou a ser denominado de Ministrio do Trabalho.

    (continua)

    29

  • Captulo 2.0 Referencial Terico

    1995

    (continua)O Ministrio do Trabalho passou a ter nova estrutura organizacional por meio do Decreto n 1.643, de 25 de setembro. A Secretaria de Controle Interno - CISET foi transferida para o Ministrio da Fazenda por meio do Decreto n 1.613, de 29 de agosto.

    1999

    O Ministrio passou a ser denominado Ministrio do Trabalho e Emprego, por meio da Medida Provisria n 1.799, de 1 de janeiro. Com o Decreto n 3.129 de 9 de agosto de 1999 o Ministrio passou a ter seguinte estrutura organizacional:

    Gabinete do Ministro; Secretaria-Executiva; Consultoria Jurdica; Corregedoria Secretaria de Polticas Pblicas de Emprego; Secretaria de Inspeo do Trabalho; Secretaria de Relaes do Trabalho; Delegacias Regionais do Trabalho; Conselho Nacional do Trabalho; Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Servio; Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador; Conselho Nacional de Imigrao; Fundao Jorge Duprat Figueiredo, de Segurana e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO

    2003

    Aprovada a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comisso e das Funes Gratificadas do Ministrio do Trabalho e Emprego pelo Decreto n 4.634, de 21 de maro; O Decreto n 4.764, de 24 de junho, estruturou a Secretaria Nacional de Economia Solidria; e Foi institudo o Frum Nacional do Trabalho pelo Decreto n 4.796, de 29 de


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