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eliane cristine soares costa

Date post: 13-Apr-2022
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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM ELIANE CRISTINE SOARES DA COSTA CRESCIMENTO E ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM MUDAS DE CEDRO AUSTRALIANO (Toona ciliata M. roem. var. australis) INOCULADAS COM FUNGOS MICORRÍZICOS DIAMANTINA - MG 2019
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Page 1: eliane cristine soares costa

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM

ELIANE CRISTINE SOARES DA COSTA

CRESCIMENTO E ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM MUDAS DE CEDRO

AUSTRALIANO (Toona ciliata M. roem. var. australis) INOCULADAS COM FUNGOS

MICORRÍZICOS

DIAMANTINA - MG

2019

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Eliane Cristine Soares da Costa

CRESCIMENTO E ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM MUDAS DE CEDRO

AUSTRALIANO (Toona ciliata M. roem. var. australis) INOCULADAS COM FUNGOS

MICORRÍZICOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Produção Vegetal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, área de concentração Produção Vegetal, para obtenção do título de “Mestre”.

Orientador Prof. Dr. Paulo Henrique Grazziotti

DIAMANTINA - MG

2019

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FICHA CATALOGRÁFICA

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OFEREÇO

A Deus, fonte de vida e amor sublime,

por me guiar e intuir minhas decisões.

DEDICO

Aos meus irmãos e meu pai, pelo amor e apoio

sempre fundamentais e à minha mãe (in

memoriam) pelo exemplo de amor, caráter e

humildade e por ainda me proteger.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela saúde, proteção, e, sobretudo por me capacitar e tornar digna desta

conquista.

A minha família pelo amor, apoio e incentivo fundamentais em todos os momentos.

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e ao

Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal (PPGPV) pela oportunidade da realização

do curso, concessão da bolsa e contribuição na minha formação profissional.

Ao Prof. Paulo Henrique Grazziotti pela orientação, paciência, ensinamentos e

experiências transmitidas nestes quase sete anos de trabalhos.

Ao professor Marco Aurélio Carbone e ao Sr. Yuri Maggi, bem como à Universidade

Federal de Lavras e a NovaTero pelo fornecimento dos inóculos de FMA para a realização

deste trabalho.

A Erika Vilela e a Bela Vista Florestal pela cessão da infraestrutura e apoio necessário

para a condução do experimento.

Aos colegas do laboratório de Microbiologia do Solo pela convivência, em especial a

Roberta e Caique, pelos momentos de descontração.

Aos professores do PPGPV, funcionários e técnicos do DAG, em especial Andrezza,

Abraão, Eglerson e Lindomar, pelo auxílio e paciência.

Aos meus amigos pelo amor, incentivo e torcida.

Ao meu namorado pela compreensão, carinho, incentivo e amor.

A todos que me acompanharam e contribuíram para o sucesso desta etapa de

formação.

Muito obrigada!

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i

RESUMO

COSTA, E. C. S. Crescimento e atividade enzimática em mudas de cedro australiano (Toona ciliata M. roem. var. australis) inoculadas com fungos micorrízicos 2019. 41p. (Dissertação - Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2019. O cedro australiano (Toona ciliata) tem se destacado em povoamentos florestais comerciais devido à qualidade da sua madeira, rápido crescimento, adaptação a climas tropicais e subtropicais e resistência ao ataque da Hipsiphyla grandella. Sabe-se que em viveiros florestais, a inoculação com fungos micorrízicos tem contribuído para o vigor das plantas e pode representar uma economia considerável da adubação química, principalmente a fosfatada, tornando, portanto, o cultivo mais sustentável. No entanto, são poucas as informações existentes sobre o efeito da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) em mudas clonais de cedro australiano. Desta maneira, este estudo teve por objetivo avaliar a eficiência da inoculação de FMA no crescimento de mudas clonais de cedro australiano. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 2x4, sendo os clones BV1120 e BV1321 inoculados com inoculante comercial à base de FMA, Rootella BR®, com a mistura dos inóculos de FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora

morrowiae, crescidos em substrato com redução da adubação fosfatada e dois controles não inoculados com e sem redução da adubação fosfatada. Para as mudas com redução da adubação fosfatada, a massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca total (MST) foram maiores nas inoculadas com Rootella BR®. Apesar de a colonização micorrízica ter sido maior nas mudas inoculadas com C. etunicatum + A. morrowiae. Independente do inoculante, a inoculação aumentou as atividades de superóxido dismutase e catalase nas folhas das mudas em relação às não inoculadas. A inoculação ou redução da adubação fosfatada influenciou os teores de P, N e Mn na parte aérea das mudas. Os clones se comportaram de maneira distinta em relação ao crescimento, as mudas exibiram maior diâmetro do coleto, MSPA, massa seca de raízes, MST, razão raiz parte aérea e Índice de Qualidade de Dickson no clone BV1321 do que no clone BV1120. A inoculação com fungos micorrízicos arbusculares aumenta o crescimento da parte aérea, os teores de P e a atividade das enzimas CAT e SOD de mudas de cedro australiano (Toona ciliata) em viveiro comercial, mas este efeito é dependente do clone.

Palavras-chave: produção de mudas, micorriza, enzimas, nutrientes.

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ii

ABSTRACT

COSTA, E. C. S. Growth and enzymatic activity in australian cedar (Toona ciliata M. roem. var. australis) seedlings inoculated with mycorrhizal fungi 2019. 41p. Dissertation (Masters in Vegetable Production) – Federal University of the Jequitinhonha and Mucuri Valley, Diamantina, 2019.

Australian cedar (Toona ciliata) has excelled in commercial forest stands due to its wood quality, rapid growth, adaptation to tropical and subtropical climates and resistance to attack by Hipsiphyla grandella. It is known that in forest nurseries, inoculation with mycorrhizal fungi has contributed to the vigor of the plants and can represent a considerable economy of chemical fertilization, mainly phosphate, making the cultivation more sustainable. However, there is little information on the effect of inoculation of arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) on clonal Australian cedar seedlings. Thus, this study aimed to evaluate the efficiency of AMF inoculation in the growth of Australian cedar clonal seedlings. The treatments were arranged in a 2x4 factorial scheme, with BV1120 and BV1321 clones inoculated with commercial AMF based Rootella BR®, inoculum with the inoculum of AMF Claroideoglomus etunicatum and Acaulospora morrowiae, grown on substrate with reduced phosphate fertilization and two uninoculated controls with and without phosphate fertilizer reduction. For seedlings with reduced phosphate fertilization, shoot dry mass (SDM) and total dry mass (TDM) were higher in those inoculated with Rootella BR®. Although mycorrhizal colonization was higher in seedlings inoculated with C. etunicatum + A.

morrowiae. Regardless of the inoculant, the inoculation increased the superoxide dismutase and catalase activities in the seedlings leaves in relation to the uninoculated ones. The inoculation or reduction of phosphate fertilization influenced the P, N and Mn contents in the shoot shoots. The clones behaved differently in relation to growth, the seedlings showed larger stem diameter, SDM, root dry mass, TDM, shoot root ratio and Dickson Quality Index in clone BV1321 than in clone BV1120. Inoculation with arbuscular mycorrhizal fungi increases shoot growth, P content and CAT and SOD enzyme activity of Australian cedar seedlings in commercial nursery, but this effect is clone dependent.

Key words: seedling production, mycorrhiza, enzymes, nutrients.

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iii

LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 Classificação dos fungos micorrízicos arbusculares............................... 7

Tabela 2 Sobrevivência, diâmetro, massa seca de raízes, massa seca de parte aérea, massa seca total, razão raiz/parte, porcentagem de colonização e Índice de Qualidade de Dickson das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora

morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial).......................................................

20

Tabela 3 Teores de P, N, Fe, K, Zn e Mn na parte aérea das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial)..............................................................................................

23

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iv

LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 Tronco de cedro australiano, apresentando sapopemas baixas (A), detalhe da casca grossa e com deiscência em placas (B).....................

4

Figura 2 Detalhes de plantas de Toona ciliata var. australis, apresentando folhas e flores (A), frutos do tipo cápsulas(B), abertura dos frutos (C) e sementes....................................................................................

4

Figura 3 Características dos torrões das raízes das mudas de cedro australiano correspondentes às notas: a) Nota 3 – torrão firme e bem enraizado; b) Nota 2 – torrão moderadamente firme e parcialmente enraizado; c) Nota 1 – torrão fraco e mal enraizado.............................................................................................

15

Figura 4 Frequência das notas atribuídas à formação das raízes das mudas dos clones de cedro australiano, inoculadas com fungos micorrízicos arbusculares, não inoculados com (Controle) e sem (Comercial) redução da adubação fosfatada do substrato de produção das mudas............................................................................................................

21

Figura 5 Mudas dos clones BV1120 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus

etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial)..............................................................................

21

Figura 6 Atividade enzimática de superóxido dismutase (A) e catalase (B) das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus

etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial)...................................................................................................

24

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................. i

ABSTRACT ............................................................................................................................ ii

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... iii

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ iv

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

1 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 2

1.1 Cedro Australiano [Toona ciliata var. australis (F. Muell.) Bahadur] ........................... 2

1.2 Micorrízicas Arbusculares (MA) .................................................................................... 6

1.2.1 Aspectos gerais ......................................................................................................... 6

1.2.2 FMA em mudas de cedro ......................................................................................... 8

1.2.3 Inoculantes ............................................................................................................. 10

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 11

2.1 Local do experimento ................................................................................................... 11

2.2 Delineamento experimental .......................................................................................... 11

2.3 Inoculantes micorrízicos ............................................................................................... 12

2.4 Substrato de produção das mudas, fertilização e inoculação ........................................ 12

2.5 Plantio de miniestacas e condução do experimento ...................................................... 13

2.6 Avaliações e colheita do experimento .......................................................................... 13

2.7 Análise nutricional das mudas ...................................................................................... 15

2.8 Porcentagem de colonização micorrízica ..................................................................... 15

2.9 Atividade de enzimas nas folhas ................................................................................... 15

2.9.1 Obtenção dos extratos enzimáticos ........................................................................ 15

2.9.2 Catalase (CAT) ....................................................................................................... 16

2.9.3 Superóxido Dismutase (SOD) ................................................................................ 16

2.10 Análises estatísticas .................................................................................................... 17

3 RESULTADOS ................................................................................................................... 17

3.1 Sobrevivência, crescimento e colonização das raízes ................................................... 17

3.2 Teores de nutrientes ...................................................................................................... 20

3.3 Atividade enzimática .................................................................................................... 22

4 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 23

5 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 30

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 31

ANEXOS ................................................................................................................................ 39

Page 13: eliane cristine soares costa

1

INTRODUÇÃO 1

A indústria brasileira de base florestal é mundialmente reconhecida pela alta 2

produtividade das árvores plantadas no país. A crescente demanda por madeira serrada e 3

produtos florestais, aliada ao aprimoramento das indústrias deste setor, têm proporcionado 4

um incremento na produção e cultivo florestal, aumentando a pressão sobre as florestas 5

nativas. Visando protegê-las e simultaneamente atender a demanda, surge a necessidade de 6

pesquisas de novas espécies com alto potencial produtivo e econômico. 7

Apesar da predominância dos gêneros Eucalyptus e Pinus na participação da área 8

total de plantios florestais no Brasil, a produção de outras espécies florestais tem crescido, 9

totalizando aproximadamente 590 mil ha, 7,52 % da área total de plantios florestais 10

cultivadas no país (IBÁ, 2017). Dentre as novas espécies, com grande importância ecológica 11

e econômica no Brasil, o cedro australiano (Toona ciliata M. Roem. var. australis) 12

(FERDINAND VON MUELLER, 1825) vem ganhando destaque. 13

O cultivo desta espécie tem sido difundido no Brasil em razão da sua boa adaptação 14

às condições edafoclimáticas (MURAKAMI, 2008). Com ciclo relativamente curto, 15

produtividade de 250 a 300 m3 ha-1 aos 20 anos e alto valor agregado de sua madeira no 16

mercado interno e externo, o interesse por essa espécie tem aumento principalmente no 17

segmento de madeira serrada, o que a torna promissora para plantios comerciais 18

(CIFLORESTAS, 2019). Além disto, o cedro australiano apresenta resistência ao ataque da 19

praga Hypsipyla grandella, que inviabiliza o cultivo comercial das espécies nativas de cedro 20

(SOUZA et al., 2010). 21

Quanto ao cultivo do cedro australiano no Brasil são escassas informações sobre as 22

exigências nutricionais, frequência de adubações, manejo e produção de mudas. No entanto, 23

sabe-se que em geral, os solos brasileiros destinados para os reflorestamentos apresentam 24

baixa fertilidade natural, demandando a aplicação de estratégias biotecnológicas que possam 25

favorecer o aumento da produtividade no setor florestal, bem como reduzir o uso demasiado 26

de fertilizantes químicos, que contribuem para os altos custos de produção e impactos 27

ambientais. 28

Neste contexto, o uso de micro-organismos capazes de promover o crescimento e 29

fornecer nutrientes para o desenvolvimento das plantas tem sido cada vez mais comum, 30

podendo auxiliar seu desenvolvimento na fase de formação de mudas e estabelecimento a 31

campo. Associações simbióticas mutualísticas entre espécies florestais e fungos micorrízicos 32

além de promissoras para aumentar a produtividade das florestas (ANDREAZZA et al., 33

2004), representam uma alternativa biotecnológica viável ambiental e economicamente, uma 34

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2

vez que, as principais fontes de fertilizantes não são renováveis e a ampliação das áreas 35

plantadas encontra restrições quanto à legislação ambiental e territorial. 36

Em geral plantas micorrizadas apresentam vantagens em relação àquelas sem 37

micorriza, como melhor crescimento e desenvolvimento devido, principalmente, ao aumento 38

na absorção de nutrientes, especialmente o P (SMITH e READ, 2008). Além disto, têm 39

maiores atividades fotossintética, enzimática e produção de substâncias reguladoras de 40

crescimento. Essas alterações metabólicas podem contribuir significativamente no processo 41

produtivo de mudas em viveiros florestais (FERREIRA et al., 2010) e conferem às plantas 42

maior resistência aos efeitos provocados por estresses de natureza biótica ou abiótica, 43

possibilitando a adaptação ao ecossistema, bem como a maior sobrevivência de mudas 44

transplantadas (FILHO & NOGUEIRA, 2007). 45

O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficiência da inoculação de FMA no 46

crescimento, nutrição e atividade enzimática de mudas clonais de cedro australiano em 47

viveiro comercial. 48

49

1 REVISÃO DE LITERATURA 50

1.1 Cedro Australiano (Toona ciliata) 51

O cedro australiano pertencente à família Meliaceae, é uma espécie originária das 52

regiões tropicais da Austrália, distribuindo-se no leste, desde Ulladulla, ao sul de Sidney no 53

Estado de New South Wales, até Atherton, no norte do estado de Queensland (GRIJPMA e 54

RAMALHO, 1969), ao longo de quase 3.200 km de extensão (IBF, 2016). 55

A espécie é de ampla distribuição natural também nos países do sudeste asiático 56

como Bangladesh, Birmânia, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia 57

(LAMPRECHT, 1990). O cedro australiano é a espécie do gênero Toona mais 58

abundantemente encontrada em seu habitat natural, abrangendo o oeste da Índia e Paquistão 59

até o sul da China e o sudoeste da Austrália (BYGRAVE e BYGRAVE, 2005). Porém, 60

configura uma das espécies vegetais mais ameaçadas de desaparecimento do mundo (IBF, 61

2016). 62

O gênero Toona, destaca-se pelo seu rápido crescimento e potencial produtivo 63

(BYGRAVE e BYGRAVE, 2005), por isto a espécie T. ciliata tem sido atualmente 64

introduzida em regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil (GRAU; ZAPATER; 65

NEUMANN, 2006), onde encontrou condições favoráveis para o seu desenvolvimento, 66

especificamente na região Sudeste e Sul da Bahia (CIFLORESTAS, 2019). 67

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3

O cedro australiano é uma árvore de grande porte, podendo atingir até 50 m de altura 68

e 2 m de diâmetro (PINHEIRO et al, 2006) e possui tronco retilíneo, às vezes bifurcado, 69

(Figura 1A). A casca é grossa com deiscência em placas (Figura 1B), de coloração cinza a 70

marrom. 71

72

Figura 1. Tronco de cedro australiano, apresentando sapopemas baixas (A) e detalhe da 73

casca grossa e com deiscência em placas (B). Fonte: Pereira (2012). 74

Possui folhas alternas, pecioladas e paripenadas (Figura 2A). As flores são 75

unissexuais com 3 a 4 mm de comprimento (PINHEIRO et al., 2003), pendentes e de cor 76

branca (Figura 2A). O fruto é cápsula deiscente com 15 a 20 mm de comprimento (Figura 77

2B), castanho escuro, com lenticelas, abrindo-se do ápice em direção à base (SOUZA et al., 78

2010) (Figura 2C). As sementes são aladas e pequenas, de 10 a 20 mm de comprimento, de 79

cor castanho-clara e germinam de 7 a 21 dias, dependendo do vigor da semente e da 80

temperatura e umidade (GOUVÊA, 2005) (Figura 2D). 81

A B

A B

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4

82

Figura 2. Detalhes de plantas de Toona ciliata var. australis, apresentando folhas e flores 83

(A), frutos do tipo cápsulas (B), abertura dos frutos (C) e sementes (D). Fonte: 84

www.plants.usda.gov 85

Esta espécie cresce em regiões com altitudes que variam de 0 até 1500 m. Prefere 86

precipitação anual entre 800 e 1800 mm, porém, não tolera longos períodos de 87

encharcamento, o que desacelera o seu crescimento (LAMPRECHT, 1990). A temperatura 88

média para o seu bom desenvolvimento está entre 20 e 26º C, apesar de sobreviver a 89

temperaturas mínimas pouco abaixo de 0º C, tolerando geadas leves (RIBEIRO et al., 2011). 90

O cedro australiano se desenvolve bem principalmente em solos profundos, úmidos e 91

com boa drenagem, preferencialmente naqueles com textura argilosa a areno-argilosa 92

(EMBRAPA, 2010). Além disso, possui pouca tolerância a solos ácidos e a solos rasos com 93

algum impedimento físico, podendo comprometer o seu estabelecimento e crescimento 94

(PINHEIRO et al., 2003). 95

Em clima apropriado, a espécie apresenta rápido crescimento, quando comparado ao 96

das espécies nativas brasileiras, chegando a atingir oito metros de altura e 15 cm de diâmetro 97

com três anos de idade (PINHEIRO et al., 1994). Além disso, possui a capacidade de 98

sobreviver a danos de seca, fogo e geada, brotando prontamente de todas as partes afetadas 99

(BYGRAVE, BYGRAVE, 2005). 100

A espécie é semelhante botanicamente a outras espécies nativas brasileiras da 101

Família Meliaceae, como a C. fissilis, a C. odorata (cedro) e a Swietenia macrophilla 102

(mogno) (LORENZI et al., 2003), muito procuradas pelas características de sua madeira, tais 103

DC

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5

como cor, grã estreita e alta durabilidade. Portanto, seu uso representa uma alternativa para 104

reduzir a pressão de exploração destas espécies nativas. 105

No Brasil a espécie apresentou alta resistência ao ataque da broca-do-cedro 106

(Hypsipyla grandella), importante praga que afeta os cedros nativos e o mogno brasileiro 107

(BYGRAVE, BYGRAVE, 2005). Esta espécie é susceptível à Hypsipyla robusta, que causa 108

danos semelhantes ao do ataque de H. grandella, porém não há relatos de ocorrência de H. 109

robusta no Brasil (CUNNINGHAM et al., 2005). A principal praga que ataca o cedro 110

australiano são as formigas saúvas, sendo Atta sexdens rubropilosa (saúva-limão) e Atta 111

laevigata (saúva-cabeça-de-vidro) as espécies mais importantes. 112

Ainda aqui no Brasil, o cedro australiano encontrou condições favoráveis ao seu 113

desenvolvimento, que é comparável ao do eucalipto ainda que não seja equivalente. Em 114

plantios comerciais essa espécie tem o potencial para atingir um incremento médio anual em 115

torno de 20 a 30 m3 ha-1 ano-1, e no estado de Minas Gerais são encontrados plantios de 12 116

anos de idade com 20 m de fuste e 40 cm de diâmetro à altura do peito (KALIL FILHO; 117

WENDLING, 2012). 118

O cedro australiano possui amplo potencial para a silvicultura comercial (ARES e 119

FOWNES, 2000), nesse sentido, a implantação de plantios dessa espécie é economicamente 120

viável e proporciona um investimento lucrativo ao produtor (SOUZA et al., 2010). 121

Cultivado com o objetivo de fornecer madeira de qualidade para serrarias e indústrias 122

moveleiras, pode ser utilizado para fabricação de compensados, aglomerado, móveis, 123

esculturas, entalhes em portas e janelas, na construção de navios e aviões, fabricação de 124

lápis e instrumentos musicais. A sua madeira é marrom-avermelhada, de boa durabilidade, 125

fácil secagem e desdobro, macia e de textura grossa, com densidade aproximada de 0,33 a 126

0,60 g cm-3 (CIFLORESTAS, 2019). 127

A propagação do cedro australiano era até pouco tempo exclusivamente por sementes 128

(LORENZI et al. 2003; PINHEIRO et al. 2003), assim, o cultivo ficava restringido, uma vez 129

que a coleta anual de sementes é dificultada devido ao porte das árvores, a posição 130

desfavorável e rápida dispersão dos frutos (SOUZA et al., 2010). Porém, alguns avanços têm 131

surgido atualmente, no desenvolvimento de protocolos para a propagação vegetativa, como 132

por exemplo, os estudos de Souza et al. (2009), Benatti et al. (2012) e Silva et al. (2012). 133

Em termos de produção de mudas, a espécie possui exigências específicas. As 134

matrizes clonais do cedro australiano possuem alta exigência nutricional e do tipo de 135

substrato para que as mesmas alcançassem padrões aceitáveis de qualidade morfológica 136

(BENATTI et al., 2012). 137

Page 18: eliane cristine soares costa

6

1.2 Micorrízicas Arbusculares (MA) 138

1.2.1 Aspectos gerais 139

Micorrizas são associações simbióticas formadas por plantas e fungos de solo. 140

Estima-se que 80 a 90% das plantas terrestres, ou seja, cerca de 250.000 espécies, são 141

capazes de formar micorriza arbuscular (MA). A MA é a associação entre fungos do Filo 142

Glomeromycota (SCHŰΒLER et al., 2001) e raízes de Briófitas, Pteridófitas, 143

Gimnospermas e Angiospermas. 144

De acordo com a classificação atual, os FMA são divididos em 13 famílias, 19 145

gêneros e 214 espécies (Tabela 1). 146

147

Tabela1- Classificação dos fungos micorrízicos arbusculares. 148

Filo Glomeromycota Classe Glomeromycetes

Ordem Família Gênero Nº de espécies Glomerales Glomeraceae Glomus 105

Diversisporales Gigasporaceae Gigaspora 9 Scutellosporaceae Scutellospora 10

Racocetraceae Racocetra 9 Cetraspora 5

Dentiscutataceae Dentiscutata 7 Fuscutata 4 Quatunica 1

Acaulosporaceae Acaulospora 34 Kuklospora 2

Entrophosporaceae Entrophospora 2 Pacisporaceae Pacispora 7

Diversisporaceae Diversispora 4 Otospora 1

Paraglomerales Paraglomeraceae Paraglomus 3 Archaeosporales Geosiphonaceae Geosiphon 1

Ambisporaceae Ambispora 8 Archaeosporaceae Archaeospora 1

Intraspora 1 Total 13 19 214 Fonte: http:/ www.AMF-phylogeny.com. Data de acesso: 18 de maio de 2019. 149

150

Os FMA são biotróficos obrigatórios, assim, só se propagam quando associado a 151

uma planta viva. A simbiose é iniciada antes mesmo do contato físico entre fungo e a planta, 152

uma vez que primeiramente ocorre uma troca de sinais que provocam a liberação de 153

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7

exsudados radiculares que estimulam a ramificação das hifas e germinação dos esporos 154

(BUEÉ et al., 2000; KIRIACHEK et al., 2009). Em seguida, os fungos penetram nas células 155

do córtex, dando origem ao micélio interno, vesículas e arbúsculos (HABT, 2000). 156

Estes micro-organismos não apresentam especificidade hospedeira, assim uma 157

espécie de planta pode ser colonizada por qualquer espécie de FMA, porém os efeitos da 158

simbiose diferem-se conforme a combinação hospedeiro-fungo (BRITO et al., 2017). 159

Também não há evidências de alterações morfológicas macroscópicas nas raízes colonizadas 160

(MOREIRA e SIQUEIRA, 2006), neste sentido, as MA se distinguem das demais micorrizas 161

por apresentarem crescimento intercelular no córtex das raízes e por formarem estruturas 162

específicas como arbúsculos na maior parte das famílias de plantas superiores (SMITH; 163

READ, 2008). 164

O estabelecimento das MA resulta, portanto, de uma sequência de eventos 165

coordenados pelo fungo e pela planta e suas interações, culminando em uma relação 166

mutualística caracterizada pela perfeita integração morfológica, bioquímica e funcional da 167

associação (SMITH e READ, 2008). A planta fornece fotoassimilados como lipídios e 168

carboidratos ao fungo e em troca este fornece água, compostos nitrogenados e fosfatados à 169

planta, configurando os principais benefícios desta simbiose. 170

Acredita-se que a micorriza é uma das mais bem-sucedidas estratégias de 171

bioproteção, tanto para a planta quanto para o fungo (GIANINAZZI–PEARSON, 1996). No 172

solo, as hifas dos FMA atuam como uma extensão do sistema radicular da planta, 173

aumentando a área de superfície de contato com o solo e, portanto, melhor acesso a regiões 174

da rizosfera. Desta maneira, há um aumento na absorção de nutrientes como o P (FREITAS 175

et al, 2006), N, K (GOVINDARAJULU et al., 2005), Ca e Mg (SCHIAVO et al., 2009) da 176

solução do solo e o aproveitamento de água (SMITH e READ, 2008). 177

Além destes benefícios, os FMA promovem redução na incidência de ataques 178

patogênicos nas, aumentam a resistência ao déficit hídrico (MORATELLI et al., 2007) e a 179

tolerância das plantas a condições de estresses (SANNAZZARO et al., 2006). Plantas 180

micorrizadas apresentam maior atividade fotossintética, maiores atividade enzimática e 181

produção de substâncias reguladoras de crescimento, tudo isso possibilitar às elas melhor 182

adaptação ao ecossistema, bem como a maior capacidade de adaptação de mudas 183

transplantadas (FILHO e NOGUEIRA, 2007). 184

Os FMA contribuem também para o aumento da biomassa microbiana em solos 185

(OLSSON e WILHELMSSON, 2000), favorecendo a formação e estabilidade de agregados, 186

Page 20: eliane cristine soares costa

8

pela ação física do micélio fúngico e através da ação da glicoproteína glomalina, que é 187

secretada por esses fungos (RILLIG e MUMMEY, 2006). 188

A exploração da simbiose mutualística estabelecida pelos FMA e raízes das plantas, 189

em ambientes naturais e agronômicos é de alto valor ambiental e econômico (BONFANTE e 190

ANCA, 2009). No entanto, alguns fatores influenciam o processo de estabelecimento e 191

regulação desta relação, como por exemplo, a disponibilidade de P, que inibe o processo 192

simbiótico (MOREIRA e SIQUEIRA 2006, MOREIRA et al., 2018) e a microbiota do solo, 193

que interfere na simbiose por atuar na translocação de nutrientes, competindo por eles, 194

especialmente fosfatos ou, contrariamente, atuando sinergicamente com os FMA por meio 195

de efeitos combinados sobre o crescimento da planta (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006; 196

SMITH e READ, 2008). 197

198

1.2.2 FMA em mudas de cedro 199

A simbiose de fungos e espécies florestais é fundamental para desenvolvimento das 200

plantas (CARNEIRO et al., 2004). Alguns trabalhos relacionam a nutrição de diversas 201

espécies florestais à presença das MA, que podem diminuir as deficiências nutricionais 202

decorrentes dos solos de baixa fertilidade natural (LACERDA et al., 2011). Desta maneira, 203

torna-se essencial o conhecimento das relações ecológicas e as exigências nutricionais das 204

espécies, auxiliando o desenvolvimento de tecnologias para se obter mudas vigorosas 205

destinadas aos plantios comerciais com diversos fins, bem como aos programas de 206

revegetação. 207

A inoculação de FMA em mudas de espécies florestais favorece o seu crescimento 208

inicial na fase de viveiro e, posteriormente, o seu estabelecimento no campo, com 209

consequente incremento de vigor (ZANGARO e ANDRADE 2002), uma vez que, nessa 210

associação as plantas são beneficiadas pelo aumento de absorção de água e nutrientes, 211

principalmente de P (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). Além disto, a associação micorrízica 212

pode prolongar a vida da raiz e proteger a planta de patógenos (ABBOTT; ROBSON, 1991). 213

Portanto, os FMA são de grande interesse ecológico e econômico, principalmente 214

porque, em geral, a produção de madeira ocorre em solos de baixa fertilidade (SIQUEIRA, 215

1994). Nestas condições, os FMA podem atuar como alternativa à utilização de grandes 216

quantidades de fertilizantes químicos (SAGGIN JÚNIOR; SIQUEIRA, 1996), que implicam 217

no alto custo de produção e impactos ambientais. 218

Page 21: eliane cristine soares costa

9

Para se avaliar a resposta de uma planta à colonização micorrízica, diferentes 219

espécies de FMA devem ser testadas, sob as mesmas condições ambientais, para selecionar 220

os mais eficientes quanto à capacidade de proporcionar o crescimento de seu hospedeiro 221

(SAGGIN JÚNIOR e SIQUEIRA, 1995) e conferir à planta maior tolerância a estresses 222

ambientais de natureza biótica e abiótica (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006), como ocorre no 223

transplantio de mudas para o campo (VANDRESEN et al., 2007). 224

Muitas essências florestais nativas como C. fissilis formam MA, podendo esta chegar 225

a 70 % colonização (SILVA et al., 2009). Mudas de cedro (Cedrella fissilis Vell.) 226

apresentaram elevada dependência micorrízica na fase de viveiro (ROCHA et al., 2006). No 227

estudo os autores anteriores observaram que entre os quatro FMA estudados, Glomus clarum 228

foi o mais eficiente em aumentar o crescimento e nutrição fosfatada das mudas, 229

principalmente quando os níveis de P disponível eram em torno de 12 mg dm-3. Este 230

benefício da inoculação em C. fissilis pode ser explicado pela alta dependência aos FMA 231

(PASQUALINI et al., 2007). Este mesmo autor e colaboradores observaram que entre 232

quatro espécies arbóreas nativas do Brasil, da Floresta Ombrófila Densa, a espécie C. fissilis 233

apresentou dependência micorrízica de 93 % e Cytharexylum myriantum (tucaneira) de 94 234

%. 235

Em solos de baixa fertilidade, a inoculação de FMA em mudas seminais de cedro 236

australiano aumentou a altura, diâmetro e estabelecimento das mudas no campo em relação 237

às plantas não inoculadas quando plantadas (FERREIRA et al., 2010). Os autores 238

observaram que a dose de P que proporcionou maiores benefícios da inoculação dos FMA 239

em relação às plantas não inoculadas foi de 25 mg kg-1 de P e que este efeito desapareceu 240

em doses de 250 mg kg-1. Em condições de aplicação de altas doses de P ao solo, os FMA 241

podem ser desnecessários à planta e a representar um gasto fotossintético (SIQUEIRA E 242

COLOZZI FILHO, 1986; BOLDT et al., 2011 e ADOLFSSON et al., 2015). 243

A produção de mudas de cedro australiano em bloco prensado, inoculadas com o 244

FMA Rhizophagus clarum de forma isolada e combinada com Gigaspora margarita, exibiu 245

resultados satisfatórios. Estes fungos, em ambas as condições de inoculação, apresentaram 246

maior eficiência em promover o crescimento das mudas, com incrementos de 165 e 155% na 247

altura e 54 e 46% para o diâmetro, respectivamente, em relação ao tratamento não inoculado 248

(CARMO et al., 2016). 249

Em outro estudo, mudas seminais de cedro australiano na ausência de adubação 250

fosfatada, quando inoculadas com os inóculos de FMA combinados G. margarita + G. 251

etunicatum, G. clarum + G. etunicatum e G. margarita + G. clarum + G. etunicatum, 252

Page 22: eliane cristine soares costa

10

apresentaram altura e diâmetro significativamente iguais às testemunhas contendo 50 e 100 253

mg dm-3 de P no solo, sem a presença de FMA. E ainda, quando comparadas às testemunhas 254

sem FMA com 50 mg dm-3 de P, o tratamento contendo a mistura de todas as espécies de 255

FMA, resultou no incremento superior de até 62 % no conteúdo de P. Em adição, todos os 256

todos os tratamentos contendo inóculo misto foram iguais ao tratamento sem FMA com 50 257

mg dm-3 de P em relação aos conteúdos de K (LIMA et al., 2015). 258

Plantas de cedro australiano inoculadas com inóculo misto de FMA Entrophospora 259

colombiana + Acaulospora morrowiae, 20 dias pós transplantio, nas doses 0,5 e 1,0 kg ha-1 260

de P, apresentaram os maiores conteúdos relativos de P na parte aérea, sendo estes 20,8 % e 261

20,4 %, respectivamente, e estes não diferenciaram dos tratamentos com E. colombiana e A. 262

morrowiae de forma isolada. Por outro lado, as plantas do tratamento sem fungo 263

apresentaram os menores conteúdos relativos de P nas três doses (0, 0,5 e 1 kg ha-1) de P, 264

sendo estes 8 %, 5 % e 7,4 %, respectivamente (CASARA, 2016). 265

266

1.2.3 Inoculantes 267

O tipo de inoculante a ser usado é essencial para o sucesso de um programa de 268

inoculação de mudas (BRUNDRETT et al., 1996). As características que o inoculante deve 269

apresentar são: ser adequado para armazenamento e transporte, ter aplicação fácil e uniforme 270

e ser compatível com a espécie hospedeira. O inoculante também deve ter boa qualidade 271

microbiológica, ausência de patógenos e de micro-organismos indesejáveis (BRUNDRETT 272

et al., 1996). 273

Apesar dos benefícios da inoculação, a oferta de inoculantes no mercado nacional é 274

limitada, e a importação destes implica na elevação dos custos de produção de mudas. A 275

inoculação de FMA apresenta limitações, principalmente devido à dificuldade de cultivo dos 276

FMA em condições axênicas. Uma vez que estes são biotróficos obrigatórios, os FMA não 277

são cultiváveis em meios artificiais (SILVEIRA, 1992), impossibilitando a produção de 278

inóculo e seu estudo separado da planta hospedeira (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). 279

Outro fator limitante trata-se da falta de tecnologia adequada para produção de 280

inoculantes de FMA, bem como a falta de interesse comercial pela sua produção e 281

distribuição, restringindo o seu uso na agricultura (SAGGIN JÚNIOR; LOVATO, 1999). E 282

ainda, deve-se considerar a compatibilidade entre os FMA e o uso de fertilizantes químicos, 283

que ainda são utilizados em larga escala tanto na produção de mudas quanto em campo, 284

Page 23: eliane cristine soares costa

11

causando redução da germinação de esporos e afetando a população de FMA no solo 285

(SILVEIRA, 1992). 286

No entanto, recentemente surgiu a perspectiva de mudanças neste cenário de 287

produção de inoculantes no Brasil. A empresa NovaTero anunciou a criação do primeiro 288

inoculante comercial à base de FMA com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e 289

Abastecimento- MAPA, o Rootella BR®. Testes de eficácia no milho e na soja foram 290

realizados em vários locais em todo o Brasil, sob condições climáticas variadas e em vários 291

tipos de solo. 292

O desempenho do Rootella BR® foi excepcionalmente bom, aumentando as colheitas 293

em mais de 11% para cada e qualquer tratamento, tanto para soja, quanto para o milho sob 294

todos os regimes de fertilização e em todos os locais (Groundwork BioAg, 2019). A maioria 295

das melhorias na colheita foi estatisticamente significativa e o impacto do Rootella BR® foi 296

geralmente maior sob taxas reduzidas de fósforo (Groundwork BioAg, 2019). 297

298

2 MATERIAL E MÉTODOS 299

2.1 Local do experimento 300

O estudo foi realizado no período de abril a outubro de 2018 no viveiro comercial de 301

mudas da empresa Bela Vista Florestal, localizado no município de Campo Belo, região 302

sudoeste de Minas Gerais, com sede nas coordenadas geográficas 20º 53’ 30’’S e 45º 16’ 303

15’’ W e altitude média de 945 m. Segundo a classificação climática de Köppen, o clima da 304

região é classificado como Cwa: subtropical, chuvoso e mesotérmico. A temperatura média 305

anual do município é de 23,5 ºC, a máxima 30 ºC e a mínima 10 ºC e a precipitação média 306

anual de 1250 mm (INMET, 2019). 307

308

2.2 Delineamento experimental 309

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado e os 310

tratamentos dispostos em esquema fatorial 2x4, sendo: mudas dos clones BV1120 e BV1321 311

de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial 312

Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus 313

etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da 314

adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação 315

Page 24: eliane cristine soares costa

12

fosfatada (Comercial). Os tratamentos possuíam cinco repetições e parcela experimental foi 316

composta por 10 mudas. 317

318

2.3 Inoculantes micorrízicos 319

O inoculante comercial Rootella BR® foi cedido pela empresa NovaTero. Os 320

inoculantes de Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae foram produzidos 321

pelo Laboratório de Microbiologia do Solo da Universidade Federal de Lavras- UFLA sob 322

cultivo de Brachiaria decumbes inoculada e crescida por 90 dias em mistura de areia e solo 323

esterilizado (SILVA, 2000). Estes inoculantes foram compostos de uma mistura de solo, 324

areia, esporos, hifas e raízes colonizadas. Para caracterização dos inoculantes amostras 325

foram obtidas e submetidas ao peneiramento úmido em peneiras sequenciais de 710, 250, 53 326

e 38 mm de abertura de malha, seguida de centrifugação em água, por três minutos a 3000 327

rpm, e em sacarose 50% durante dois minutos a 2000 rpm (JENKINS, 1964), e 328

posteriormente, efetuada a contagem do número de esporos em microscópio estereoscópico 329

. O número de esporos observado foi de 144 esporos mL-1 para C. etunicatum com 144 e 47 330

esporos mL-1 para A. morrowiae com. 331

332

2.4 Substrato de produção das mudas, fertilização e inoculação 333

O substrato de produção de mudas foi uma mistura 6:1:1 (por volume) de casca de 334

pinus, vermiculita fina e casca de arroz carbonizada. Para a produção das mudas do 335

Comercial, a adubação do substrato foi aquela utilizada na rotina do viveiro da empresa Bela 336

Vista Florestal, sendo: 357 mg dm-3 de P (Super Simples com 18 % de P2O5); 95 mg dm-3 de 337

N e 104 mg dm-3 de S (sulfato de amônio - (NH4)2 SO4 com 21 % N e 23 % S); 238 mg dm-3 338

de K (cloreto de potássio - HCl com 52 % K). Para os tratamentos inoculados e o Controle a 339

dose de P aplicada na forma de Super Simples foi reduzida em dez vezes. Esta redução foi 340

feita visando evitar a inibição de formação de micorrizas arbusculares. 341

Após a homogeneização e adição de fertilizantes, o substrato foi umedecido com 10 342

% do seu volume em água e em seguida o inoculante foi adicionado nos tratamentos 343

correspondentes. O primeiro tratamento recebeu 100 g do inoculante Rootella BR® e o 344

segundo uma mistura dos inóculos de FMA contendo 22 g do inóculo Claroideoglomus 345

etunicatum + 65 g de Acaulospora morrowiae. Ao substrato do Controle foram adicionados 346

87 mL de uma suspensão obtida pela mistura do inoculante contendo C. etunicatum + A. 347

Page 25: eliane cristine soares costa

13

morrowiae em água na proporção 1:2 para simular a adição dos inoculantes nos tratamentos 348

inoculados, porém sem adicionar os fungos micorrízicos. O tratamento Comercial não 349

recebeu qualquer tipo de inoculante. 350

O substrato foi acondicionado em tubetes de 55 cm3, previamente lavados em água 351

corrente e desinfetados por imersão em água a 85 oC por 10 segundos. Como o enchimento 352

dos tubetes foi com auxílio de máquina vibratória, cada um recebeu aproximadamente 77 353

cm3 de substrato, e, portanto, cada muda do tratamento Comercial recebeu 27,5 mg de P e as 354

mudas os demais tratamentos receberam 2,75 mg de P. 355

356

2.5 Plantio de miniestacas e condução do experimento 357

As miniestacas dos clones BV1120 e BV1321 coletadas do minijardim clonal com 6 358

a 8 cm de comprimento e com dois pares de folhas foram colocadas nos substratos com os 359

tratamentos. Estes clones foram escolhidos por apresentarem maior importância comercial 360

para a empresa, uma vez que se adaptam bem em diversas regiões. Ambos apresentam 361

densidade média de madeira de 400 kg m-3 para plantas com 15 anos. 362

As mudas foram acondicionadas em casa de vegetação, com irrigação por 363

microaspersão com lâmina de água 1 mm e turno de rega de 30 minutos nos primeiros 20 364

dias e de 50 minutos do 20º ao 30º dia. Ainda na casa de vegetação, as mudas receberam 365

fertirrigação semanalmente, aplicada com pulverizador costal na proporção de 1 mL L-1 do 366

formulado ProAqua® (produzido por PRODUQUIMICA AGRO), contendo 12 g kg-1 de N, 367

40 g kg-1 de P2O5, 12 g kg-1 de K2O, 0,03 g kg-1 de B, 0,05 g kg-1 de Cu, 0,1 g kg-1 de Mn, 368

0,02 g kg-1 de Mo e 0,1 g kg-1 de Zn. Após 30 dias, as mudas foram transferidas para casa 369

de sombra, onde permaneceram por 15 dias, e receberam semanalmente a mesma 370

fertirrigação descrita acima. 371

Quarenta e cinco dias após o estaqueamento, as mudas foram realocadas da casa de 372

sombra para o canteiro a pleno sol, onde permaneceram até o 181º dia. No viveiro as mudas 373

receberam em média seis irrigações diárias de 8 minutos, e a nutrição foi feita com 374

fertirrigação de rustificação a pleno sol. 375

376

2.6 Avaliações e colheita do experimento 377

A sobrevivência, altura da parte aérea e diâmetro do coleto das mudas foram 378

avaliados aos 90 e 180 dias após o estaqueamento. No 181º dia, os teores de clorofila A e B 379

Page 26: eliane cristine soares costa

14

foram mensurados, utilizando o medidor eletrônico de teor de clorofila clorofiLOG – 380

CFL1030 em uma folha escolhida aleatoriamente do terço médio, sendo expressos em índice 381

de clorofila Falker (ICF). Em seguida, as mudas foram cortadas rente ao tubete, separando a 382

parte aérea das raízes. Os torrões, raízes mais substrato foram removidos do tubete e 383

atribuídas notas de 1 a 3 à sua formação (Figura 3). Em seguida, as raízes foram lavadas em 384

água corrente para a remoção do substrato e obtenção de uma sub-amostra de raízes das 10 385

mudas da parcela experimental, que compuseram uma amostra de raízes composta da 386

parcela experimental. Estas amostras de raízes foram armazenadas em solução de álcool 387

etílico para posterior determinação da porcentagem colonização por FMA 388

(GIOVANNETTI; MOSSE, 1980). O restante das raízes e a parte aérea foram 389

acondicionados em sacos de papel e secos até peso constante em estufa de circulação de ar 390

forçada a 65 ºC, para determinação da massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de 391

raízes (MSR), cálculo da massa seca total (MST), da razão raiz/parte aérea (R/PA) e do 392

Índice de Qualidade de Dickson (IQD) (DICKSON; LEAF; HOSNER, 1960). O IQD foi 393

calculado pela fórmula: IQD=(MST)/[(H/D)+(MSPA/MSR)]. 394

395

396

Figura 3. Características dos torrões das raízes das mudas de cedro australiano correspondentes às notas: 397

a) Nota 3 – torrão firme e bem enraizado; b) Nota 2 – torrão moderadamente firme e parcialmente 398

enraizado; c) Nota 1 – torrão fraco e mal enraizado. 399

400

401

402

403

A CB

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15

2.7 Análise nutricional das mudas 404

Após pesagem, a massa seca da parte aérea foi moída em moinho tipo Willey com 405

peneira de 40 mesh (0,42 mm de abertura). As amostras foram digeridas em solução 406

sulfúrica para determinação do N pelo método micro Kjeldahl (destilação) e submetidas à 407

digestão nítrica (HNO3) em sistema fechado em forno micro-ondas, para determinação dos 408

teores de P, K, Ca, Mg, Fe, Zn, Mn na parte aérea das mudas (OBARA et al, 2009). O teor 409

de P foi determinado por colorimetria; K por fotometria de chama; Ca, Mg, Fe, Zn e Mn por 410

espectrofotometria de absorção atômica (MALAVOLTA et al., 1997). 411

412

2.8 Porcentagem de colonização micorrízica 413

As amostras de raízes armazenadas em álcool etílico 50% foram despigmentadas em 414

solução de KOH 10% por uma hora e solução de HCl 1% por 5 minutos (KOSKE e 415

GEMMA, 1989). Em seguida, as estruturas fúngicas coradas em solução de azul de tripano 416

em lactoglicerol 0,05% (PHILLIPS; HAYMAN, 1970) por 2 minutos em banho-maria à 70 417

ºC. A porcentagem do comprimento radicular colonizado foi determinada pelo método de 418

interseção em placas reticuladas (GIOVANNETTI; MOSSE, 1980). 419

420

2.9 Atividade de enzimas nas folhas 421

2.9.1 Obtenção dos extratos enzimáticos 422

Para a determinação da atividade das enzimas Catalase (CAT) e Superóxido 423

Dismutase (SOD) foram utilizados extratos enzimáticos obtidos através da homogeneização 424

de 80 mg de amostra foliar fresca macerada em cadinho, em nitrogênio líquido. Em seguida, 425

foram adicionados 5 mL de solução de extração composta por uma solução tampão de 426

fosfato de potássio 100 mM (17,41 g L-1 de fosfato de potássio dibásico + 16,60 g L-1 de 427

fosfato de potássio monobásico) com pH 7,5, adicionada de 0,372 g L-1 de EDTA (Ácido 428

Etilenodiamino Tetra-acético), 0,462 g L-1 de ditiotreitol e 0,3 g L-1 de polivinil-poli-429

pirrolidona. Após homogeneização o extrato foi centrifugado por 20 minutos a 8.000 rpm a 430

4 ºC. O sobrenadante foi armazenado em Eppendorf e utilizado no mesmo dia nas avaliações 431

enzimáticas, mantido em banho de gelo. Toda vidraria utilizada na manipulação do extrato 432

Page 28: eliane cristine soares costa

16

foi deixada anteriormente em freezer a -18 ºC, por pelo menos 4 horas para evitar atividade 433

das enzimas. 434

435

2.9.2 Catalase (CAT) 436

Para determinar a atividade da CAT, em 150 μL do extrato enzimático bruto foram 437

adicionados 1.950 μL de solução tampão de fosfato 100 mM TKF a pH 7,5, 750 μL de meio 438

de reação, constituído de peróxido de hidrogênio 50 mM (H2O2) e 150 μL de solução 439

tampão de extração (descrita no item anterior). A atividade da enzima foi determinada pelo 440

monitoramento do decréscimo da absorbância a 240 nm, no intervalo de 40 segundos após o 441

início da reação, por 2 minutos (HAVIR e McHALE, 1987). A atividade enzimática (A) foi 442

calculada conforme a Equação (1), utilizando o coeficiente de extinção do peróxido de 443

hidrogênio 39,4 mM min-1 (LIMA e MONTEIRO, 2017). 444

(ΔAbs.Vcubeta. Vextrato)

(εH2O2. Vctf. t. Mf) 445

Em que: 446

A= Atividade Enzimática; 447

ΔAbs = Absorbância final – Absorbância inicial; 448

εH2O2 = coeficiente de extinção molar para o H2O2 (39,4 mM cm -1); 449

Vcubeta = Volume da cubeta utilizada (3 mL); 450

VExtrato = Volume de extrato enzimático utilizado na reação; 451

Vctf = Volume após centrifugação; 452

t = tempo de reação em minutos; 453

Mf = Massa fresca (g) 454

Uma unidade de atividade enzimática (U) foi definida como a quantidade de enzima 455

que converte 1 μmol de H2O2 em seu radical cátion por minuto, por gramas de massa fresca. 456

457

2.9.3 Superóxido Dismutase (SOD) 458

Para determinação da atividade da SOD, em 50 μL do extrato enzimático foram 459

adicionados 2.000 μL de solução de tampão (TKF 100 mM, pH 7,5), 250 μL da solução de 460

A (U/Mf) = (1)

Page 29: eliane cristine soares costa

17

Cloreto de Azul Nitrotetrazólio (8,1 mg em 25 mL de água), 200 μL de solução 3,684 g L-1 461

de EDTA, 250 μL de solução 7,4 mg L-1de Riboflavina e 250 μL de solução 0,2238 g L-1 de 462

Metionina. 463

O cálculo da atividade de SOD foi determinado a partir do incremento da 464

absorbância na leitura da amostra a 560 nm (Equação 2), da porcentagem de inibição 465

(Equação 3) e a Unidade de SOD (Equação 4). 466

467

LA = LA– LBA 468

469

470

471

472

473

474

475

Em que; 476

LA = Leitura da amostra 477

LBA = Leitura do branco da amostra 478

LBS = Leitura do branco da solução 479

Uma unidade da SOD foi definida como a quantidade de enzima necessária para 480

inibir em 50% a fotorredução do NBT (BEAUCHAMP & FRIDOVICH, 1971). 481

482

2.10 Análises estatísticas 483

Os dados referentes à formação do torrão, avaliados por notas, foram submetidos a 484

uma análise de frequência. A porcentagem do comprimento radicular colonizado e 485

sobrevivência foram transformadas usando ln (x+2), por não seguirem distribuição normal 486

e/ou por serem inferiores a 30 %. Os demais dados foram submetidos à análise de variância 487

e quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de 488

significância. Os efeitos dos clones foram comparados pelo teste F a 5 % de significância. 489

490

3 RESULTADOS 491

3.1 Sobrevivência, crescimento e colonização das raízes 492

LBS - LA LBS

% inibição 0,5

(3)

U = (4)

% inibição =

(2)

Page 30: eliane cristine soares costa

18

A sobrevivência, diâmetro do coleto, massa seca de raízes (MSR), razão raiz parte 493

aérea (R/PA) e Índice de Qualidade de Dickson (IQD) foram influenciadas apenas pelos 494

clones (P < 0,05) (Tabela 2). A massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca total (MST) 495

foram influenciadas pela inoculação com redução das doses de P no substrato e pelos clones 496

(P < 0,05), porém não foi observada interação entre os efeitos de inoculação e redução da 497

adubação versus clone (P > 0,05) (Tabela 2). As demais características avaliadas não foram 498

influenciadas (P > 0,05) pelos tratamentos, sendo em média de 13,9 cm para altura da parte 499

aérea e de 36,8 para clorofila total. A percentagem de colonização foi influenciada apenas 500

pela inoculação e redução das doses de P no substrato (P < 0,05) (Tabela 2). 501

As estacas do clone BV1120 sobreviveram 10,3 % mais que aquelas do clone 502

BV1321, mas em geral este último cresceu mais que o primeiro, sendo o diâmetro do coleto 503

24,3 % maior, a MSPA 25 % maior, a MST 31 % maior, a MSR 38,6 % maior, R/PA 18,3 % 504

e o IQD 45,7% maior (tabela 2). 505

A frequência de nota máxima (3) para formação do torrão das raízes foi sempre 506

maior do que a frequência de torrões moderadamente firmes e parcialmente enraizados (2) e 507

de fracos e mal enraizados (1) para ambos os clones e em todas as condições de inoculação e 508

adubação (Figura 4). No clone BV1321, a soma da frequência de torrões firmes e bem 509

enraizados e firme e parcialmente enraizados (notas 3 e 2) foi maior nas mudas inoculadas e 510

na seguinte ordem: inoculadas com MIX (92 %) > inoculadas com Rootella BR (86 %) > 511

Comercial (84 %) > Controle (76 %), ou seja, a frequência de torrões fracos e mal 512

enraizados foi menor nas mudas inoculadas (Figura 4). No BV1120, a frequência de notas 3 513

nas mudas inoculadas com MIX e Rootella BR foram maiores que as do Controle e 514

próximas das do Comercial (Figura 4). A soma da frequência de torrões firmes e bem 515

enraizados (notas 3) e firme e parcialmente enraizados (notas 2) foi na seguinte ordem do 516

maior para o menor: Comercial (88 %) > inoculadas com MIX (86%) > inoculadas com 517

Rootella BR (80 %) > Controle (76 %). 518

A inoculação com Rootella BR® aumentou a MSPA e MST dos dois clones, sendo na 519

média destes, a MSPA 37,1 % maior que as do Controle e 33,4 % maior do que as do 520

Comercial e a MST 32,8 % maior que as do Controle e 31 % maior do que as do Comercial 521

(Tabela 2). Nas plantas inoculadas com a mistura do inoculante de C. etunicatum e A. 522

morrowiae a MSPA e MST não diferiu das demais condições de inoculação. A MSPA e 523

MST das mudas do BV1321 foram 25 % e 31 %, respectivamente, maiores do que as do 524

BV1120 (Tabela 2). 525

Page 31: eliane cristine soares costa

19

O IQD foi influenciado apenas pelos clones (p < 0,05), sendo maior nas mudas do 526

BV1321 que no BV1120 e igual entre as mudas com diferentes condições de inoculação e 527

adubação (Tabela 2). Na média entre os dois clones, esta variável apresentou tendência de 528

aumento nas mudas inoculadas com Rootella BR®, seguindo a ordem decrescente: Rootella 529

BR®, MIX, Comercial e Controle (Tabela 2). 530

A maior porcentagem de colonização micorrízica foi observada nas mudas 531

inoculadas com a mistura C. etunicatum e A. morrowiae, sendo esta 29,3 % maior que a 532

observada para Rootella BR®, 62,1 % maior que o Controle e 69,4 % maior que o Comercial 533

(Tabela 2). 534

535

Tabela 2 – Sobrevivência, diâmetro do coleto, massa seca de raízes (MSR), massa seca de parte 536

aérea (MSPA), massa seca total (MST), razão raiz/parte (R/PA), porcentagem de colonização e 537

Índice de Qualidade de Dickson (IQD) das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro 538

australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e 539

inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora 540

morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o 541

controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial). 542

Clones Clones Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

--------- Sobrevivência, % --------- --- Diâmetro do coleto, mm --- Comercial 68,0 60,0 64,0 2,9 3,8 3,4 Controle 58,0 54,0 56,0 2,9 3,6 3,3 MIX 64,0 58,0 61,0 2,9 3,8 3,4 Rootella BR 62,0 54,0 58,0 2,9 4,0 3,4 Média 63,0 a1/ 56,6 b 59,7 2,9 b 3,8 a 3,4

-------- MSR, mg planta-1--------- -------- MSPA, mg planta-1 -------- Comercial 530 824 677 899 A 981 B 941 Controle 571 797 684 832 A 947 B 889 MIX 612 1011 811 927 A 1209 AB 1068 Rootella BR 646 1211 928 1036 A 1790 A 1413 Média 590 b 960 a 775 923 b 1232 a 1078

-------- MST, mg planta-1 -------- -------- R/PA, mg planta-1 -------- Comercial 1429 A 1805 B 1617 0,67 0,85 0,77 Controle 1402 A 1744 B 1573 0,73 0,85 0,79 MIX 1538 A 2219 AB 1879 0,65 0,84 0,75 Rootella BR 1683 A 3001 A 2342 0,63 0,73 0,68 Média 1513 b 2192 a 1852 0,67 b 0,82 a 0,74

-------- Colonização, % -------- -------- IQD -------- Comercial 8,4 10,6 9,5 C 0,19 0,28 0,24 Controle 10,9 12,7 11,8 C 0,18 0,28 0,23 MIX 30,5 31,8 31,1 A 0,19 0,38 0,29 Rootella BR 22,2 21,8 22,0 B 0,21 0,43 0,32 Média 18,0 19,21 18,6 0,19 b 0,35 a 0,27

1/ Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5 % 543

de probabilidade e médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste 544

F ao nível de 5 % de significância. 545

Page 32: eliane cristine soares costa

20

Comercial Controle MIX Rootella BR

Freq

uênc

ia d

e no

tas à

form

ação

de

torr

ão, %

0

10

20

30

40

50

60

70

Fraco e mal enraizado (1)Firme e parcialmente enraizado (2)

Firme e bem enraizado (3)

Comercial Controle MIX Rootella BR

BV1321BV1120

546

547

Figura 4 - Frequência das notas atribuídas à formação das raízes das mudas dos clones BV1120 e 548

BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella 549

BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora 550

morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não 551

inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial). As frequências médias foram 552

obtidas de 40 parcelas com 10 plantas cada. 553

554

555

556

3.2 Teores de nutrientes 557

As plantas, em todas as condições de inoculação, independente dos clones, 558

visualmente não apresentaram sintomas de deficiência nutricional (Figura 5). 559

560

Figura 5- das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas 561

(Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura 562

de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e 563

crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e 564

crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial). 565

Page 33: eliane cristine soares costa

21

566

Os teores de P e N foram influenciados (p ≤ 0,05) pela condição de inoculação, e 567

esse efeito foi dependente dos clones, os teores de K, Fe, Mn e Zn foram influenciados (p ≤ 568

0,05) pelos clones e os teores de Mn apenas pela condição de inoculação (Tabela 3). Os 569

teores de Ca e Mg não foram influenciados (p > 0,05) pelas condições de produção de 570

mudas e clones (Tabela 3), sendo em média 10,3 g kg-1 e 2,4 g kg-1, respectivamente. 571

Nos dois clones, os teores de P foram maiores nas mudas inoculadas do que as do 572

Controle, não inoculadas com redução da adubação fosfatada no substrato de produção das 573

mudas (Tabela 3). Esse aumento foi semelhante independente do inoculante ou do clone e 574

foi em média de 21,2 %. Ainda assim, nas mudas do Comercial, os teores de P foram 575

maiores do que nas mudas inoculadas, sendo em média essa diferença de 24 % no clone 576

BV1120 e de 7 % no BV1321 (Tabela 3). 577

No clone BV1120, a inoculação com Rootella BR® diminuiu os teores de N nas 578

plantas em relação às demais condições de inoculação que não diferiram entre si (Tabela). 579

Nas mudas do BV1321, os teores de N das mudas do Comercial foram 25,3 % maiores do 580

que as do Controle, porém ambas não diferiram das mudas inoculadas (Tabela 3). 581

Os teores de K, Fe e Zn na parte aérea das mudas foram em média maiores no clone 582

BV1120 do que no BV132, sendo essa diferença de 25 % para o K, 19 % para o Fe e 12 % 583

para o Zn (tabela 3). Os teores de Mn foram maiores nas mudas do tratamento Comercial do 584

que das do Controle, independente do clone, e estes não diferiram dos tratamentos 585

inoculados (Tabela 3). 586

587

588

589

590

591

592

593

594

595

596

597

Page 34: eliane cristine soares costa

22

Tabela 3 – Teores de P, N, Fe, K, Zn e Mn na parte aérea das mudas dos clones BV1120 e 598

BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante 599

comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA 600

Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com 601

redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da 602

adubação fosfatada (Comercial). 603

Clones Clones Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

----------------- P, g kg-1 -------------- -------------- N, g kg-1 -------------- Comercial 1,32 Aa1/ 1,10 Ab 1,21 26,3 Aa 27,7 Aa 27,0 Controle 0,72 Cb 0,88 Ca 0,80 25,7 Aa 20,7 Bb 23,2 MIX 0,98 Ba 1,03 Ba 1,01 25,9 Ab 25,3 ABb 25,6 Rootella BR® 1,03 Ba 1,02 Ba 1,03 19,4 Bb 24,9 ABa 22,1 Média 1,02 1,01 1,01 24,32 24,65 24,48

-------------- Fe, mg kg-1-------------- -------------- K, g kg-1-------------- Comercial 166 138 152 29,8 23,6 26,7 Controle 141 128 135 27,6 20,6 24,1 MIX 158 128 143 28,6 21,3 24,9 Rootella BR® 185 133 159 26,2 18,8 22,5 Média 163 a 132 b 147 28,1 a 21,1 b 24,6

-------------- Zn, mg kg-1-------------- -------------- Mn, mg kg-1-------------- Comercial 31,3 29,4 30,4 23,8 25,7 24,8 A Controle 30,5 27,7 29,1 22,4 23,8 23,1 AB MIX 29,9 26,7 28,3 21,3 20,2 20,7 AB Rootella BR® 32,6 25,6 29,1 22,6 18,4 20,5 B Média 31,1 a 27,48 b 29,24 22,5 22,0 22,3 1/ Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5 % 604

de probabilidade e médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste 605

F ao nível de 5 % de significância. 606

607

3.3 Atividade enzimática 608

As atividades das enzimas CAT e SOD foram influenciadas (p ≤ 0,05) pelas 609

condições de inoculação das mudas independente dos clones (Figura 6 A e B). Nos dois 610

clones, a atividade da CAT foi maior nas mudas inoculadas e com redução da adubação 611

fosfatada no substrato de crescimento das mudas do que as mudas do Comercial, no entanto 612

foram iguais as das mudas do Controle (Figura 6 A). A inoculação das mudas com MIX ou 613

Rootella BR® em substrato com menor dose de fertilizante fosfatado aumentou em média a 614

atividade da CAT em 51 % em relação às mudas do Comercial. (Figura 5 A). 615

A atividade de SOD nas mudas inoculadas com MIX foi, média dos clones, 33 % 616

maior do que as do Controle e 64 % maior do que as do Comercial (Figura 6B). Já nas 617

mudas inoculadas com Rootella BR® a atividade de SOD foi, média dos clones, 56 % maior 618

do que nas mudas do Comercial e não diferiu das mudas do Controle. 619

Page 35: eliane cristine soares costa

23

Comercial Controle MIX Rootella BR

Cat

alas

e, U

ngM

f -1

0.0

0.3

0.6

0.9

1.2

1.5

AB

B

A A

Comercial Controle MIX Rootella BR

Supe

róxi

do d

ism

utas

e, U

gM

f -1

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

B

C

AB

A

620

621

622

Figura 6- Atividades de Catalase (CAT) (A) e Superóxido dismutase (SOD) (B) médias das 623

mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), 624

inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de 625

inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e 626

crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e 627

crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial). 628

629

630

4 DISCUSSÃO 631

A promoção do crescimento (tabela 2) e nutrição (tabela 3) de mudas de cedro 632

australiano pelo uso de inoculantes de FMA observada no presente trabalho também foi 633

observada por Lima et al., (2015), Carmo et al., (2016) e Silva et al., (2017). No presente 634

trabalho o efeito benéfico da inoculação de FMA foi, em geral, dependente do clone e 635

caracterizado pela maior MSPA e MST das mudas do clone BV1321 inoculadas com 636

Rootella BR em relação às mudas do Controle e do Comercial (tabela 2), pela menor 637

frequência de torrões fracos e mal enraizados nas mudas dos dois clones e com os dois 638

inoculantes (figura 4), pelos maiores teores de P nos dois clones inoculados em relação às 639

mudas do Controle (tabela 3), pelo aumento das atividades das enzimas SOD e CAT e pela 640

tendência de aumento do IQD. Em cedro australiano inoculado com A. colombiana + A. 641

morrowiae foi observado aumento de 13,3 % na MSPA (CASARA, 2016) e, portanto menor 642

do que os 28,3 % observado neste trabalho (tabela 2). Porém, os aumentos de 36,8 % 643

observado para MSPA e 33,2 % para MST nas mudas do BV1321 inoculadas em relação as 644

do Controle são inferiores aos aumentos de 494 % na MSPA e de 339 % na MST 645

observados em mudas inoculadas com G. clarum (CARMO et al.,2016) e aos aumentos na 646

MSPA de 2248 % em mudas inoculadas com Claroideoglomus etunicatum e de 1190 % 647

A B

Page 36: eliane cristine soares costa

24

naquelas inoculadas com Acaulospora colombiana (SILVA et al., 2017). Algumas 648

diferenças nas condições experimentais no presente estudo podem justificar este menor 649

benefício. Nos estudos citados anteriormente as mudas foram produzidas em tubetes ou 650

vasos com volume de substrato de 3 a 54 vezes maior que o utilizado neste estudo, em 651

tubetes de 55 cm3. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação, cujas 652

condições de temperatura e umidade são facilmente controláveis, e neste as mudas ficaram 653

acondicionadas a maior parte do tempo em canteiro a pleno sol, e, apesar da redução da 654

adubação fosfatada estas mudas recebiam irrigações e fertirrigações com P frequentes. 655

O bom desenvolvimento da parte aérea e radicular, consequentemente a total, 656

comprova a eficiência dos inoculantes de FMA no aumento do vigor das mudas, que, 657

quando transplantadas em campo poderão apresentar maior sobrevivência, crescimento, 658

produtividade e tolerância a condições de estresse bióticos e abióticos. O aumento na MSPA 659

e MST promovido pelo uso do inoculante comercial Rootella BR apenas no clone BV1321 660

indica que os clones de cedro australiano diferem quanto à resposta à inoculação de FMA e 661

com isto poderia permitir a seleção de clones mais responsivos as MA e menos dependentes 662

da adubação fosfatada. 663

A porcentagem do comprimento radicular colonizado observada nas mudas 664

inoculadas, entre 21,8 e 31,8 % (Tabela 2), está dentro da faixa de 4,0 a 68,0 % observada 665

também em cedro australiano inoculado com 10 FMA (FOGAÇA, 2010) e da faixa de 20,0 a 666

39,0 % observada em plântulas de C. fissillis (cedro), Guarea kunthiana (figo-do-mato), 667

Trichilia casaretti C. DC. (catiguá-vermelho) e Trichilia claussenii (catiguá), todas 668

pertencentes também à família Meliaceae (ZANGARO et al., 2002). Porém, essa 669

colonização observada nas mudas inoculadas foi menor do que os 72,5 % observados em 670

mudas de cedro australiano inoculadas com A. morrowiae e 72,7% naquelas inoculadas com 671

E. colombiana + A. morrowiae (CASARA, 2016). As maiores porcentagens de colonização 672

observadas por Casara, (2016) em relação às do presente estudo podem ser devido à 673

ausência total de adubação fosfatada à qual as mudas foram submetidas, ao volume e 674

qualidade melhores de substrato usado, uma vez que as mudas foram produzidas em tubetes 675

de 175 cm3, com Nitossolo Háplico distrófico, e neste estudo foram produzidas em tubetes 676

de 55 cm3 com substrato inerte, e ainda pode ser devido ao uso de inóculos frescos de FMA, 677

cuja mistura de solos e raízes colonizadas foram extraída no momento de implantação do 678

experimento, sem prejuízo de perda da viabilidade, enquanto no presente trabalho, os 679

inoculantes ficaram acondicionados precedendo o uso, por dias em geladeira. 680

Page 37: eliane cristine soares costa

25

Em condição de viveiro comercial, o comprimento radicular colonizado de 62 % 681

observada nas mudas inoculadas com C. etunicatum e de A. morrowiae e de 46 % nas mudas 682

inoculadas com Rootella BR® (Tabela 2) pode ser considerado satisfatório para a promoção 683

de benefícios às plantas. No entanto, neste caso de produção maciça de mudas é mais 684

recomendável o uso do inoculante Rootella BR® do que a mistura dos inoculantes de C. 685

etunicatum e de A. morrowiae, já que, embora tenha exibido menor porcentagem de 686

colonização foi o que melhor promoveu o crescimento (Tabela 2) e os teores de P nas mudas 687

(Tabela 3). Este inoculante é o primeiro á base de FMA disponível no mercado brasileiro e 688

deve-se considerar a possibilidade de seus desenvolvedores melhorarem ainda mais a sua 689

capacidade de colonização, seja aumentado o número de propágulos de fungos, usando 690

outras espécies ou misturas de FMA, ou melhorando a composição geral do produto. Além 691

disto, a produção dos inoculantes de C. etunicatum e de A. morrowiae em laboratório é 692

relativamente pequena e dispendiosa, dificultando ainda seu uso em larga escala. 693

A percentagem de comprimento radicular colonizado por FMA semelhante entre os 694

clones de cedro australiano observada no presente trabalho também foi observada em clones 695

de Eucalyptus (LIMA e SOUZA, 2014), e em mudas seminais de Calophyllum brasiliense 696

Camb. (SILVA et al., 2018) e Schizolobium amazonicum (BRITO et al., 2017) e reforça a 697

ideia de que os FMA não possuem especificidade (TRAPPE, 1987; MOREIRA e 698

SIQUEIRA, 2006). 699

A presença de colonização nas mudas dos tratamentos Comercial e Controle não 700

inoculadas (Tabela 2) pode ter sido resultado da proximidade das mudas com o solo, ou 701

ainda devido ao fato de, neste trabalho, o substrato de produção de mudas utilizado não ter 702

sido esterilizado e a água de irrigação utilizada sem pré-tratamento, condições estas 703

diferentes da maioria dos trabalhos com FMA em que os experimentos foram desenvolvidos 704

em casas de vegetação e recebiam água deionizada ou destilada (LIMA et al.,2015; 705

CASARA, 2016; SILVA et al., 2017), o que pode justificar a presença de colonização 706

mesmo nos tratamentos não inoculados. 707

A colonização semelhante entre as mudas dos tratamentos Controle e Comercial 708

(tabela 2) demostra que a redução do adubo fosfatado não foi suficiente para estimular a 709

colonização natural ou, mais provavelmente, que os fungos que ocorrem naturalmente na 710

condição de viveiro estudada estão adaptados às altas doses de P. Pois é sabido que altas 711

doses de P inibem a colonização dos FMA nas raízes das plantas (MOREIRA e SIQUEIRA 712

2006; SMITH e READ, 2008). 713

Page 38: eliane cristine soares costa

26

A tendência de aumento do IQD nas mudas inoculadas com MIX (0,29) e Rootella 714

BR® (0,32) em relação aos controles não inoculados (Tabela 2), também foi observada em 715

mudas de cedro australiano inoculadas com diferentes FMA, cujos valores variaram de 0,26 716

a 0,39 (CARMO, 2016), aproximando dos exibidos no presente estudo. O IQD é 717

mencionado como uma medida morfológica integrada (JOHNSON, 1991) e como bom 718

indicador da qualidade de mudas, que considera no cálculo a robustez e o equilíbrio da 719

distribuição da biomassa, sendo ponderadas várias variáveis importantes (FONSECA, 2000) 720

tais como altura, diâmetro, MSPA, MSR e MST. Quanto maior o índice, melhor a qualidade 721

da muda avaliada (GOMES, 2001). Contudo, a colonização micorrízica não é levada em 722

consideração, caso contrário, promoveria valores de IQD maiores e comprovaria ainda mais 723

a qualidade das mudas inoculadas. 724

De maneira geral, no caso de produção de mudas de espécie arbórea que serão 725

transplantadas a campo, onde estarão expostas a condições de estresse, a qualidade do 726

torrão, produção de MSPA, MSR e MST, bem como o IQD pode indicar a capacidade das 727

mudas de sobreviverem em campo, devendo, deste modo, ser considerada a inoculação de 728

fungos que aumentam essas variáveis. O uso dos FMA permite o uso de solos marginais e 729

aumento na produtividade dos plantios florestais destinados à produção de madeira, bem 730

como aos programas de reflorestamento, cujos solos, em sua maioria são de baixa 731

fertilidade, e representam ainda uma alternativa para a sustentabilidade do setor florestal, 732

uma vez que possibilita a redução do uso de fertilizantes fosfatados, que além de serem 733

recursos finitos, com risco potencial de escassez, seu uso e produção colocam o meio 734

ambiente em risco de contaminação e envolve elevado gasto de derivados de petróleo na 735

produção. 736

Além do clone BV1321 ter demonstrado ser mais responsivo à inoculação por FMA, 737

este também teve maior diâmetro do coleto, MSPA, MSR, MST, R/PA e IQD do que o 738

BV1120. Este resultado reforça a necessidade do trabalho realizado pela Bela Vista Florestal 739

na busca de melhores clones de cedro australiano, porém a resposta diferenciada à 740

inoculação indica a necessidade da busca de clones mais responsivos à inoculação de FMA, 741

para a obtenção no futuro de povoamentos mais sustentáveis e menos dependentes da 742

fertilização fosfatada. Para isto a seleção dos clones deverá ser realizada em mudas 743

inoculadas em viveiro. Assim, a disponibilidade de inoculante comercial no mercado é 744

essencial para que essa biotecnologia possa ser usada nos povoamentos florestais. Esse 745

comportamento diferenciado entre clones de cedro australiano à inoculação por FMA não é 746

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27

encontrada na literatura, mas há registro deste comportamento entre clones de Eucalyptus 747

em relação às ectomicorrizas (COSTA et al., 2019). 748

As plantas no presente trabalho, independente das condições de inoculação e redução 749

de P e dos clones, não apresentaram sintomas de deficiência visualmente. Quando 750

comparados os teores médios dos nutrientes observados no presente estudo (Tabela 2), N e 751

K (24,5 g kg-1, 24,6 g kg-1) foram maiores e P, Ca, Mg e Zn foram menores (1,01 g kg-1, 10,3 752

g kg-1, 2,4 g kg-1 e 29,2 mg kg-1) que os observados em mudas de cedro australiano crescidas 753

com fornecimento adequado de N, P, K, S, B, Cu, Zn e aplicação de calcário (N: 18,8 g kg-1, 754

K: 14,2 g kg-1, P: 1,4 g kg-1, Ca: 10,5 g kg-1, Mg: 2,5 g kg-1 e Zn: 39,9 mg kg-1 - MORETTI, 755

et al., 2011). 756

Os menores teores de N observados nas mudas inoculadas com Rootella BR® (22,1 g 757

kg-1) em relação ao Controle (23,2 g kg-1) (Tabela 3) podem ter sido um efeito de diluição 758

promovido pelo maior crescimento das mudas inoculadas em relação ao controle. Os 759

maiores teores de N nas mudas do Comercial (27,0 g kg-1) em relação ao Controle (23,2 g 760

kg-1), podem ser devido ao maior enraizamento das mudas do primeiro, ou ainda pode ter 761

havido efeito sinérgico dos nutrientes, já que nesta condição, a adubação de P foi elevada e 762

de N igual para todas. 763

A inoculação favoreceu o aumento dos teores de P em relação ao controle não 764

inoculado e com redução da adubação fosfatada, e este resultado explica a maior MSPA, 765

MST, teores de P e atividades de Catalase e Superóxido dismutase nas mudas inoculadas 766

(Tabelas 2 e 3). Em dose baixa de P (25 mg dm-3), mudas de cedro australiano inoculadas 767

com Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora colombiana apresentaram teor médio de P 768

3300% maior que as do controle, em relação a dose elevada de P (250 mg dm-3) (SILVA et 769

al., 2017); mudas inoculadas com inóculo misto de G. clarum e G. margarita produzidas em 770

bloco prensado apresentaram um incremento de 47,7% no teor de P em relação ao 771

tratamento não inoculado (CARMO et al., 2015) e mudas ainda da mesma espécie 772

inoculadas com a mistura de E. colombiana + A. morrowiae na menor dose de NKP (0 kg 773

ha-1) obtiveram incremento de 45 % no teor de P, em relação ao controle não inoculado 774

(CASARA, 2016) . Esses resultados evidenciam a importância dos FMA em promover a 775

maior absorção de P em relação às não inoculadas, o que resulta num dos principais 776

benefícios da associação (SMITH e READ, 1997). O efeito do P é fundamental na produção 777

de mudas de boa qualidade, pois melhora características muito importantes da planta, como 778

a capacidade fotossintética e de absorção de água e nutrientes (LIMA et al., 2011). Também 779

se confirma a importância da inoculação de FMA em mudas na fase de viveiro, pois estes 780

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28

podem tornar as plantas menos dependentes de fertilizantes fosfatados, tornando a produção 781

menos onerosa e mais sustentável. 782

O aumento nas atividades de CAT e SOD observado nas plantas inoculadas é 783

importante porque pode aumentar da tolerância destas plantas á situações de estresse, já que 784

as enzimas atuam na conversão de espécies reativas de oxigênio e na destoxificação do seu 785

excesso, evitando danificações celulares no vegetal. Registros indicam que a exposição das 786

plantas aos vários tipos de estresses pode intensificar a produção de espécies reativas de 787

oxigênio, especialmente ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxila, 788

resultando no aumento de oxidações danosas dos componentes celulares (FOYER et al., 789

1997; SCANDALIOS, 2002) e reações em cadeia com várias moléculas orgânicas, levando 790

à peroxidação lipídica e à degradação de ácidos nucléicos (LAMB e DIXON, 1997). 791

O aumento da tolerância aos estresses pode estar fortemente relacionado ao aumento 792

da atividade de sistemas antioxidantes das plantas, com elevação no nível da expressão de 793

enzimas como catalase, superóxido dismutase e peroxidase (PRASAD, 1996). A imposição 794

de estresse hídrico induziu o aumento da atividade das enzimas CAT, SOD e Peroxidase nos 795

genótipos BRS Aracé, BR 17 Gurgueia e BRS Marataoã de feijão Vigna, com acentuada 796

atividade nas menores lâminas de irrigação e a ação destas enzimas foi diminuída 797

consideravelmente quando ocorreu o aumento na reposição de água no solo (SILVA, 2014). 798

A superóxido dismutase é a primeira enzima de defesa contra danos provocados 799

pelas espécies reativas de oxigênio nas células, ela transforma o ânion superóxido (O2•-) em 800

O2 e peróxido de hidrogênio (H2O2), utilizando 2H+ (ALSCHER et al., 2002). Em sequência, 801

o H2O2 pode ser eliminado pela atuação da catalase, que o transforma em O2 e H2O 802

(RIEDLE-BAUER, 2000). Portanto, uma atividade aumentada destas enzimas, sugere maior 803

proteção e eficiência. 804

Os papéis da MA nessas enzimas ainda não estão bem elucidados. Em plantas com 805

MA, o acúmulo de H2O2 tem sido observado nas proximidades da membrana periarbuscular, 806

especialmente em células contendo arbúsculos agrupados ou menos ramificados 807

(SALZER et al., 1999). Esses dados sugerem que uma explosão oxidativa pode ocorrer 808

durante o desenvolvimento intracelular do FMA. Este acúmulo de espécies reativas de 809

oxigênio (EROs), por sua vez, na presença da MA pode ser estritamente controlado por 810

enzimas antioxidativas, especialmente CAT e SOD. Diante disto, pode-se inferir que, o 811

incremento da atividade de CAT e SOD observado nos tratamentos inoculados com FMA 812

neste estudo, provavelmente está associado com o aumento de EROs provocados pela 813

colonização micorrízica, com consequente ativação do sistema de defesa da planta. Desta 814

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29

maneira, plantas com maiores atividades destas enzimas, provocadas pela colonização 815

micorrízica, quando forem expostas às condições de estresse, principalmente no momento 816

do transplantio, estarão mais aptas a suportá-las e, consequentemente maior será sua 817

sobrevivência. 818

Isoformas SOD específicas foram induzidas em raízes de Trifolium 819

pratense colonizadas por Glomus mosseae, provavelmente devido ao aumento da 820

concentração de O2•- nas raízes (PALMA et al., 1993; ARINES et al., 1994) e em tabaco 821

colonizado por Glomus mosseae, a indução transitória de CAT e ascorbato-peroxidase 822

(APX) foi observada durante a formação de apressórios, indicando uma resposta de defesa 823

da planta durante os estágios iniciais do estabelecimento da simbiose (BLILOU et al., 824

2000a). Estes resultados reforçam os observados neste estudo, onde as maiores atividades 825

enzimáticas tanto para CAT quanto pra SOD foram observadas nas mudas de cedro 826

australiano com maior porcentagem de colonização. 827

Outro motivo para o aumento da atividade das enzimas CAT e SOD nos tratamentos 828

fúngicos neste estudo pode ainda estar relacionado à diminuição da adubação fosfatada, à 829

qual estes tratamentos foram submetidos. Ainda que esta condição não possa ser considerada 830

de estresse, já que nela foram observados aumentos de crescimento e estado nutricional das 831

mudas, ela pode ter resultado no acumulo de EROs e iniciado o estresse oxidativo, 832

sinalizando uma resposta da planta á condição de restrição nutricional, o que, por 833

consequência, aumentou as atividades enzimáticas para atenuar os efeitos desta restrição. 834

Em condições de baixa adubação fosfatada (20 mg kg-1), as atividades específicas de 835

SOD foram significativamente maiores (63 %) em raízes de Phaseolus vulgaris L. 836

colonizadas por Glomus clarum, do que em controles não-micorrízicos, 10 semanas após o 837

plantio. Ainda nestas condições, as atividades de CAT foram 79, 65 e 150 % maiores do que 838

no controle não-micorrízico, 4, 6 e 10 semanas após plantio, respectivamente. Além disso, 839

atividades de CAT foram suprimidas em raízes micorrízicas e não micorrízicas em 840

condições de alto P (150 mg kg-1), em comparação com condições baixo P (20 mg kg-1) 841

(LAMBAIS et al., 2003). 842

Tudo isto sugere que, embora as plantas tenham sido expostas à restrição de 843

adubação fosfatada nos tratamentos inoculados com FMA e estes tenham implicado em um 844

provável aumento nas espécies reativas de oxigênio, a condição de restrição foi compensada 845

pelo estabelecimento da simbiose, que estimulou o aumento da atividade das enzimas 846

antioxidativas. 847

848

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30

849

5 CONCLUSÕES 850

A inoculação com fungos micorrízicos arbusculares aumenta o crescimento da parte 851

aérea, os teores de P e a atividade das enzimas CAT e SOD de mudas de cedro australiano 852

(Toona ciliata) em viveiro comercial, mas este efeito é dependente do clone. 853

O inoculante comercial Rootella BR® pode ser recomendado para produção de 854

mudas clonais de cedro australiano em condição de viveiro comercial. 855

A inoculação de FMA reduz a demanda de fertilizantes fosfatados na produção de 856

mudas de cedro australiano. 857

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1212

1213

1214

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39

1215

ANEXOS 1216

1217

Tabela 1A- Quadrado médio e sua significância, obtidos na análise de variância dos dados 1218

coletados nas avaliações de sobrevivência, diâmetro do coleto, altura da parte aérea, 1219

clorofila total, matéria seca de raízes, massa seca da parte aérea, massa seca total, relação 1220

raiz/parte aérea, Índice de Qualidade de Dickson, porcentagem de colonização, teores de 1221

nutrientes e atividades de Catalase e Superóxido dismutase, avaliados aos 180 dias. 1222

1223

Fontes de variação Variáveis Tratamento (T) Clone (C) T x C CV (%) QMR Sobrevivência ns ** ns 11,38 46,25 Diâmetro do coleto ns ** ns 10,37 0,1213 Altura da parte aérea ns ns ns 19,92 7.6345 Clorofila total ns ns ns 7,82 8.2922 Massa seca de raízes ns ** ns 32.53 63559.8759 Massa seca da parte aérea * * ns 35.94 149991.2897 Massa seca total * ** ns 31.4 338334.4106 Relação raiz/parte aérea ns * ns 27.33 0.0417 Índice de qualidade de Dickson ns ** ns 40.93 0.012213 Colonização ** ns ns 20,07 13.9586 Teores de N * ns * 13.85 11.503125 Teores de P * ns * 7.45 0.005725 Teores de K ns ** ns 14.49 12.69241 Teores de Ca ns ns ns 11.76 1.469751 Teores de Mg ns ns ns 11.61 0.080488 Teores de Fe ns ** ns 17,60 670.639561 Teores de Mn * ns ns 14,93 11.05537 Teores de Zn ns ** ns 11,96 12.234636 Atividade CAT ** ns ns 34.85 1.52E-19 Atividade SOD ** ns ns 21.16 0.111131 ns: não significativo; * e ** significativo a 5 e 1% pelo teste F, respectivamente. CV: coeficiente de 1224

variação; QMR: quadrado médio do resíduo. 1225

1226

1227

1228

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1233

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40

Tabela 2A – Altura da parte aérea e índice de clorofila Falker (IFC) das mudas dos 1235

clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas 1236

com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes 1237

dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas 1238

em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e 1239

crescidas sem redução da adubação fosfatada (Comercial) aos 180 dias de 1240

crescimento. 1241

Clones Clones Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

-------- Altura, cm --------- ------- IFC ------- Comercial 14,1 14,7 14,4 36,4 35,8 36,1 Controle 12,6 12,1 12,3 36,3 38,6 37,4 MIX 15,1 12,5 13,8 37,0 38,2 37,6 Rootella BR 14,5 15,4 14,9 36,3 36,1 36,2 Média 14,1 13,7 13,9 3,5 37,2 36,2 1242

1243

Tabela 3A – Teores de Ca e Mg das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro 1244

australiano não inoculadas (Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella 1245

BR® e inoculadas com a mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus 1246

etunicatum e Acaulospora morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução 1247

da adubação fosfatada; mais o controle não inoculado e crescidas sem redução da 1248

adubação fosfatada (Comercial). 1249

Clones Clones

Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

------- Ca, g kg-1 ------- ------- Mg, mg kg-1 ------- Comercial 10,42 10,15 10,29 2,42 2,51 2,46

Controle 10,09 9,50 9,79 2,41 2,08 2,25

MIX 10,42 11,13 10,77 2,43 2,59 2,5

Rootella BR 10,11 10,65 10,38 2,45 2,65 2,5

Média 10,26 10,35 10,31 2,43 2,46 2,44 1250

1251

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41

1261

Tabela 4A - Atividades de Catalase (CAT) e Superóxido dismutase (SOD) na parte 1262

aérea das mudas dos clones BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas 1263

(Controle), inoculadas com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a 1264

mistura de inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora 1265

morrowiae (MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais 1266

o controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada 1267

(Comercial). 1268

1269

Clones Clones Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

---------- CAT, U ngMf-1 ------------ -------- SOD, U gMf-1 -------- Comercial 0,64 0,71 0,67 B1/ 0,73 0,85 0,79 C Controle 1,06 1,03 1,04 AB 1,39 1,57 1,48 B MIX 1,44 1,28 1,36 A 2,35 2,04 2,20 A Rootella BR 1,39 1,37 1,38 A 1,85 1,77 1,81AB Média 1,13 1,10 1,11 1,58 1,56 1,57 1/ Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste 1270

Tukey a 5 % de probabilidade e médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não 1271

diferem entre si pelo teste t ao nível de 5 % de significância. 1272

1273

Tabela 5A – Sobrevivência, diâmetro e altura da parte aérea das mudas dos clones 1274

BV1120 e BV1321 de cedro australiano não inoculadas (Controle), inoculadas 1275

com inoculante comercial Rootella BR® e inoculadas com a mistura de 1276

inoculantes dos FMA Claroideoglomus etunicatum e Acaulospora morrowiae 1277

(MIX) e crescidas em substrato com redução da adubação fosfatada; mais o 1278

controle não inoculado e crescidas sem redução da adubação fosfatada 1279

(Comercial) aos 90 dias de crescimento. 1280

Clones Clones Tratamentos BV1120 BV1321 Média BV1120 BV1321 Média

------- Sobrevivencia,% -------- -------- Diâmetro, mm -------- Comercial 76,0 62,0 69,0 6,7 6,3 5,5 Controle 64,0 58,0 61,0 5,3 5,9 5,6 MIX 68,0 64,0 66,0 6,3 5,7 5,9 Rootella BR 70,0 56,0 69.0 5,7 5,8 5,7 Média 69,5 a1/ 60,0 b 66,2 6,0 5,9 5,7

--------- Altura, cm --------- Comercial 1,8 2,5 2,2 Controle 1,7 2,6 2,1 MIX 1,8 2,5 2,2 Rootella BR 1,9 2,6 2,3 Média 1,8 b 2,6 a 2,2

1/ Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste 1281

Tukey a 5 % de probabilidade e médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não 1282

diferem entre si pelo teste t ao nível de 5 % de significância 1283

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