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Mecânica Analítica Capítulo 9: Sistemas contínuos e introdução à … · 9.1 Sistemas cont...

Date post: 17-Aug-2021
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9.1 Sistemas cont´ ınuos 9.2 Leis de conserva¸ ao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagn´ etico Mecˆ anica Anal´ ıtica Cap´ ıtulo 9: Sistemas cont´ ınuos e introdu¸c˜ ao ` a teoria de campo (Parte I) H.Ter¸cas Instituto Superior T´ ecnico (Departamento de F´ ısica)
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Page 1: Mecânica Analítica Capítulo 9: Sistemas contínuos e introdução à … · 9.1 Sistemas cont nuos 9.2 Leis de conserva˘c~ao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagn etico

9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Mecanica AnalıticaCapıtulo 9: Sistemas contınuos e introducao a teoria de campo

(Parte I)

H. Tercas

Instituto Superior Tecnico(Departamento de Fısica)

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

9.1 Sistemas contınuos

9.2 Leis de conservacao

9.3 Simetrias internas

9.4 Campo electromagnetico

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

9.1 Sistemas contınuos

Ate aqui, concentramo-nos na formulacao Lagrangeana e Hamiltoneanapara sistemas discretos

L = L(qi, qi, t), H = H(qi, pi, t).

Neste capıtulo, usaremos as tecnicas da Mecanica Analıtica para formularsistemas contınuos, descritos em termos de funcoes contınuas ediferenciaveis ψ(qi, t), tambem definidas como campos

qi → ψ(qi, t).

Grande parte da fısica moderna esta construıda sobre o conceitode campo, sejam estes classicos ou quanticos!

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Consideremos uma rede infinita composta por osciladores harmonicosacoplados, com distancia de equilıbrio a (constante de rede)

a

. . .ηi ηi+1ηi−1

a

T =1

2

∑i

mη2i , V =1

2

∑i

k (ηi+1 − ηi)2

L =1

2

∑i

[mη2i − k (ηi+1 − ηi)2

]

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Consideremos uma rede infinita composta por osciladores harmonicosacoplados, com distancia de equilıbrio a (constante de rede)

a

. . .ηi ηi+1ηi−1

a

Podemos escrever o Lagrangeano na seguinte forma

L =1

2

∑i

a

[m

aη2i − ka

(ηi+1 − ηi

a

)2]

=∑i

aLi.

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

A equacao do movimento correspondente e (ver serie 5)

m

aηi − ka

(ηi+1 − ηi

a2

)+ ka

(ηi − ηi−1

a2

)= 0.

Estamos interessados no limite em que a→ 0, de tal forma que m/a→ µe ka→ Y , onde Y e o modulo de Young. Nesse mesmo limite,

lima→0

ηi+1 − ηia

= lima→0

η(x+ a, t)− η(x, t)

a=∂η

∂x.

Finalmente, percebemos que (decomposicao de Riemann)

lima→0

∑i

a =

∫dx,

o que permite escrever

L =

∫1

2

[µη2 − Y

(∂η

∂x

)2]

︸ ︷︷ ︸L(η,η,∂xη)

dx

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

A funcao L(η, η,

∂η

∂x

)da-se o nome de densidade Lagrangena

A equacao do movimento obtem-se no limite contınuo observando que

lima→0

[ka

(ηi+1 − ηi

a2

)− ka

(ηi − ηi−1

a2

)]= Y

∂2η

∂x2,

o que conduz a equacao das ondas (cs =√Y/µ)

∂2η

∂t2− c2s

∂2η

∂x2= 0

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De uma forma geral, para um campo ϕ = ϕ(x, t) definimos oLagrangeano a custa da integracao da densidade Lagrangeana,

L =

∫d3xL

(ϕ,∂ϕ

∂t,∇ϕ;x, t

).

Precisamos de obter a equacao de Euler-Lagrange para L. Para tal,usamos o princıpio de Hamilton

δS = δ

∫ t2

t1

Ldt = δ

∫ t2

t1

∫ x2

x1

L d3xdt = 0.

Agora, as variaveis sao ϕ, ϕ e ∇ϕ, enquanto x = (x, y, z) e t saoparametros.

δS =

∫ t2

t1

∫ x2

x1

[∂L∂ϕ

δϕ+∂L∂ϕ

δϕ+∂L∂∇ϕ

δ∇ϕ

]d3xdt = 0

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Aplicamos a condicao de extremos fixos

δϕ(t1) = δϕ(t2) = 0, δϕ(x1) = δϕ(x2) = 0

•∫ t2

t1

∂L∂ϕ

δϕ dt =

�����∂L

∂ϕδϕ

∣∣∣∣t2t1

−∫ t2

t1

∂t

(∂L∂ϕ

)δϕ dt,

•∫ x2

x1

∂L∂∇ϕ

δ∇ϕ d3x =��

����∂L∂∇ϕ

δϕ

∣∣∣∣x2

x1

−∫ x2

x1

∇ · ∂L∂∇ϕ

δϕ d3x.

∴ δS =

∫ t2

t1

∫ x2

x1

[∂L∂ϕ− ∂

∂t

(∂L∂ϕ

)−∇ · ∂L

∂∇ϕ

]δϕd3xdt = 0.

Como as variacoes δϕ sao infinitesimais e arbitrarias

∂t

(∂L∂ϕ

)+ ∇ · ∂L

∂∇ϕ− ∂L∂ϕ

= 0

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Aplicando ao problema das “cordas vibrantes”,

L(ϕ,∂ϕ

∂t,∂ϕ

∂x

)=

1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

,

temos

• ∂L∂ϕ

= 0,

• ∂

∂t

∂L∂∂tϕ

=∂

∂t

(µ∂ϕ

∂t

)= µ

∂2ϕ

∂t2,

• ∂

∂x

∂L∂∂xϕ

= − ∂

∂x

(Y∂ϕ

∂x

)= −Y ∂

∂x2.

A equacao do movimento e, portanto, a equacao das ondas

∂2ϕ

∂t2− c2s

∂2ϕ

∂x2= 0

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Podemos resolver a equacao das fazendo a decomposicao em ondasplanas

ϕ(x, t) =∑k,ω

ϕk,ωeikx−iωt

e introduzindo na equacao do movimento, obtemos∑k,ω

(−ω2 + c2sk

2)ϕk,ωe

ikx−iωt = 0.

Para coeficientes ϕk,ω arbitrario, obtemos a relacao de dispersao

ω = csk

As ondas propagam-se sem dispersao (velocidade de fase=velocidade degrupo)

vf ≡ω

k= cs, vg ≡

∂ω

∂k= cs.

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Tal como na relatividade, em teoria de campo as coordenadas temporaise espaciais podem tratar-se de forma indiferenciada. Torna-seconveniente introduzir os quadri-vectores contravariantes1

xµ ≡ (x0,x) = (t, x1, x2, x3) = (t,{xi}

).

Assim,

∂t=

∂x0, ∇ =

∂x=

∂xi.

Em termos dos quadri-vectores, a equacao de Euler-Lagrange e

3∑µ=0

d

dxµ∂L

(∂ϕ

∂xµ

) − ∂L∂ϕ

= 0,

ou, ainda, ∂µ ≡∂

∂xµe dµ ≡

d

dxµ(soma nos ındices repetidos)

dµ∂L∂∂µϕ

− ∂L∂ϕ

= 0

1Em relatividade, x0 = ct.

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Caso o Lagrangeano descreva a dinamica de varios campos,ϕ1, ϕ2, . . . ϕn,

L = L (ϕk, ∂µϕk;xµ)

entao cada um deles obedece a uma equacao do tipo2

dµ∂L

∂∂µϕk− ∂L∂ϕk

= 0,

resultando em n equacoes diferenciais parciais (k = (1, 2, . . . n)). Emalguma literatura, costuma-se usar a notacao ∂µϕk = dµϕk ≡ ϕk,µ,resultando na forma compacta da equacao de Euler-Lagrange3

dµ∂L∂ϕk,µ

− ∂L∂ϕk

= 0.

2Nota: para L 6= L(xµ), nao ha diferenca entre dµ e ∂µ no primeiro termo daequacao de Euler-Lagrange.

3No nosso curso, deveremos evitar esta notacao por ser demasiado compacta...

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Tal como no caso discreto, as teorias de campo tambem contem leis deconservacao que podemos retirar directamente da densidadeLagrangeana4 L e das equacoes de Euler-Lagrange.

Por razoes de clareza e simplicidade, consideremos uma teoriadescrevendo um so campo5

L = L (ϕ, ∂µϕ;xµ) .

Como sabemos, para retirar significado fısico das quantidades, calculamosas suas derivadas totais 6

dLdxµ

≡ dµL =∂L∂ϕ

dxµ+

∂L∂∂νϕ

d(∂νϕ)

dxµ+

∂L∂xµ

=∂L∂ϕ

dµϕ+∂L∂∂νϕ

dµ(∂νϕ) + ∂µL

4Rapidamente, vamos comecar a chamar L de “Lagrangeano”, tout-court.5A generalizacao para multiplos campos ϕk e obvia.6Aqui distinguimos dµ e ∂µ, pois L pode depender de xµ.

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Eliminamos∂L∂ϕ

na equacao anterior usando a equacao de Euler-Lagrange

dµL = dα∂L∂∂αϕ

dµϕ+∂L∂∂νϕ

dµ(∂νϕ) + ∂µL.

Como ϕ e apenas funcao de xµ, entao ∂νϕ = dνϕ. Alem disso, podemosmudar o ındice mudo, α→ ν,

dµL = dν

(∂L∂∂νϕ

dµϕ

)+ ∂µL.

Usamos o δνµ para mudar o ındice do lado esquerdo e escrever em termosde dν ,

(∂L∂∂νϕ

dµϕ− Lδνµ)

= −∂µL = −∂νLδνµ.

Quando L 6= L(xµ), entao

(∂L∂∂νϕ

dµϕ− Lδνµ)

= dνTνµ = 0

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A quantidade T νµ e um tensor de ordem 2 que recebe o nome de tensorde energia-momento

T νµ =∂L

∂(∂νϕ)∂µϕ− Lδνµ

Esta quantidade e o equivalente da energia para o caso dos sistemasdiscretos, e e conservada caso a densidade Lagrangeananao dependa explicitamente das coordenadas xµ.

Como nao ha dependencia explicita de L nas coordenadas, a lei deconservacao tambem pode ser escrita na forma7

dνTνµ = ∂νT

νµ = 0, (∇ ·T = 0)

Afinal, qual o porque do nome “tensor de energia-momento” para T νµ ?

7Evitamos o uso de duas derivadas diferentes que resultam na mesma coisa.

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Vejamos as suas componentes

T 00 =

∂L∂(∂0ϕ)

∂0ϕ− L =∂L∂ϕ

ϕ− L.

Se L = T − V e T ∼ ϕ2, entao T 00 e a densidade de energia.

• Exemplo: a corda vibrante. L =1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

,

T 00 =

∂L∂ϕ

ϕ− Lδ00 =1

(∂ϕ

∂t

)2

+1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

= E

Quanto as outras componentes,

T 11 = T xx =

∂L∂(∂xϕ)

∂ϕ

∂x− L = −1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

− 1

(∂ϕ

∂t

)2

= −E

Tr(T) = Tµµ = T00 + T1

1 = 0

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Quanto as componentes nao-diagonais,

T 10 =

∂L∂∂xϕ

ϕ = − Y∂ϕ

∂x︸ ︷︷ ︸tensao

vel.︷︸︸︷ϕ = corrente de densidade energia,

T 01 =

∂L∂ϕ

∂ϕ

∂x= µϕ

∂ϕ

∂x= densidade de momento linear.

De uma forma geral, para 4 dimensoes espacio-temporais(µ = {0, 1, 2, 3}), podemos decompor o tensor energia-momento em

T νµ = T 00 + T j0 + T 0

j + T ij , onde

T 00 ≡ E = densidade de energia

T i0 ≡ ji = densidade de corrente energia

T 0i ≡ pi = densidade de momento linear

T ji ≡ T ij = tensor de estresse8

8Detalhes na cadeira de Fısica dos Meios Contınuos.

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Podemos aproveitar, entao, para verificar se no caso da corda vibranteexiste, ou nao, conservacao do tensor energia-momento9

∂νTν1 = ∂0T

01 + ∂1T

11

=∂

∂t

(µ∂ϕ

∂t

∂ϕ

∂x

)+

∂x

[−µ

2

(∂ϕ

∂t

)2

− Y

2

(∂ϕ

∂x

)2]

= µ

(∂2ϕ

∂t2∂ϕ

∂x+∂ϕ

∂t

∂2ϕ

∂x∂t

)− µ

(∂ϕ

∂t

∂2ϕ

∂t∂x+ Y

∂ϕ

∂x

∂2ϕ

∂x2

)

=∂ϕ

∂x

(µ∂2ϕ

∂t2− Y ∂

∂x2

)︸ ︷︷ ︸

=0

X

9recorde: t = 0, x = 1

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O mesmo para a outra componente,

∂νTν0 = ∂0T

00 + ∂1T

10

=∂

∂x

(−Y ∂ϕ

∂t

∂ϕ

∂x

)+∂

∂t

2

(∂ϕ

∂t

)2

+Y

2

(∂ϕ

∂x

)2]

= . . .

=∂ϕ

∂t

(µ∂2ϕ

∂t2− Y ∂

∂x2

)︸ ︷︷ ︸

=0

X

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A. Simetrias discretas

Como vimos no caso dos sistemas discretos, as simetrias estavamintimamente relacionadas com leis de conservacao. O teorema de Notherestabelece uma maneira de calcular as cargas conservadas dada umadeterminada simetria contınua.

Antes disso, vejamos que algumas teorias de campo L(ϕ, ∂µϕ;xµ)contem simetrias discretas.

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A inversao de paridade, P, corresponde a uma reflexao nascoordenadas espaciais (mantendo o tempo inalterado)

P(x, y, z, t) = (−x,−y,−z, t).

O Lagrangeano da corda vibrante e simetrico para esta transformacao?

P {L (ϕt, ϕx;x, t)} = L (ϕt, ϕ−x;−x, t)

=1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂(−x)

)2

=1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

= L (ϕt, ϕx;x, t)

Isto reflecte a isotropia do espaco!

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A inversao no tempo, T , corresponde a inversao do sentido do tempo(mantendo o espaco inalterado)

T (x, y, z, t) = (x, y, z,−t).

O Lagrangeano da corda vibrante e simetrico para esta transformacao?

T {L (ϕt, ϕx;x, t)} = L (ϕ−t, ϕx;x,−t)

=1

(∂ϕ

∂(−t)

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

=1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

= L (ϕt, ϕx;x, t)

Isto reflecte a homogeneidade do tempo!

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

A chama transformacao de inversao paridade-tempo, PT , correspondea aplicacao conjunta das transformacoes P e T .Podemos verificar que, para o caso do Lagrangeano em estudo,

PT {L (ϕ, ∂µϕ;xµ)} = T P {L (ϕ, ∂µϕ;xµ)} = L (ϕ, ∂µϕ;xµ) .

Daqui conclui-se

PT − T P = [P, T ] = 0.

As transformacoes discretas P e T comutam. Este resultado temimplicacoes importantes sobre a natureza do espectro (i.e. relacao dedispersao) das teorias de campo (real ou complexa).

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A simetria discreta variacional, V, consiste na inversao do sinal docampo,

Vϕ = −ϕ.

Rapidamente, podemos ver que o Lagrangeano da corda vibrantetambem contem esta simetria:

V{L (ϕ, ∂xϕ, ∂tϕ;xµ)} = L (−ϕ,−∂xϕ,−∂tϕ;xµ) = L (ϕ, ∂xϕ, ∂tϕ;xµ) .

Esta invariancia reflecte a isotropia das vibracoes na rede (de formagrosseira, indica que deformar a rede para “para a esquerda” custa amesma energia que a deformar “para a direita”.)

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As teorias de campo relativistas gozam de outra simetria discreta, para achamada conjugacao de carga, C. Se ψ(xµ) designar um camporelativista de uma partıcula e ψ(xµ) o da sua anti-partıcula,

Cψ(xµ) = ψ(xµ).

As simetrias PT , CP e CPT sao requeridas na maioria das teorias decampo descrevendo partıculas elementares.

As suas violacoes sao problemas muito importantes e actuais naFısica Moderna (em geral, requerem mecanismos que levam a ne-cessidade de introduzir novas partıculas no Modelo Standard)

Embora as discussoes em torno das simetrias discretas sejamextremamente interessantes, ainda surgem muito fora do contexto daMecanica Analıtica.

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B. Simetrias contınuas

Leis de conservacao, como contempladas pelo teorema de Nother, saoconsequencia de simetrias contınuas.

As simetrias contınuas sao caracterizadas por um parametro λ, de talforma que para λ = 0 temos a transformacao indentidade.

A transformacao de escala

ϕ(xµ)→ ϕλ(xµ) ≡ eλϕ(xµ),

a translacao no tempo

ϕ(x, t)→ ϕλ(x, t) = ϕ(x, t+ λ)

e a translacao no espaco

ϕ(x, t)→ ϕλ(x, t) = ϕ(x + λ, t)

sao exemplos importantes de transformacoes contınuas.

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

C. Transformacoes infinitesimais

Consideremos a classe de transformacoes infinitesimais de parametro λdefinidas como

δϕ ≡ ∂ϕλ∂λ

∣∣∣∣λ=0

.

Alguns exemplos:

• Transformacao de escala infinitesimal, ϕλ = eλϕ

δϕ = ϕ

• Translacao infinitesimal no tempo, ϕλ(x, t) = ϕ(x, t+ λ)

δϕ =∂ϕ

∂t

• Translacao de campo, ϕλ = ϕ+ λf

δϕ = f

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Um Lagrangeano diz-se invariante ou simetrico para uma transformacaocontınua se

∂λL (ϕλ, ∂µϕλ;xµ) |λ=0 = 0.

Para a corda vibrante, e o que acontece para o caso das translacoes detempo e espaco (invariancia de Galileu).

Na verdade, ser invariante para transformacoes infinitesimais correspondea satisfazer a condicao variacional para essa transformacao

∂L∂λ

∣∣∣∣λ=0

=

∂L∂ϕ

δϕ︸︷︷︸∂µϕ|λ=0

+∂L

∂(∂λϕ)∂µδϕ︸ ︷︷ ︸

∂λ∂µϕ|λ=0

= δL = 0.

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D. Transformacoes de divergencia

Invariancias continuam a verificar-se se adicionarmos uma “derivadatotal” no espaco-tempo, i.e. uma divergencia

L′ = L+ dµWµ,

pois o Lagrangeano satisfaz as mesmas equacoes de Euler-Lagrange

EL[L′] ≡ ∂L′

∂ϕ+ dµ

∂L′

∂(∂µϕ)= 0 =

∂L∂ϕ

+ dµ∂L

∂(∂µϕ)≡ EL[L]

Dizemos que o Lagrangeano dispoe de simetria de divergencia caso atransformacao infinitesimal ϕ→ ϕλ = δϕ resulte em

δL = dµWµ.

∴ Assim, a simetria variacional δL surge como um caso particular dasimetria de divergencia.

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Podemos ver que a simetria para translaccao no tempo e uma simetria dedivergencia para o caso da teoria de campo da corda,

L =1

(∂ϕ

∂t

)2

− 1

2Y

(∂ϕ

∂x

)2

.

Sob a accao de δϕ ≡ ∂λϕ(x, t+ λ)|0 = ∂tϕ,

0 = δL =∂L∂ϕ

∂ϕ

∂t+

∂L∂(∂µϕ)

∂(∂µϕ)

∂t= dtL = dµ (Lδµt ) ≡ dµWµ.

Ou seja, a quantidade Wµ = Lδµt = Lδµ0 e conservada10

d0L δ00︸︷︷︸=1

+���d1Lδ10 = 0.

Neste caso, L = constante em virtude da simetria para translacaotemporal.

10Recorde: xµ = (x0, x1) = (t, x)

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Teorema de Nother

Consideremos uma teoria de campo

L(ϕ, ∂µϕ;xµ).

Sob a transformacao infinitesimal de parametro λ definida porδϕ ≡ ∂λϕλ|0, a variacao no Lagrangeano e entao 11

δL =∂L∂ϕ

δϕ+∂L

∂(∂µϕ)δ∂µϕ

=∂L∂ϕ

δϕ−dµ∂L

∂(∂µϕ)δϕ+ dµ

∂L∂(∂µϕ)

δϕ+∂L

∂(∂µϕ)δ∂µϕ

= −EL[L]δϕ+ dµjµ,

onde jµ =∂L

∂(∂µϕ)δϕ.

11Nota: EL[L] e um operador que devolve ∂ϕL+ dµ[∂∂µϕL]

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Teorema de Nother

Caso o Lagrangeano seja simetrico para a transformacao, entao

δL = 0 =⇒ dµjµ = EL[L]δϕ.

Por condicao, EL[L] = 0, entao jµ pode ser vista como uma correnteconservada

δL = 0 =⇒ jµ =∂L

∂(∂µϕ)δϕ =

∂L∂(∂µϕ)

∂ϕλ∂λ

∣∣∣∣0

= const.

E importante perceber que a corrente jµ depende da forma especıfica datransformacao ϕλ. Esta e a versao do Teorema de Nother paracampos.

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Teorema de Nother

De uma forma mais geral, suponhamos que a transformacao infinitesimaldefine uma simetria de divergencia,

δL = dµVµ.

Usando a deducao anterior, temos que

dµVµ = −EL[L]δϕ+ dνj

ν .

Mudando o ındice mudo (ν → µ) para colocar tudo em evidencia,

dµ (jµ − V µ) = EL[L]δϕ = 0,

o que implica que a corrente conservada seja definida como

jµ = jµ − V µ =∂L

∂(∂µϕ)

∂ϕλ∂λ

∣∣∣∣0

− V µ

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Teorema de NotherComo exemplo, podemos tentar recuperar a conservacao da energia.Consideremos a simetria de translacao no tempo

δϕ =∂ϕλ(x, t+ λ)

∂λ

∣∣∣∣0

=∂ϕ

∂t= ∂0ϕ.

Para uma teoria de campo que seja simetrica para esta transformacao,podemos introduzir uma divergencia

δL = 0 =⇒ dµ(Lδµ0 ) = 0,

pelo que a corrente conservada e

jµ =∂L

∂(∂µϕ)∂0ϕ− Lδµ0 = Tµ0 ,

Assim, dµjµ = ∂µj

µ implica a equacao da continuidade12

∂ρ

∂t+ ∇ · j = 0

12jµ = (ρ, j)

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9.3 Simetrias internas

Ate aqui, consideramos Lagrangeanos para campos ϕ reais. Assim, asunicas simetrias que podemos observar sao simetrias externas. Teoriasde campo complexas contem simetrias adicionais, chamadas simetriasinternas.

• Exemplo: Teoria de Klein-Gordon. Seja ψ(xµ) = ψ(ct,x) um camporelativista complexo,

L(ψ,ψ∗, ∂µψ, ∂µψ∗) = −

√−g(gµν∂µψ

∗∂νψ +m2c2

~2ψ∗ψ

).

Para o caso de interesse, usamos a metrica de Minkowskii (espaco-tempoplano13) gµν = diag(1,−1) tal que ds2 = gµνdxµdxν = c2dt2 − dx2

L = ∂µψ∗∂µψ − m2c2

~2ψ∗ψ.

13Nota: gµν = g−1 = diag(−1, 1)

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L = ∂µψ∗∂µψ − m2c2

~2ψ∗ψ.

A equacao de Euler-Lagrange e14

∂ν∂L

∂(∂νψ)− ∂L∂ψ

= 0.

• ∂L∂ψ

= −m2c2

~2ψ∗

• ∂ν∂L

∂(∂νψ)= ∂ν

[∂(∂µψ)

∂(∂νψ)∂µψ

∗]

=

gµν︷︸︸︷∂xµ

∂xν∂ν∂µψ

∗ = ∂ν∂νψ∗ ≡ �ψ∗

(�+

m2c2

~2

)ψ∗ = 0 ,

onde � = ∂µ∂µ =

1

c2∂2

∂t2−∇2 e o d’Alembertiano.

14Como L 6= L(xµ), dµ = ∂µ.

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Como o operador de Klein-Gordon (�+m2c2/~2) e real, podemos tomaro complexo conjugado (

�+m2c2

~2

)ψ = 0.

Procurando solucoes do tipo ψ(x, t) =∑k,ω

ψk,ωe−iωt+ik·x, obtemos a

seguinte relacao de dispersao

~ω = E =√m2c4 + ~2k2c2.

Trata-se da energia de uma partıcula livre de momento p = ~k, i.e.

p =h

λ.

Esta e uma das formas da famosa relacao de de Broglie, revelando adualidade onda-partıcula em mecanica quantica.

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Uma das simetrias internas do Lagrangeano de Klein-Gordon e a famosasimetria de fase, ou simetria para o grupo unitario de dimensao 1,U(1)15

ψ → ψλ = eiλψ, ψ∗ → ψ∗λ = e−iλψ∗.

E facil observar que

L(ψλ, ψ∗λ, ∂µψλ, ∂µψ

∗λ) = L(ψ,ψ∗, ∂µψ, ∂µψ

∗),

pelo que δψ = ∂λψλ|λ=0 = iψ (δψ∗ = −iψ∗). Uma vez que, porsimetria δL = 0, e que, por definicao

δL =∂L∂ψ

δψ +∂L∂ψ∗

δψ∗ +∂L

∂(∂µψ)δ∂µψ +

∂L∂(∂µψ∗)

δ∂µψ∗,

repetimos a tecnica para eliminar os termos ∂µψ e ∂µψ∗ para obter

δL =���EL[L]δψ +����EL∗[L]δψ∗ − dµ(

∂L∂(∂µψ)

δψ +∂L

∂(∂µψ∗)δψ∗

)15O grupo U(n) e o grupo das transformacoes unitarias das matrizes n× n.

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Daqui retiramos imediatamente que dµjµ = 0, onde a corrente

conservada e

jµ = i

(∂L

∂(∂µψ)ψ − ∂L

∂(∂µψ∗)ψ∗)

= i (ψ∂µψ∗ − ψ∗∂µψ) .

Em componentes, jµ = (cρ, j), temos16

ρ = i

(ψ∂ψ∗

∂t− ψ∗ ∂ψ

∂t

),

j = −i (ψ∇ψ∗ − ψ∗∇ψ) ,

que satisfazem a equacao da continuidade

∂ρ

∂t+ ∇ · j = 0.

16Atencao: Por causa da metrica de Minkowskii, ∂µ = (c−1∂t,∇) e∂µ = (c−1∂t,−∇)

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Outra simetria interna interessante e a invariancia para o grupo SU(2),que acontece para campos vectoriais Ψ = (ψ1, ψ2)T . As entradas ψ1 eψ2 podem ser graus de liberdade de spin, por exemplo.

Um Lagrangeano para partıculas relativistas com spin pode ser construıdoa partir do Lagrangeano de Klein-Gordon17,

L(Ψ,Ψ†, ∂µΨ, ∂µΨ†) = ∂µΨ†∂µΨ− m2c2

~2Ψ†Ψ,

onde Ψ† = (ψ∗1 , ψ∗2). Consideremos a transformacao unitaria

Ψ(xµ)→ Ψλ(xµ) = U(λ)Ψ.

A transformacao infinitesimal correspondente e

δΨ =∂U(λ)

∂λ

∣∣∣∣λ=0

Ψ ≡ iτΨ.

17Como verao em MQ II, este Lagrangeano nao e o adequado...

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De uma forma generica, uma transformacao infinitesimal representadapelas matrizes τ e

δΨ = iτΨ, δΨ† = −iτ †Ψ†.

Pode-se demonstrar que, para transformacoes unitarias,

U(λ)†U(λ) = I =⇒ τ † = τ ,

i.e. a matriz infinitesimal τ e hermıtica. Nao nos queremos alongarmuito neste aspecto; pretendemos apenas calcular qual a correnteconservada para estes casos. Para isso, comecamos por observar que

L(Ψλ,Ψ†λ, ∂µΨλ, ∂µΨ†λ) = L(Ψ,Ψ†, ∂µΨ, ∂µΨ†),

ou seja, δL = 0. Usando a definicao, podemos demonstrar (fica comoexercıcio)

jµ = i(Ψτ∂µΨ† −Ψ†τ∂µΨ

)e uma corrente conservada, dµj

µ = ∂µjµ = 0.

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9.4 Campo electromagnetico

Como ja viram em Electromagnetismo, as equacoes que governam aevolucao dos campos E e B sao as celebradas equacoes de Maxwell

∇ ·E =ρ

ε0, ∇ ·B = 0,

∇×E +∂B

∂t= 0, ∇×B− 1

c2∂E

∂t− µ0j = 0.

Os campos “fısicos” E e B sao obtidos a partir dos potenciais padrao18

E = −∇φ− ∂A

∂t, B = ∇×A.

Questao: Como (e para que) e que podemos usar as tecnicas deMecanica Analıtica neste caso?

18Em ingles, potenciais de gauge.

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A esperanca e que, tratando os campos de forma covariante, poderemoschegar retirar algumas propriedades gerais do electromagnetismo19.

Usamos xµ = (ct,x) (e, portanto, xµ = gµνxν = (ct,−x)) e definimos o

quadrivector potencial Aµ = (φ/c,−A) e o tensor de Faraday Fµν

Fµν = ∂µAν − ∂νAµ =

0 Ex/c Ey/c Ez/c−Ex/c 0 −Bz By−Ey/c Bz 0 −Bx−Ez/c −By Bx 0

A “subida” e a “descida” de ındices e feita recorrendo a metrica,

Aµ = gµνAν = (φ/c,A), Fµν = gµαFαν , Fµν = gµαgνβFαβ , onde

Fµν =

0 −Ex/c −Ey/c −Ez/cEx/c 0 −Bz ByEy/c Bz 0 −BxEz/c −By Bx 0

19Trabalharemos com a metrica de Minkowskii, gµν = diag(1,−1,−1,−1)

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Definimos ainda o quadrivector densidade de corrente

jµ = (cρ,−j), jµ = gµνjν = (cρ, j).

Assim, o Lagrangeano para o campo electromagnetico e definido como20

L(Aµ, ∂νAµ) = − 1

4µ0FµνF

µν + jµAµ,

cujas equacoes de Euler-Lagrange sao (para cada componente α)

∂L∂Aα

− ∂β∂L

∂(∂βAα)= 0.

Usando a propriedade

∂(∂µAν)

∂(∂βAα)= δβµδ

αν ,

retiramos (apos alguma algebra...) que a equacao do movimento e

−∂βFαβ = ∂βFβα = µ0j

α.

20Nota: jµ aparece como termo de fonte; nao como variavel!

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Podemos obter as equacoes de Maxwell percorrendo os ındices livres α21.

∂βFβα = µ0j

α.

F βα =

0 −Ex/c −Ey/c −Ez/cEx/c 0 −Bz ByEy/c Bz 0 −BxEz/c −By Bx 0

• α = 0:

1

c

∂F 00

∂t+∂F 10

∂x+∂F 20

∂y+∂F 30

∂z= µ0ρ,

⇔ ∂Ex∂x

+∂Ey∂y

+∂Ez∂z

= c2µ0ρ

∴∇ ·E =ρ

ε0

21Nota: c−1 =√ε0µ0.

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Podemos obter as equacoes de Maxwell percorrendo os ındices livres α22.

∂βFβα = µ0j

α.

F βα =

0 −Ex/c −Ey/c −Ez/cEx/c 0 −Bz ByEy/c Bz 0 −BxEz/c −By Bx 0

• α = 1:

1

c

∂F 01

∂t+∂F 11

∂x+∂F 21

∂y+∂F 31

∂z= µ0j

1,

⇔ − 1

c2∂Ex∂t

+∂Bz∂y− ∂By

∂z= µ0jx.

Repetindo o procedimento para α = 2 e α = 3 e somando, temos

∇×B− 1

c2∂E

∂t= µ0j.

22Nota: c−1 =√ε0µ0.

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F βα =

0 −Ex/c −Ey/c −Ez/cEx/c 0 −Bz ByEy/c Bz 0 −BxEz/c −By Bx 0

As restantes equacoes de Maxwell (sem fontes) obtem-se recorrendo aseguinte propriedade da permutacao cıclica dos ındices23

∂αFµν + ∂νF

αµ + ∂µFνα = 0.

• α = 0, µ = 1, ν = 2:

∂0F12 + ∂2F

01 + ∂1F20 = 0

⇔ 1

c

∂Bz∂t− 1

c

∂Ex∂y

+1

c

∂Ey∂x

= 0.

Repetindo para as diferentes permutacoes µ 6= ν e somando,

∴∇×E = −∂B∂t

23A demonstracao, que e imediata, fica para exercıcio...

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F βα =

0 −Ex/c −Ey/c −Ez/cEx/c 0 −Bz ByEy/c Bz 0 −BxEz/c −By Bx 0

As restantes equacoes de Maxwell (sem fontes) obtem-se recorrendo aseguinte propriedade da permutacao cıclica dos ındices24

∂αFµν + ∂νF

αµ + ∂µFνα = 0.

• α = 2, µ = 1, ν = 3:

∂2F13 + ∂3F

21 + ∂1F32 = 0

⇔ ∂By∂y

+∂Bz∂z

+∂By∂x

= 0.

∴∇ ·B = 0

24A demonstracao, que e imediata, fica para exercıcio...

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Simetria padrao (ou de gauge)Explicitamente, a equacao ∂βF

βα = µ0jα escreve-se

∂β(∂βAα − ∂αAβ

)= µ0j

α

�Aα − ∂α∂βAβ = µ0jα

�Aα − ∂α(

1

c2∂φ

∂t+ ∇ ·A

)= µ0j

α.

Existem varias maneiras de fixar a relacao entre φ e A. A esseprocedimento da-se o nome de fixacao de padrao (ou gauge fixing).

No padrao de Lorentz, o ultimo termo e nulo,

1

c2∂φ

∂t+ ∇ ·A = 0,

pelo que �Aα = µ0jα, i.e.25

1

c2∂2φ

∂t2−∇2φ =

ρ

ε0,

1

c2∂2A

∂t2−∇2A = µ0j.

25Recorde: Aµ = (φ/c,A), jµ = (cρ, j), ∂µ = (c∂t,∇), ∂µ = (c∂t,−∇)

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Simetria padrao (ou de gauge)

Explicitamente, a equacao ∂βFβα = µ0j

α escreve-se

∂β(∂βAα − ∂αAβ

)= µ0j

α

�Aα − ∂α∂βAβ = µ0jα

�Aα − ∂α(

1

c2∂φ

∂t+ ∇ ·A

)= µ0j

α.

Existem varias maneiras de fixar a relacao entre φ e A. A esseprocedimento da-se o nome de fixacao de padrao (ou gauge fixing).

No padrao de Coulomb,∇ ·A = 0,

pelo que �Aα − ∂α∂0A0 = µ0jµ, i.e.26

∇2φ = − ρ

ε0,

1

c2∂2A

∂t2−∇2A− 1

c

∂∇φ

∂t= µ0j.

26Recorde: Aµ = (φ/c,A), ∂µ = (c∂t,∇), ∂µ = (c∂t,−∇)

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Assim sendo, qual o padrao a adoptar? Quais as consequencias deescolhermos uma ou outra gauge?

Consideremos a seguinte mudanca de padrao

Aµ = Aµ + ∂µΛ,

onde Λ = Λ(xµ) e um escalar arbitrario.

Fµν = ∂µAν − ∂νAµ

= ∂µ(Aν + ∂νΛ)− ∂ν(Aµ + ∂µΛ)

= Fµν .

∴ A teoria livre (L ∼ F 2), i.e., para jµ = 0 (sem correntes, ou termos defonte) e automaticamente invariante para a transformacao padrao!

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Na presenca de fontes, o Lagrangeano no novo padrao e

L = − 1

4µ0FµνF

µν + jµAµ + jµ∂µΛ,

o que, a primeira vista, parece indicar quebra da invariancia de padrao.Contudo, das equacoes do movimento,

jµ =1

µ0∂νF

νµ =1

µ0∂ν (∂νAµ − ∂µAν) ,

∂µjµ =

1

µ0(∂µ�A

µ − ∂ν�Aν) = 0.

Assim, o ultimo termo no Lagrangeano pode ser escrito como

∂µ(jµΛ)− Λ���∂µjµ = ∂µj

µ.

Este ultimo termo e uma divergencia, que deixa a accao S =

∫Ldxµ

invariante, como tao bem sabemos.

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9.1 Sistemas contınuos 9.2 Leis de conservacao 9.3 Simetrias internas 9.4 Campo electromagnetico

Na presenca de fontes, o Lagrangeano no novo padrao e

L = L + dµjµ

jµ =1

µ0∂νF

νµ =1

µ0∂ν (∂νAµ − ∂µAν) ,

∂µjµ =

1

µ0(∂µ�A

µ − ∂ν�Aν) = 0.

A teoria de campo electromagnetica e simetrica para trans-formacoes de padrao. E, portanto, um exemplo de uma teoriapadrao (ou teoria de gauge).


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