Post on 07-Jan-2016
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A Peste dos Médicos- Sherwing B. Nuland –
As Teorias da Febre Puerperal
Bianca Canato Toloi
Nayana Samejima Peternelli
Zoe Barossi
Histórico
• Não utilizavam luvas, pacientes dividiam lençóis, curativos e instrumentos sem esterilização - FALTA DE HIGIENE;
• Século XIX - A febre puerperal era o espectro das maternidades. Uma infecção devastadora altamente letal;
• Revolução industrial incentivou o êxodo rural, as cidades não suportavam o contingente populacional -> condições precárias -> doenças transmitidas pelo ar impuro.
Sintomas
• Fedor de carne putrefata e do líquido ralo e fétido;
• Fedor de pus espesso esbranquiçado ou descolorido;
• Infecção no útero, trompas e ovários;
• Mucosa do abdômen (peritônio) grossa e áspera;
• Feridas e bolhas na vagina;
• Febre acompanhada por calafrios;
• Dores no abdômen e nas genitálias.
• 1ª teoria:
Atribui a doença à interrupção da livre descarga dos lóquios, liquido que emana do útero após o parto normal.
Os lóquios se estagnavam no colo do útero, apodreciam e acabam invadindo tecidos e sangue, causando dor febre e morte.
• 2ª teoria:
A pressão do útero dilatado sobre os intestinos estagnava o material fecal cujos venenos eram absorvidos pelas veias.
• 3ª teoria:
Riverius: “Qualquer alteração no sistema circulatório, no psicológico ou qualquer tipo de choque no organismo (ar frio, água gelada) é capaz de interromper os lóquios.”
• 4ª teoria: Metástase do leite: o pus e o líquido infectado acumulados no abdômen das mulheres seria leite desviado de seu caminho normal até o seio.
Justificativa: a mulher parava de produzir o leite quando
contraía a doença.
• 5ª teoria: Causa da febre relacionada a hábitos inadequados na gravidez, como o uso do espartilho, o que facilitava a absorção dos venenos das fezes, que
depositavam-se nos intestinos. Havia também a
crença na absorção da bile (como um veneno) pela falta do apetite.
• 6ª teoria: Alexander Gordon (1789): todas as causas das epidemias anteriores eram relacionadas ao miasma (estado nocivo da atmosfera), porém ele não achou nenhum indício de miasma para que fosse a causa da febre puerperal.
Chegou à conclusão que a doença era contagiosa por uma "atmosfera de infecção".
“Desagrade-me mencionar que eu próprio fui um meio de transmissão dessa infecção para um grande número de mulheres.“
• Recomendações:
1. Fumigação de quartos e camas;
2. Queima de roupas de dormir e lençóis;
3. Lavagem de médicos e enfermeiras expostos;
4. Fumigação de todas as roupas.
• 7ª teoria:Oliver Holmes: “a doença conhecida como febre puerperal é tão contagiosa que é frequentemente transmitida de paciente para paciente pelos médicos e enfermeiras", mas também não sabia dizer como era transmitida.
Acreditava ser por Vírus (do latim, veneno), princípio de natureza desconhecida e inapreensível pelos sentidos, que é o agente de transmissão de doenças infecciosas.
• Recomendações:1. Evitar autópsias antes do parto;
2. Trocar todas as roupas antes de um parto;
3. Ausência do médico por um mês caso presencie dois casos num curto intervalo de tempo.
Correntes
• Contagionistas:Alegam que alguma espécie de aura em torno do obstetra ou da parteira é transportada de um paciente para outro.
• Anti-contagionistas:Tendo como base de seus argumentos as teorias do miasma, das fezes, da bile, do leite e dos hábitos inadequados na gravidez, refutam as idéias dos contagionistas. Representavam a maioria dos médicos.
OBS: A maioria dos médicos obstetras e parteiras tomava as medidas de higiene necessárias e disponíveis.
Convergências
Pontos em comum nas teorias: 1. Atmosfera contaminada a qual o paciente se expunha (miasma);
2. Noção de que bastava apenas um caso para criar uma epidemia.
Descoberta Final – Ignác Semmelweis• Observações:
1. Na segunda divisão do hospital, os partos eram feitos por parteiras e seus aprendizes. O número de mortes pela febre era 1/10 do número da primeira divisão, onde os partos era feitos por médicos e estudantes de medicina;
2. A epidemia inexistia fora dos muros do hospital da cidade de Viena;
3. As epidemias de febre puerperal não estavam relacionadas ao clima;
4. Quanto maiores os traumas durante o parto, maiores as chances do surgimento da febre;
5. Fechar a enfermaria por um período sempre detinha as mortalidades;
6. Se uma mulher morria da febre, seu recém nascido morreria de febre semelhante.
Allgemeine Krankehaus (Hospital Geral), Viena
Ignác Semmelweis
• Conclusão:
Os médicos estudantes que passavam pela sala de autópsia e iam direto para sala da primeira divisão transmitiam às mulheres a febre puerperal. Eles lavavam as mãos apenas superficialmente e no mudavam de roupa, pois não imaginavam que as partículas estavam sendo transmitidas pelas suas próprias mãos. Ao examinar as mulheres, as partículas eram absorvidas pela corrente sanguínea e pelos canais linfáticos, sendo assim transmitidos para
tecidos e órgãos, tanto da mãe quanto do feto.
• Prevenção:Médicos estudantes deveriam lavar as mãos usando solução de cloreto, para destruir as partículas de cadáveres.
• Resultado:A mortalidade na primeira divisão igualou-se a da segunda divisão.
• Problemas:
1. Seus experimentos não eram suficientes para provar sua teoria;2. Não se utilizou de microscópios para identificar "partículas animais invisíveis“;3. Não expôs sua Lehre (tese) nas páginas de uma revista médica.